“As cinco experiências não apenas são bem concebidas, desde o ponto de vista conceitual e de execução, mas elas têm impactos reais, palpáveis na vida das pessoas, das comunidades, nesses grupos vulnerabilizados, e de uma maneira ampliada, abordando o conceito ampliado de saúde, não só como a ausência de doenças, mas bem-estar físico, psíquico, social, acesso aos serviços e ações de saúde, alimentação, habitação, educação, trabalho e renda, rompendo com uma desigualdade, em especial, buscando resguardar a saúde como um dos direitos humanos mais fundamentais, tratando o direito à saúde como um imperativo ético, valor central para o desenvolvimento humano a ser protegido”, destacou o oficial de Sistemas e Serviços de Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil,Fernando Leles, que participou da live promovida pelo Laboratório de Inovação Latino-Americano de Práticas de Participação Social em Saúde. O encontro, realizado no dia 11 de maio, trouxe três experiências procedentes dos estados brasileiros – Rio Grande do Norte, Amapá e Amazonas – e duas internacionais – Colômbia e Uruguai. A live está disponível no canal do youtube do Portal da Inovação na Gestão do SUS, com tradução para português, espanhol e libras.
O pesquisador do Centro de Estudos e Assessoramento Popular (CEAP) e coordenador do Laboratório, Henrique Kujawa, destacou a importância do intercâmbio de conhecimentos no tema. “Este espaço do Laboratório, precisa ter uma dimensão de continuidade. Percebe-se uma questão muito parecida do Brasil com a Colômbia e o Uruguai, a necessidade de garantir que as pessoas em situação de vulnerabilidade se constituam como cidadãos de direito e elas precisam de proteção para isso. A reconquista do direito necessita de um processo de apoio, não de tutela do Estado, mas de garantia de direitos, de soberania individual e coletiva”.
O debatedor da live, sanitarista e conselheiro nacional de saúde, Neilton de Oliveira, destacou a necessidade de priorizar o cuidado com a saúde mental de populações em situações de vulnerabilidade para garantir o direito à vida. “Quando falamos em saúde, precisamos valorizar o aspecto do território, as condições físicas, de movimentação da população, de trabalho, de moradia, e hoje, eu sinto que não há nada mais forte para dar sentido à autoria da população do que ela ter trabalho e moradia. Na hora que ela tem um lugar para viver, ela constrói relações e comunidade, e isso vai dando a dimensão coletiva da saúde e da vida”.
Conheça as experiências selecionadas pelo LIS
Autor: Rodrigo Tobias Lima, Pesquisador em Saúde Pública do ILMD/ Fiocruz Amazônia.
“A realidade dos povos indígenas que vivem nos centros urbanos é marcada por preconceitos e estigmas quanto à identidade étnica. É duplamente excludente, primeiramente porque não estão incluídos no Subsistema de Saúde Indígena, coordenado pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI/MS) e, segundo, porque não tem uma atenção diferenciada pela gestão municipal que é a responsável pelo cuidado dos indígenas no contexto urbano”, iniciou Rodrigo Tobias Lima, explicando o contexto da experiência.
Devido às negligências vivenciadas pelos indígenas na cidade de Manaus no contexto pandêmico, nasceu o projeto de pesquisa colaborativa Manaós, com implicações e mudança do cenário de participação dos indígenas. Foi elaborado para ser realizado junto com a comunidade desde a sua concepção. Pesquisadores, trabalhadores e gestores da saúde, lideranças e usuários indígenas elaboraram estratégias para ampliar o acesso à essa população, para promover a participação social e dar visibilidade às demandas e necessidades desse grupo social. O projeto foi desenvolvido na Comunidade Parque das Tribos, que tem uma população estimada de 3 mil habitantes, com 35 etnias, com o objetivo de trazer respostas pertinentes à melhoria da qualidade de vida e da saúde da população indígena.
Segundo o autor, “há um choque de cultura e um preconceito de racismo estrutural que esses grupos sofrem, os indígenas vivem em áreas de grande vulnerabilidade socioambiental, com uma reduzida infraestrutura urbana e com Unidades de Atenção Básica distantes dos seus locais de moradia. A organização social de populações indígenas em contexto urbano é um fenômeno relativamente recente e ainda pouco estudado, sendo necessário maior investimento em pesquisa para subsidiar as gestões municipal e estadual na implantação de políticas que ampliem o acesso”.
Entre os resultados alcançados, Tobias Lima cita a construção colaborativa de edital Fiocruz – AIMPAT e Formação de 20 Agentes Indígenas de Saúde Urbanos para atuar nas equipes de saúde do Parque das tribos; participação de cinco consultas públicas na Assembleia Legislativa e Câmara Municipal de Manaus, sobre saúde, educação, acesso à água e coleta de lixo; realização de 15 oficinas de empoderamento e promoção da autonomia da identidade e cultura indígena e sua relação com a saúde e condições de vida na cidade; elaboração de um site do Projeto Manaós e formulação de três documentos da AIMPAT para manifestação e a construção de uma Unidade Básica de Saúde Culturalmente Diferenciada, que será inaugurada em junho de 2023.
“A experiência é inovadora, pois apresenta possibilidade singular de promoção da autonomia de coletivos organizados indígenas que sofrem de invisibilidades, diante do setor público e suas políticas, a partir de projetos de pesquisa e intervenção a favor da participação social e promoção da cidadania”, finalizou Rodrigo Tobias Lima.
“Movimento Nacional População de Rua-MNPR no RN: 2020 a janeiro de 2023” – Brasil (RN)
Autor: Vanilson Torres, do Movimento Nacional População de Rua-MNPR, conselheiro Nacional de Saúde pelo MNPR e membro do Fórum Direito Humano à Saúde.
Diante da falta de abrigamento suficiente para pessoas em situação de rua na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, assim como a insalubridade dos equipamentos de abrigamento existentes, o Movimento Nacional População de Rua (MNPR) no Rio Grande do Norte avaliou que, dada a extrema vulnerabilidade de contágio pelo coronavírus, a antecipação da vacinação das pessoas em situação de rua seria uma forma de protegê-las mais rapidamente. “O MNPR articulou para que as doses sobrantes da reserva técnica (aquelas não utilizadas nos grupos prioritários) fossem destinadas para a população em situação de rua”, explica Vanilson Torres, representante do MNPR-RN, que destacou os objetivos do projeto para garantir o número suficiente de imunizantes tendo em vista o aumento exponencial de pessoas em situação de rua durante a pandemia.
De acordo com o relato de experiência, com as ações realizadas, por meio de reuniões com o Ministério Público do Rio Grande do Norte para debater sobre a temática das vacinas, com o Ministério da Saúde para ampliação do número de doses, e as campanhas de conscientização, o número de doses das vacinas foi elevado de 116 mil para 149 mil para população de rua no Brasil, foram garantidas doses da Jansen (dose única) destinadas para esta população, além de reuniões realizadas com representações do Conass e Conasems.
“A experiência do MNPR na temática da vacinação durante a pandemia de Covid-19 foi inovadora uma vez que conseguiu, em pouco espaço de tempo, mobilizar diversos atores e entidades a nível nacional e local para dar conta de garantir proteção vacinal para pop rua”, destacou o autor.
“Brincar para Eliminar: Integração Vig. Ambiental e Atenção Básica na Prevenção da Malária nas Escolas” – Brasil (AP)
Autor: Tiago Souza, apoiador municipal para eliminação da malária-Ministério da saúde/FIOTEC.
“A experiência Brincar para Eliminar traz em sua essência, a quebra de barreiras de comunicação com o público infantil, buscando de forma equânime tornar as questões pertinentes à prevenção e combate à malária mais acessíveis e fluidas metodologicamente. A informação tem que ser audível ao receptor, e como veículo estamos usando a educação popular em saúde e as práticas pedagógicas”, explicou Tiago Souza.
O autor informou que a prevalência dos casos de malária em crianças de idade escolar na zona rural do município de Mazagão foi o fator principal para a realização do projeto. “Promover a integração entre a vigilância ambiental e atenção básica por meio do PSE, a fim de produzir de maneira equânime e lúdica materiais e ações educativas para prevenção da malária que compreendam o público infantil em todas suas linguagens, tornando o processo de aprendizagem prazeroso e divertido”. Entre os objetivos destacados pelo autor foram a elaboração conjunta de material didático que se adeque à realidade territorial onde a escola está inserida; levar até as escolas do campo, ações educativas sobre prevenção e cuidados com a malária; estimular a participação da comunidade escolar (pais, profissionais administrativos da escola e moradores da comunidade) durante as atividades e inserir elementos lúdicos nas ações educativas de prevenção à malária nas escolas.
Sobre as ações realizadas, o projeto capacitou 11 técnicos de saúde escolar da secretaria de educação sobre abordagem da temática de malária para crianças; criou o fluxo de trabalho entre a vigilância ambiental e o PSE; conseguiu aquisição por parte do município de material educativo para trabalhar o tema nas escolas, e realizou 15 ações educativas em escolas da zona rural sobre prevenção da malária.
“Além de ajudar no processo de comunicação, também tornamos a comunidade em multiplicadores das atividades que realizamos. Tornar a população protagonista do processo de continuidade das ações foi a chave que abriria as possibilidades de inserir a temática da prevenção da malária no cotidiano das famílias”, explicou Souza. Segundo ele, a experiência se torna inovadora a partir do momento que traz um novo olhar inclusivo para uma temática bastante antiga e que atinge de forma massiva a saúde da população nortista do Brasil.
Autor: Abelardo Jiménez Carvajal, Docente coordenador de extensão social da Fundação Universitária San Martín sede Cali, atuou como co-investigador da Universidade ICESI durante o desenvolvimento da experiência.
“O município de Cauca, na Colômbia, tem comunidades étnicas com forma de organização política autônoma e uma população majoritariamente em situação de pobreza. A região se configura a partir de uma segregação espacial e histórica das populações étnico-raciais, com indígenas nas terras altas, afrodescendentes nas planícies e sopés das serras e mestiços distribuídos nas três”, contextualizou Abelardo Carvajal.
O projeto tem como objetivo desenvolver a participação comunitária, respeitando as instituições de saúde, assim como, a saúde dos povos indígenas e comunidades afro-colombianas e camponesas, promover as capacidades indígenas das comunidades para conduzir estratégias participativas com base em um design social inovador para monitorar os principais indicadores de saúde, incentivar a participação das partes e realizar ações para melhorar a saúde.
Espaços de coprodução de participação comunitária que reconhecem demandas por reconhecimento de identidade e incidência em políticas públicas, ampliação das capacidades dos profissionais de saúde, através de um diploma de 100 horas, prototipagem em dois municípios da estratégia de Acompanhamento Participativo de problemas reais de saúde – Lições e diálogo sobre políticas e Diretrizes de Políticas Públicas sobre PCS com enfoque étnico e rural, foram alguns dos resultados da experiência apresentada pelo autor Abelardo Carvajal.
“Taller Sala 12- Residencia el Trébol-Cooperativa DODICI- Cooperativa HAMABI” – Uruguai
Autora: Selva Tabeira, coordenadora e fundadora do projeto, e auxiliar de enfermagem.
“A busca por soluções habitacionais e de reinserção no mercado de trabalho para os usuários legais internados no Hospital, tendo o usuário a possibilidade de sair do quarto e deixar de perambular ou ficar esquecido na cama, tendo a possibilidade de mudar de vida”, justificou Selva Tabeira, da Cooperativa de Habitação, Ajuda Mútua e Reciclagem (HAMABI) que foi criada para garantir a reinserção laboral dos usuários integrantes do projeto. “Hábitos de cuidar de si, dos outros e do espaço. Esta é a missão da HAMABI que garante casas concretas e dignas para o seu futuro”, diz Tabeira.
De acordo com Selva Tabeira, como perspectiva para o projeto, pretende-se dar continuidade ao processo de implantação da Lei de Saúde Mental 19.529 e que possa ser tido como modelo a ser replicado em outros distritos do Uruguai. “Um dos obstáculos encontrados em todos esses anos foi o estigma com que a sociedade sobrecarrega os usuários de saúde mental. É preciso combater isso. Porém sempre existiram pessoas, organizações e entidades dispostas a ajudar. A Saúde Mental é uma questão que diz respeito a todos nós, sendo a moradia e o trabalho peças fundamentais”, destacou.
Sobre ser uma experiência inovadora, Tabeira pontuou: “É considerada uma experiência inovadora porque antes da aprovação da Lei de Saúde Mental em 2017, a maioria desses aparelhos já funcionava. Além disso, contempla áreas da Saúde Mental que não são contempladas (moradia e trabalho) por um modelo clínico-hospitalarcêntrico”, finalizou a autora.
Lives anteriores
- Ferramentas de comunicação em saúde, em que as experiências mostraram como fazer da comunicação em saúde uma prática inclusiva, dialógica e descentralizada para garantir o direito do cidadão ao acesso à saúde de qualidade: https://apsredes.org/experiencias-de-participacao-social-enfatizam-a-importancia-da-comunicacao-dialogica-e-descentralizada-para-o-sistema-unico-de-saude/.
- Participação Social em Saúde para a garantia da cidadania: https://apsredes.org/cooperacao-horizontal-entre-paises-da-america-latina-destaca-praticas-de-participacao-social-em-saude-para-a-garantia-da-cidadania/.
O Laboratório de Inovação é uma iniciativa promovida pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), com a parceria do Centro de Educação e Assessoramento Popular (CEAP). Para acompanhar as atividades do LIS e conhecer as experiências homologadas, acesse o mosaico em: https://apsredes.org/liscns/.
_____________________
CNS y OPS/OMS en Brasil reúnen experiencias de participación social para garantizar el derecho a la salud de poblaciones en situación de vulnerabilidad
“Las cinco experiencias no solo están bien concebidas, desde el punto de vista conceptual y de ejecución, sino que tienen impactos reales, palpables en la vida de las personas, de las comunidades, de estos grupos vulnerables, y de manera ampliada, abordando el concepto ampliado de la salud, no sólo como la ausencia de enfermedad, sino el bienestar físico, psicológico, social, el acceso a los servicios y acciones de salud, la alimentación, la vivienda, la educación, el trabajo y los ingresos, rompiendo con la desigualdad, en particular, buscando salvaguardar la salud como una de los derechos humanos más fundamentales, tratando el derecho a la salud como un imperativo ético, un valor central para el desarrollo humano a ser protegido”, destacó el oficial de Sistemas y Servicios de Salud de la Organización Panamericana de la Salud/Organización Mundial de la Salud (OPS/OMS) en Brasil, Fernando Leles, quien participó como moderador del live promovido por el Laboratorio de Innovación de América Latina de Participación Social en Prácticas en Salud. El encuentro, realizado el 11 de mayo, trajo tres experiencias de los estados brasileños – Rio Grande do Norte, Amapá y Amazonas – y dos internacionales – Colombia y Uruguay. El live está disponible en el canal de YouTube del “Portal da Inovação na Gestão do SUS”, traducido para portugués, español y libras.
El investigador del Centro de Educación y Asesoría Popular (CEAP) y coordinador del Laboratorio, Henrique Kujawa, destacó la importancia de intercambiar conocimientos sobre el tema: “Este espacio del Laboratorio necesita tener una dimensión de continuidad. Hay un tema muy similar en Brasil con Colombia y Uruguay, la necesidad de garantizar que las personas en situación de vulnerabilidad se constituyan en ciudadanos de derecho y necesitan protección para eso. La reconquista del derecho necesita un proceso de sustentación, no de la tutela del Estado, sino de la garantía de los derechos, de la soberanía individual y colectiva”.
El polemista de live y asesor nacional de salud, Neilton de Oliveira, destacó la necesidad de priorizar la atención en salud mental de las poblaciones en situación de vulnerabilidad para garantizar el derecho a la vida: “Cuando hablamos de salud necesitamos valorar el aspecto del territorio, las condiciones físicas, el movimiento de la población, el trabajo, la vivienda, y hoy siento que no hay nada más fuerte para darle sentido a la autoría de la población que tiene trabajo y vivienda. Cuando tiene un lugar donde vivir, construye relaciones y comunidad, y eso da la dimensión colectiva de la salud y de la vida”.
Descubre las experiencias seleccionadas por el LIS
Autor: Rodrigo Tobias Lima, investigador en Salud Publica del ILMD/ Fiocruz Amazônia.
“La realidad de los pueblos indígenas que viven en los centros urbanos está marcada por prejuicios y estigmas en torno a la identidad étnica. Es doblemente excluyente, primero porque no están incluidos en el Subsistema de Salud Indígena, coordinado por la Secretaría Especial de Salud Indígena (SESAI/MS) y, segundo, porque no cuenta con una atención diferenciada por parte de la gestión municipal que tiene a su cargo el cuidado de los indígenas en el contexto urbano”, comenzó Rodrigo Tobias Lima, explicando el contexto de la experiencia.
Debido a la negligencia vivida por los indígenas de la ciudad de Manaus en el contexto de la pandemia, nació el proyecto de investigación colaborativa Manaós, con implicaciones y un cambio en el escenario de la participación indígena. Fue diseñado para ser realizado en conjunto con la comunidad desde su concepción. Investigadores, trabajadores y gestores de salud, líderes indígenas y usuarios han desarrollado estrategias para ampliar el acceso a esta población, promover la participación social y dar visibilidad a las demandas y necesidades de este grupo social. El proyecto fue desarrollado en la Comunidad Parque das Tribos, que tiene una población estimada de 3.000 habitantes, con 35 etnias, con el objetivo de traer respuestas pertinentes para mejorar la calidad de vida y salud de la población indígena.
Según el autor, “hay un choque cultural y un prejuicio de racismo estructural que sufren estos grupos, los indígenas viven en zonas de gran vulnerabilidad socioambiental, con una infraestructura urbana reducida y con Unidades de Atención Primaria alejadas de sus lugares de residencia. La organización social de las poblaciones indígenas en un contexto urbano es un fenómeno relativamente reciente y aún poco estudiado, que requiere una mayor inversión en investigación para apoyar la gestión municipal y estatal en la implementación de políticas que amplíen el acceso”.
Entre los resultados alcanzados, Tobias Lima menciona la construcción colaborativa del aviso público Fiocruz – AIMPAT y la Formación de 20 Agentes Indígenas de Salud Urbana para actuar en los equipos de salud del Parque das Tribos; participación en cinco consultas públicas en la Asamblea Legislativa y el Ayuntamiento de Manaus, sobre salud, educación, acceso al agua y recolección de basura; la realización de 15 talleres de empoderamiento y promoción de la autonomía de la identidad y cultura indígena y su relación con la salud y las condiciones de vida en la ciudad; elaboración de un sitio web para el Proyecto Manaós y formulación de tres documentos AIMPAT para la manifestación y construcción de una Unidad Básica de Salud Culturalmente Diferenciada, que será inaugurada en junio de 2023.
“La experiencia es innovadora, pues presenta una posibilidad única de promover la autonomía de grupos indígenas organizados que sufren invisibilidades, frente al sector público y sus políticas, a partir de proyectos de investigación e intervención a favor de la participación social y promoción de la ciudadanía”, presentó Rodrigo Tobías Lima.
“Movimento Nacional População de Rua-MNPR no RN: 2020 a janeiro de 2023” – Brasil (RN)
Autor: Vanilson Torres, del “Movimento Nacional População de Rua-MNPR”, Consejero Nacional de Salud del MNPR y miembro del Foro Derecho Humano a la Salud.
Ante la falta de alojamiento suficiente para personas sin hogar en la ciudad de Natal, en Rio Grande do Norte, así como la insalubridad de los equipos de alojamiento existentes, el Movimiento Nacional de Población Callejera (MNPR) en Rio Grande do Norte evaluó que, dada Ante la extrema vulnerabilidad de contagio por el coronavirus, anticipar la vacunación de las personas sin hogar sería una forma de protegerlas más rápidamente. “El MNPR dispuso que las dosis restantes de la reserva técnica (las que no se utilizan en los grupos prioritarios) sean destinadas a la población en situación de calle”, explica Vanilson Torres, representante del MNPR-RN, quien destacó los objetivos del proyecto para garantizar la suficiente número de vacunas ante el aumento exponencial de personas sin hogar durante la pandemia.
De acuerdo con el relato de experiencia, con las acciones realizadas, a través de reuniones con el Ministerio Público de Rio Grande do Norte para discutir el tema de las vacunas, con el Ministerio de Salud para aumentar el número de dosis y campañas de concientización, el número de dosis de vacunas se incrementó de 116.000 a 149.000 para la población de la calle en Brasil, se garantizaron dosis de Jansen (dosis única) destinadas a esta población, además de reuniones mantenidas con representantes de Conass y Conasems.
“La experiencia del MNPR en el campo de la vacunación durante la pandemia del Covid-19 fue innovadora ya que logró, en un corto período de tiempo, movilizar diferentes actores y entidades a nivel nacional y local para garantizar la protección vacunal de la población”, destacó el autor.
“Brincar para Eliminar: Integração Vig. Ambiental e Atenção Básica na Prevenção da Malária nas Escolas” – Brasil (AP)
Autor: Tiago Souza, promotor municipal para la eliminación de la malaria, Ministerio de la Salud/FIOTEC.
“La experiencia Brincar para Eliminar trae, en esencia, la ruptura de las barreras de comunicación con los niños, buscando hacer más accesibles y fluidos metodológicamente los temas relacionados con la prevención y el combate a la malaria. La información tiene que ser audible para el receptor, y como vehículo estamos utilizando la educación popular en salud y las prácticas pedagógicas”, explicó Tiago Souza.
El autor relató que la prevalencia de casos de malaria en niños en edad escolar en el área rural del municipio de Mazagão fue el principal factor para la realización del proyecto: “Promover la integración entre la vigilancia ambiental y la atención primaria a través de la PSE, a fin de producir, de manera equitativa y lúdica, materiales y acciones educativas para la prevención de la malaria que entiendan a los niños en todos sus idiomas, haciendo placentero y divertido el proceso de aprendizaje”. Entre los objetivos destacados por el autor se encuentran la elaboración conjunta de material didáctico que se ajuste a la realidad territorial donde se inserta la escuela; llevar a las escuelas rurales, acciones educativas sobre prevención y atención de la malaria; incentivar la participación de la comunidad escolar (padres de familia, administrativos escolares y vecinos de la comunidad) durante las actividades e insertar elementos lúdicos en las acciones educativas para la prevención de la malaria en las escuelas.
En cuanto a las acciones realizadas, el proyecto capacitó a 11 técnicos de salud escolar del departamento de educación en el abordaje del tema de malaria infantil; creó el flujo de trabajo entre la vigilancia ambiental y el PSE; logró adquirir material educativo del municipio para trabajar el tema en las escuelas, y realizó 15 acciones educativas en escuelas del área rural sobre prevención de la malaria.
“Además de ayudar en el proceso de comunicación, también convertimos a la comunidad en multiplicadores de las actividades que realizamos. Protagonizar a la población en el proceso de continuidad de las acciones era la clave que abriría las posibilidades de insertar el tema de la prevención de la malaria en el cotidiano de las familias”, explicó Souza. Según él, la experiencia se vuelve innovadora desde el momento en que trae una nueva mirada inclusiva a un tema muy antiguo que afecta masivamente la salud de la población en el norte de Brasil.
Autor: Abelardo Jiménez Carvajal, docente coordinador de extensión social de la Fundación Universitaria San Martín sede Cali, actuó coinvestigador de la Universidad ICESI en el desarrollo de la experiencia.
“El municipio de Cauca, en Colombia, tiene comunidades étnicas con una organización política autónoma y una población mayoritariamente en situación de pobreza. La región se configura a partir de una segregación espacial e histórica de poblaciones étnico-raciales, con indígenas en el altiplano, afrodescendientes en los llanos y precordilleranos, y mestizos distribuidos en los tres”, contextualizó Abelardo Carvajal.
El proyecto tiene como objetivo desarrollar la participación comunitaria, respetando las instituciones de salud, así como la salud de los pueblos indígenas y comunidades afrocolombianas y campesinas, promoviendo las capacidades indígenas de las comunidades para conducir estrategias participativas basadas en un diseño social innovador para monitorear indicadores clave de salud, fomentar la participación de las partes interesadas y tomar medidas para mejorar la salud.
Espacios de coproducción de participación comunitaria que reconozcan demandas de reconocimiento de identidad e incidencia en las políticas públicas, ampliación de capacidades de los profesionales de la salud, a través de un diplomado de 100 horas, prototipado en dos municipios de la estrategia de Monitoreo Participativo de problemas reales de salud – Lecciones y diálogo sobre políticas y Lineamientos de Políticas Públicas en PCS con enfoque étnico y rural fueron algunos de los resultados de la experiencia presentada por el autor Abelardo Carvajal.
“Taller Sala 12- Residencia el Trébol-Cooperativa DODICI- Cooperativa HAMABI” – Uruguay
Autora: Selva Tabeira, coordinadora y fundadora del proyecto, y auxiliar en enfermería.
“La búsqueda de soluciones habitacionales y de reinserción laboral para usuarios judiciales internados en el Hospital, el usuario tener la posibilidad de salir de la sala y dejar de estar deambulando o postrado en una cama olvidado, teniendo la posibilidad de cambiar su vida”, explicó Selva Tabeira, de la Cooperativa de Reciclaje y Ayuda Mutua (HAMABI), creada para garantizar la reinserción laboral de los usuarios del proyecto. “Hábitos de cuidado de uno mismo, de los demás y del espacio. Esa es la misión de HAMABI, que garantiza viviendas concretas y dignas para su futuro”, dice Tabeira.
Según Selva Tabeira, como perspectiva del proyecto se pretende continuar con el proceso de implementación de la Ley de Salud Mental 19.529 y que pueda ser vista como un modelo a ser replicado en otros distritos de Uruguay. “Uno de los obstáculos encontrados en todos estos años fue el estigma con el que la sociedad carga a los usuarios de salud mental. Es necesario luchar contra esto. Pero siempre ha habido personas, organizaciones y entidades dispuestas a ayudar. La Salud Mental es un tema que nos concierne a todos, siendo fundamental la vivienda y el trabajo”, destacó.
“Se considera una experiencia innovadora debido a que previo a la aprobación de la Ley de SM en el año 2017, la mayoria de estos dispositivos ya se encontraban funcionando. Además, se contempla áreas de la SM que no son tomadas en cuenta (vivienda y trabajo) por un modelo clínico-hospitalocentrico”, finalizó la autora.
Lives anteriores
- Herramientas de comunicación en salud, las experiencias mostraron cómo hacer de la comunicación en salud una práctica incluyente, dialógica y descentralizada para garantizar el derecho ciudadano al acceso a una salud de calidad: https://apsredes.org/experiencias-de-participacao-social-enfatizam-a-importancia-da-comunicacao-dialogica-e-descentralizada-para-o-sistema-unico-de-saude/.
- Participación Social en Salud para garantizar la ciudadanía: https://apsredes.org/cooperacao-horizontal-entre-paises-da-america-latina-destaca-praticas-de-participacao-social-em-saude-para-a-garantia-da-cidadania/
El Laboratorio de Innovación es una iniciativa promovida por la Organización Panamericana de la Salud/Organización Mundial de la Salud (OPS/OMS) en Brasil, por el Consejo Nacional de Salud (CNS), en alianza con el Centro de Educación y Asesoría Popular (CEAP). Para seguir las actividades de LIS y conocer las experiencias aprobadas, acceda al mosaico en: https://apsredes.org/liscns/.