APSREDES

Experiências de participação social enfatizam a importância da comunicação dialógica e descentralizada para o Sistema Único de Saúde

“A comunicação em saúde deveria ser pautada pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, com modelos dialógicos e de escuta, universal e descentralizado, para se consolidar como prática e política, não apenas como instrumento”, afirmou o oficial de Sistemas e Serviços de Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Fernando Leles, na abertura da live Possibilidades comunicativas para a Participação Social em Saúde, primeira de um ciclo de seis encontros, promovidos pelo Laboratório de Inovação Latino-Americano de Práticas de Participação Social em Saúde, realizada no dia 19 de abril, e disponível no Canal do Portal da Inovação na Gestão do SUS no YouTube, em português, e em espanhol.

As cinco experiências convidadas mostraram como fazer da comunicação em saúde uma prática inclusiva, dialógica e descentralizada para garantir o direito do cidadão ao acesso à saúde de qualidade. As experiências são provenientes dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia.  Para o pesquisador Rodrigo Silveira, do Centro de Educação e Assessoramento Popular (CEAP), a participação social em saúde está para além dos locais institucionalizados. “O que vemos sobre a produção científica a respeito do controle social e da participação, o que aparece nos artigos, é uma participação meio dura, focada em reunião de conselhos, e a gente queria expandir, ver outras formas de iniciativas que surgem e fortalecem essa questão. No Laboratório de Inovação, temos iniciativas que surgem das próprias pessoas e movimentos sociais e que causam impacto, por isso pensamos na comunicação como a primeira live, porque é uma ferramenta essencial para manter o fluxo e ajuda demais a integrar a rede”, explicou.

A debatedora do encontro foi a conselheira do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Francisca Valda da Silva, “o direito à saúde passa pelo direito à comunicação, a informação é um direito, ela ajuda a tomar decisões, e as experiências destacadas mostram como é possível a inclusão e, também, melhorar o acesso dos usuários”, ressaltou.

Fonte: Foto captura de tela da live realizada pelo LIS CNS

 

 

Intercâmbio de experiências

 

A experiência “Documentário Manifesto! Pela Saúde Mental de Osasco realizado por pessoas usuárias da Rede de Atenção Psicossocial do município” de São Paulo foi apresentada pelo autor Eduardo Real, Conselheiro Municipal de Saúde Osasco e Usuário do CAPS AD Osasco, que destacou os principais pontos do projeto. “Tudo começou no final de 2021, contexto de pandemia, um momento muito difícil, para nós que somos pessoas usuárias da Rede de Atenção Psicossocial-RAPS do Município de Osasco, onde as dificuldades estavam bem acentuadas”, diz.

 

 

O autor explicou que “a partir dos diálogos entre os usuários surgiu o Coletivo Classe Livre, pessoas aguerridas em vários campos de luta que se juntaram para falar sobre as questões da luta antimanicomial, da luta no campo da saúde mental, e dos direitos de usuários e usuárias do SUS”.

O primeiro resultado do coletivo foi a construção do documentário “MANIFESTO! Pela Saúde Mental em Osasco/SP”, produzido de forma amadora, experimental, mas com forte o objetivo de refletir sobre a Rede Rede de Atenção Psicossocial Osasco e a conjuntura nacional sobre Saúde Mental, compartilhar conhecimentos entre pessoas usuárias e divulgar os resultados, além de apontar soluções de acordo com as análises, e utilizar o registro da situação da Rede para comparação.

Sobre as atividades desenvolvidas, o autor citou as principais: “Nós promovemos a participação social no conhecimento e fiscalização das Políticas Públicas de Saúde Mental do Município de Osasco, com a produção do documentário, feito com a utilização dos próprios celulares dos participantes, da coleta de informações nas redes, de uma série de diálogos com trabalhadoras e outras pessoas usuárias”. Também realizaram visitas guiadas aos equipamentos da Rede de Atenção Psicossocial por usuáries de outros equipamentos, aprendizados sobre a história da Rede de Atenção Psicossocial e Luta Antimanicomial através de visitas, palestras, lives temáticas, e compartilhamento de material, e a oportunidade de inserção de usuáries em conferências, Conselhos, Movimentos de Luta Antimanicomial e Antiproibicionista e outros espaços de participação social.

Para finalizar, Eduardo Real ressaltou a importância do documentário: “O coletivo e a produção do documentário é, acima de tudo, uma denúncia sobre a precariedade da Rede de Atenção Psicossocial aqui do município, que é a realidade de vários municípios, ela é a denúncia de um sofrimento constante que nós usuáries estamos vivenciando devido a esse desmonte, entre outras situações; o conteúdo trata disso, e para finalizar, é uma alegria muito grande está participando deste momento junto a vocês, e ter esse reconhecimento”.

 

Fonte: Fotos de arquivo enviadas pelo autor Eduardo Real.
Fonte: Fotos de arquivo enviadas pelo autor Eduardo Real.
Fonte: Fotos de arquivo enviadas pelo autor Eduardo Real.

 

 

 

Fonte: Fotos de arquivo enviadas pelo autor Eduardo Real.

 

A segunda autora a falar foi Renata Soares, da Secretaria Política do Movimento Nacional de Cidadãs Posithivas – MNCP, sobre a experiência “Radionovela: No AR Posithivas na Prevenção” de Minas Gerais, financiado por meio de edital público do Fundo Posithivo. O problema motivador da resposta foi a prevalência do HIV no Brasil e também o fato de que 108 mil pessoas no Brasil não sabem que são soropositivas.

.

 

 

A autora explicou que “o rádio chega em todos os lugares, por mais distantes que sejam. Quem se lembra no passado, as radionovelas fizeram muito sucesso! E aí, encontramos uma forma de acessar as pessoas. Nós queríamos levar a prevenção e a informação em Saúde qualificada para todos os públicos por meio das rádios. Principalmente, as rádios comunitárias nos mais diversos locais do País e também fora dele”.

Renata Soares destacou a sensibilização de parceiros(as) para um investimento ainda maior na radionovela, como meio para chegar às comunidades mais distantes, possibilitar que as pessoas conheçam o seu status sorológico após testagem, evitando o adoecimento e a morte e promover informação nas regiões com difícil acesso à rede de computadores. As histórias foram compostas por situações reais, trocando o nome dos envolvidos para garantir a privacidade de todos.

Sobre as atividades realizadas no projeto, a autora citou toda a produção do projeto, desde a escrita, planejamento das ações, aprovação do edital, definição de equipe técnica, captação de histórias de vida, negociação de valores com a produtora, edição de roteiro, musicalidade, seleção de atrizes, gravação dos episódios, levantamento das rádios comunitárias e dos locais que oferecem PEP e PrEP em todo o Brasil, até a conclusão com a prestação de contas do projeto ao seu financiador.

“Conseguimos veicular na  rádio Quintal FM, divulgar através do aplicativo Spotify e intensificamos a divulgação da mesma nas redes sociais do Movimento Nacional de Cidadãs Posithivas e demais parceiros. A experiência nos faz compreender que a democratização da informação é de suma importância”, disse Renata Soares.

Fonte: Imagens de arquivo enviadas pela autora Renata Soares.
Fonte: Imagens de arquivo enviadas pela autora Renata Soares.

 

 

 

 

 

 

 

A experiência “Comitê Comunitário Virtual: Experiência de Controle Social no Monitoramento de Ações de enfrentamento da Covid-19 nos bairros populares de Salvador” da Bahia, foi apresentada pela autora Fabiana Palma, Integrante do Grupo Impulsor do Comitê Comunitário. “Neste momento, o grupo tem discutido a construção de uma proposta dos comitês populares, que tem o importante objetivo de formar agentes populares nos bairros de Salvador e, também, fortalecer os conselhos locais de saúde”, ressaltou Fabiana Palma.

“Tudo se deu em um momento muito complexo, de uma ausência de gestão e falta de propostas efetivas para o enfrentamento da pandemia, pelos governos municipal e federal, uma despreocupação da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) com o avanço rápido da transmissão da Covid-19 nos bairros populares e o contexto histórico de desvantagem socioeconômica e iniquidades em saúde nesses bairros”, frisou Fabiana Palma.

Segundo a autora, as atividades desenvolvidas foram muitas, como diagnóstico e divulgação periódica sobre a transmissão da Covid-19 nos bairros populares de Salvador, projeto de apoio assistencial às famílias de baixa renda submetido ao edital Covid-19: Chamada Pública para Apoio a Ações Emergenciais junto às populações vulneráveis da Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ do Rio de Janeiro. A autora também elencou o ato em denúncia pública da situação de saúde nos bairros populares chamado “Vidas negras importam”, no Farol da Barra, reivindicações e denúncias para órgãos públicos (Prefeitura, Governo e Secretaria de Saúde), e realizações de lives com conteúdo sobre a pandemia e seus reflexos para as comunidades.

Foi produzida uma cartilha e um curso básico on-line sobre a prevenção da Covid-19, mobilização e articulação de mais de 43 bairros de Salvador e de 45 entidades/organizações e coletivos populares envolvidos na organização de agentes populares de saúde, aprovação de um projeto de apoio assistencial às famílias de baixa renda com doações de 200 cestas básicas e livros, além da articulação ampliada envolvendo todos/as no fortalecimento e consolidação do Comitê Comunitário como instância de luta popular pela saúde coletiva na cidade.

“A experiência é adaptável para o enfrentamento de qualquer problema de saúde que acometa populações em situação de vulnerabilidade social. E, todas as ações e o apoio aos coletivos foram realizadas sem qualquer suporte governamental, no período mais crítico da pandemia”, finalizou Fabiana Palma.

 

Fonte: Imagens enviadas pela autora Fabiana Palma.

 

Juliana Wahl, autora do “Projeto de Desenvolvimento de Práticas Inovadoras Aplicadas ao Conselho Estadual de Saúde do Espírito Santo”  do Espírito Santo, é analista de Políticas Sociais e consultora técnica do Ministério da Saúde na SAPS. Wahl explicou que “Apesar de ser um projeto recente, tem apresentado muitos resultados. O projeto nasce para que a sociedade visualize o que acontece dentro dos conselhos de saúde, para enxergarem os conselhos e para que eles estejam em diálogo com a sociedade”.

 

 

Em relação ao contexto, a autora explicou sobre a necessidade de estabelecer um diálogo do CES com os conselhos municipais de saúde, atores e movimentos sociais. “Até o início do projeto em 2022, o diálogo era feito através de canal de comunicação formal (Diário Oficial), as redes sociais não eram institucionalizadas, muitas coisas passavam pelos grupos de WhatsApp. O objetivo do projeto é qualificar os espaços de comunicação, é isso que tem sido feito. Outro objetivo do projeto é dar visibilidade ao trabalho dos diversos atores sociais que compõem o controle social no âmbito da saúde e divulgar campanhas educativas de promoção da saúde e de eventos e atividades protagonizados pelos conselhos de saúde, entidades e movimentos sociais”, disse.

O projeto também desenvolveu a identidade visual do CES e criou todos os materiais gráficos dos eventos, elaborou certificados, cobertura audiovisual, criação de conteúdo digital, entre outros. “Entre as ações realizadas destacamos a divulgação do movimento nacional pela vacinação no Estado do ES que foi criado pelo projeto, fizemos uma campanha de mobilização com a imagem do Zé Gotinha, a criação de projeto de divulgação com influenciadores digitais, a gente ainda está desenvolvendo, mas a importância de outros públicos (jovens, por exemplo) compreendam a importância da vacinação, e a mobilização e divulgação do Plano Estadual de Recuperação de Metas de Coberturas Vacinais”, comentou Juliana Wahl.

“Ainda temos dois anos de projeto, muitas atividades serão divulgadas ainda, a gente vê um impacto positivo da comunicação. Nossos objetivos iniciais foram cumpridos nos primeiros 6 meses de projeto. Mais do que uma divulgação das atividades no CES, o projeto visa promover a participação da popular no SUS através de uma construção de uma memória que passa pelos novos canais de comunicação”, finalizou a autora.

 

Confira as redes sociais da experiência:

https://www.instagram.com/conselhoestadualdesaude.es/

EmbedPress: Digite sua chave de API do YouTube em EmbedPress > Plataformas > YouTube para incorporar o canal do YouTube.

Fonte: Imagens enviadas pela autora Juliana Wahl

Fonte: Imagens enviadas pela autora Juliana Wahl

Fonte: Imagens enviadas pela autora Juliana Wahl

Fonte: Imagens enviadas pela autora Juliana Wahl

A experiência “Guia do SUS: instrumento para acesso ágil e oportuno à Rede de Atenção à Saúde” de Minas Gerais foi apresentada pela autora Rita Costa, consultora em Gestão e Planejamento em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Sarzedo/MG. “O contexto que a gente quer evidenciar é que durante o processo de elaboração do PMS 2022 – 2025 foram identificados pelos gestores e Conselho Municipal de Saúde os nós críticos: desconhecimento do funcionamento da Rede de Atenção à Saúde pela população local; a sobrecarga no serviço de urgência e emergência (UPA), por demandas que poderiam ser solucionadas na APS; e, além disso, demandas administrativas (solicitações de informações) no setor de Regulação que poderiam ser buscados na APS”, explicou.

 

“Foi identificada a necessidade de organizar os fluxos de encaminhamentos entre os profissionais e divulgar para a população como isso estava acontecendo e foi estabelecida como um caminho para melhorar o acesso à Rede de Atenção à Saúde, no município de Sarzedo, Minas Gerais, Brasil. O primeiro objetivo foi apresentar à população os serviços de saúde instalados no Município, promover ações de educação permanente para redirecionamento dos fluxos e processos de trabalho nas equipes, elaboração do Guia do SUS de Sarzedo e Validação do Guia do SUS com profissionais e conselheiros de saúde”, comentou Rita Costa.

Para isso, foram desenvolvidas atividades para construção e consolidação do Guia. De acordo com a apresentadora, durante a etapa de validação do Guia com o Conselho de Saúde, e, também, nas Rodas de Conversas com atores estratégicos foram discutidos aspectos organizacionais da RAS; identificados gargalos nos processos de trabalho da APS e Atenção Especializada que dificultam o acesso da população, e também, consensos e dissensos sobre os fluxos para acesso aos serviços de saúde disponíveis no município.

Os objetivos fortaleceram o papel fiscalizador e propositivo do Conselho de Saúde. “Além dos resultados já evidenciados, o Guia do SUS de Sarzedo contribuirá, a curto e médio prazo, para a melhoria do acesso da população, por meio da entrega de informações claras sobre a localização e serviços oferecidos em cada ponto de atenção”, pontuou a autora.

Sobre o alcance do Guia, Rita Costa comentou: “A gente precisa, de fato, medir o impacto do Guia, ainda não temos, vamos construir, queremos medir se melhorou e se a população mudou a forma como chegar na UPA, isso está no nosso radar. Sobre o acesso ao Guia, a população recebe como um instrumento de trabalho que o agente comunitário leva até a população e conta sobre a importância do material, e também, pensamos em disponibilizar no meio digital para ser acessível a todos”.

Fonte: Imagens enviadas pela autora Rita Costa.

Fonte: Imagens enviadas pela autora Rita Costa.

Fonte: Imagens enviadas pela autora Rita Costa.

Fonte: Imagens enviadas pela autora Rita Costa.

 

Após um bate-papo com perguntas e respostas entre os(as) convidados(as), as considerações finais foram feitas. Fernando Leles destacou o quanto as experiências potencializam as ações dos conselhos, das entidades, dos movimentos, da comunicação como estratégia de fortalecimento da comunidade, de proteção, de denúncia, como manifestação das necessidades das populações em suas diferentes situações e de conscientização de educação em saúde. “São muitas as facetas da comunicação e conseguimos fazer um panorama aqui, que nos ajudam a renovar as esperanças no SUS, que apesar das dificuldades, sempre está vivo em todos os cantos do país e garantindo, na medida do possível, saúde para todos”, concluiu.

A atividade foi a primeira do ciclo de seis lives para a troca de conhecimentos e vivências entre os autores participantes do Laboratório, uma iniciativa promovida pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), com a parceria do Centro de Educação e Assessoramento Popular (CEAP). O objetivo da atividade é promover trocas e aprendizados entre as experiências de diversas partes do Brasil, visando potencializar ações locais, regionais, nacionais e, também, internacionais de práticas de participação social em saúde.

A segunda live do LIS CNS será no dia 25 de abril (terça-feira), às 16h, também no Canal do Portal da Inovação na Gestão do SUS no YouTube.

 

Para acompanhar as atividades do LIS, acesse: https://apsredes.org/liscns/.

 

 

Experiencias de participación social destacan la importancia de la comunicación dialógica y descentralizada para el Sistema Único de Salud

 

“La comunicación en salud debería guiarse por los principios y lineamientos del Sistema Único de Salud, con modelos dialógicos y de escucha, universales y descentralizados, para consolidarse como práctica y política, no solo como instrumento”, dijo el oficial de Sistemas y Servicios de Salud de la Organización Panamericana de la Salud/Organización Mundial de la Salud (OPS/OMS) en Brasil, Fernando Leles, en la apertura del vivo Posibilidades Comunicativas para la Participación Social en Salud, el primero de un ciclo de seis encuentros, promovido por el Laboratorio de Innovación de América Latina de Prácticas de Participación Social en Salud, realizado en el 19 de abril, y disponible en el Portal de Innovación en el Canal de Gestión del SUS en YouTube, en portugués y español.

Las cinco experiencias invitadas mostraron cómo hacer de la comunicación en salud una práctica incluyente, dialógica y descentralizada para garantizar el derecho ciudadano al acceso a una salud de calidad. Las experiencias provienen de los estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo y Bahia, todas de Brasil. Para el investigador Rodrigo Silveira, del Centro de Educación y Asesoría Popular (CEAP), la participación social en salud va más allá de los lugares institucionalizados. “Lo que vemos sobre la producción científica sobre control social y participación, lo que aparece en los artículos, es una participación bastante dura, enfocada en reuniones de consejo, y queríamos ampliar, ver otras formas de iniciativas que surjan y fortalezcan esta cuestión. En Laboratorio tenemos iniciativas que vienen de las propias personas y movimientos sociales y que tienen impacto, por eso pensamos en la comunicación como el primer tema, porque es una herramienta fundamental para mantener el flujo y ayuda mucho a integrar la red”, explicó.

La polemista del encuentro fue la consejera del Consejo Nacional de Salud (CNS), Francisca Valda da Silva, “El derecho a la salud implica el derecho a la comunicación, la información es un derecho, ayuda a tomar decisiones, y las experiencias destacadas muestran cómo es posible incluir y también mejorar el acceso de los usuarios”, señaló.

 

Intercambio de experiencias

 

La experiencia “¡Manifiesto Documental! Por la Salud Mental en Osasco realizada por usuarios de la Red de Atención Psicosocial del municipio” en São Paulo fue presentada por el autor Eduardo Real, Consejero Municipal de Salud de Osasco y Usuario del CAPS AD Osasco, que destacó los principales puntos del proyecto. “Todo comenzó a fines del 2021, en el contexto de la pandemia, un momento muy difícil para nosotros que somos usuarios de la Red de Atención Psicosocial-RAPS en el Municipio de Osasco, donde las dificultades fueron muy pronunciadas”, dice.

El autor explicó que “de los diálogos entre usuarios surgió el Colectivo Classe Livre, gente fuerte en varios campos de lucha que se unieron para hablar sobre los temas de la lucha contra el asilo, la lucha en el campo de la salud mental y los derechos de los usuarios y usuarias del SUS”.

El primer resultado del colectivo fue la construcción del documental “¡MANIFIESTO! Por la Salud Mental en Osasco/SP”, producido de forma experimental, pero con un fuerte objetivo de reflexión sobre la Red de Atención Psicosocial de Osasco y la situación nacional sobre Salud Mental, compartiendo conocimiento entre los usuarios y difundiendo los resultados, además de señalar soluciones de acuerdo a los análisis, y utilizando el registro de situación de la Red para comparación.

En cuanto a las actividades realizadas, el autor citó las principales: “Promovemos la participación social en el conocimiento y fiscalización de las Políticas Públicas de Salud Mental en el Municipio de Osasco, con la producción del documental, realizado con el uso de celulares de los propios participantes, la recopilación de información en las redes, una serie de diálogos con trabajadores y otros usuarios”. También realizaron visitas guiadas a los equipos de la Red de Atención Psicosocial por parte de usuarios de otros equipos, conociendo la historia de la Red de Atención Psicosocial y Lucha AntiAsilo a través de visitas, charlas, lives temáticas, intercambio de material y la oportunidad de insertar usuarios en congresos, cabildos, movimientos antiasilo y antiprohibicionista y otros espacios de participación social.

Eduardo Real enfatizó la importancia del documental: “El colectivo y la producción del documental es, ante todo, una denuncia de la precariedad de la Red de Atención Psicosocial aquí en el municipio, que es la realidad de varios municipios, es la denuncia del constante sufrimiento que estamos viviendo por esta situación, entre otras; el contenido trata de eso, y finalmente, es una gran alegría poder participar de este momento y tener este reconocimiento”.

La segunda autora fue Renata Soares, del Secretariado Político del Movimiento Nacional de Ciudadanos Posithivos – MNCP, sobre la experiencia “Radionovela: No AR Posithivas en Prevención” en Minas Gerais, financiada a través de convocatoria del Fundo Posithivo. El problema que motivó la respuesta fue la prevalencia del VIH en Brasil y también el hecho de que 108.000 personas en Brasil no saben que son VIH positivas.

.

La autora explicó que “la radio llega a todos lados, por muy lejos que estén. ¡Quién recuerda en el pasado, las radionovelas eran muy exitosas! Y luego encontramos una forma de acceder a las personas. Queríamos acercar la prevención y la información sanitaria de calidad a todos los públicos a través de las radios. Principalmente, radios comunitarias en los más diversos lugares del país y también fuera de él”.

Renata Soares destacó la conciencia de los socios para una inversión aún mayor en la radionovela, como medio para llegar a las comunidades más alejadas, posibilitando que las personas conozcan su estado serológico después de la prueba, evitando enfermedades y muertes y promoviendo información en las regiones con dificultades de acceso a la red informática. Las historias son compuestas por situaciones reales, cambiando los nombres de los involucrados para garantizar la privacidad de todos(as).

En cuanto a las actividades realizadas en el proyecto, Soares mencionó toda la producción del proyecto, desde la redacción, planificación de acciones, aprobación del aviso público, definición del equipo técnico, captura de historias de vida, negociación de valores con el productor, edición, musicalidad, selección de actrices, grabación de episodios, la busca de radios comunitarias y locales que ofrecen PEP y PrEP en todo Brasil, hasta la conclusión con la rendición de cuentas del proyecto a su financiador.

“Pudimos transmitirla en radio Quintal FM, publicitarla a través de la aplicación Spotify e intensificar su difusión en las redes sociales del Movimiento Nacional de Ciudadanos Posithivas y otros aliados. La experiencia nos hace entender que la democratización de la información es de primordial importancia”, dijo Renata Soares.

La experiencia “Comité Comunitario Virtual: Experiencia de Control Social en el Monitoreo de Acciones de Combate a la Covid-19 en Barrios Populares de Salvador” en Bahía, fue presentada por la autora Fabiana Palma, Integrante del Grupo Impulsor del Comité Comunitario. “En este momento, el grupo viene discutiendo la construcción de una propuesta de los comités populares, que tiene como objetivo importante la formación de agentes populares en los barrios de Salvador y también el fortalecimiento de los consejos locales de salud”, habló Fabiana Palma.

“Todo sucedió en un momento muy complejo, con falta de gestión y falta de propuestas efectivas para enfrentar la pandemia, por parte de los gobiernos municipal y federal, falta de preocupación por parte de la Secretaría Municipal de Salud de Salvador (SMS) con el rápido avance de la transmisión de la Covid-19 en los barrios populares y el contexto histórico de desventaja socioeconómica e inequidades en salud en estos barrios”, señaló Fabiana Palma.

Según la autora, las actividades realizadas fueron muchas, como diagnóstico y divulgación periódica sobre la transmisión de Covid-19 en los barrios populares de Salvador, proyecto de apoyo asistencial para familias de bajos recursos sometidos al aviso de Covid-19: Convocatoria Pública para Emergencias de Apoyo a la Acción con poblaciones vulnerables en la Fundación Oswaldo Cruz – FIOCRUZ en Río de Janeiro. Fabiana Palma también enumeró el acto de denuncia pública de la situación de salud en los barrios populares denominados “Vidas negras importam”, en Farol da Barra, reclamos y quejas ante organismos públicos (Ayuntamiento, Gobierno y Departamento de Salud), y realizaciones de lives con contenido sobre la pandemia y su impacto en las comunidades.

Se elaboró ​​una cartilla y un curso básico online sobre la prevención de la Covid-19, movilización y articulación de más de 43 barrios de Salvador y 45 entidades/organizaciones y colectivos populares involucrados en la organización de agentes populares de salud, aprobación de un proyecto de apoyo a la atención para familias de escasos recursos con la donación de 200 canastas básicas y libros, además de la articulación ampliada de todos en el fortalecimiento y consolidación del Comité Comunal como instancia de lucha popular por la salud colectiva en la ciudad.

“La experiencia es adaptable para enfrentar cualquier problema de salud que afecte a poblaciones en situación de vulnerabilidad social. Y todas las acciones y apoyos a los colectivos se realizaron sin ningún apoyo gubernamental, en el período más crítico de la pandemia”, concluyó Fabiana Palma.

Juliana Wahl, autora del “Proyecto para el Desarrollo de Prácticas Innovadoras Aplicadas al Consejo Estatal de Salud de Espírito Santo” en Espírito Santo, es analista de Política Social y consultora técnica del Ministerio de Salud en SAPS. Wahl explicó que “a pesar de ser un proyecto reciente, ha mostrado muchos resultados. El proyecto nace para que la sociedad visualice lo que pasa dentro de los consejos de salud, para que vean los consejos y para que estén en diálogo con la sociedad”.

En cuanto al contexto, la autora explicó la necesidad de establecer un diálogo entre el CES y los consejos municipales de salud, actores y movimientos sociales. “Hasta el inicio del proyecto en 2022, el diálogo se hacía a través de un canal formal de comunicación (Gaceta Oficial), las redes sociales no estaban institucionalizadas, muchas cosas pasaban por los grupos de Whatsapp. El objetivo del proyecto es cualificar los espacios de comunicación, y eso es lo que se ha hecho. Otro de los objetivos del proyecto es dar visibilidad al trabajo de los distintos actores sociales que integran el control social en el ámbito de la salud y dar a conocer campañas educativas de promoción de la salud y eventos y actividades que realizan los consejos, entidades y movimientos sociales de salud”, dijo.

El proyecto también desarrolló la identidad visual del CES y creó todo el material gráfico de los eventos, elaboración de certificados, cobertura audiovisual, creación de contenidos digitales, entre otros. “Entre las acciones realizadas, destacamos la difusión del movimiento nacional de vacunación en el estado de ES que fue creado por el proyecto, realizamos una campaña de movilización con la imagen de Zé Gotinha, la creación de un proyecto de difusión con digital influencers, aún estamos en desarrollo, pero la importancia de que otros públicos (jóvenes, por ejemplo) comprendan la importancia de la vacunación, y la movilización y difusión del Plan Estatal para la Recuperación de las Metas de Cobertura de Vacunación”, comentó Juliana Wahl.

“Aún tenemos dos años del proyecto, muchas actividades aún serán divulgadas, vemos un impacto positivo de comunicación. Nuestros objetivos iniciales se cumplieron en los primeros 6 meses del proyecto. Más que divulgar las actividades del CES, el proyecto tiene como objetivo promover la participación popular en el SUS construyendo una memoria que pasa por nuevos canales de comunicación”, concluyó la autora.

 

Consulta las redes sociales de la experiencia:

https://www.instagram.com/conselhoestadualdesaude.es/

EmbedPress: Digite sua chave de API do YouTube em EmbedPress > Plataformas > YouTube para incorporar o canal do YouTube.

 

La experiencia “Guía del SUS: instrumento para el acceso ágil y oportuno a la Red de Atención a la Salud” en Minas Gerais fue presentada por la autora Rita Costa, consultora en Gestión y Planificación en Salud de la Secretaría Municipal de Salud de Sarzedo/MG. “El contexto que queremos resaltar es que durante el proceso de elaboración del PMS 2022 – 2025, los nodos críticos fueron identificados por los gestores y el Consejo Municipal de Salud: desconocimiento del funcionamiento de la Red de Atención a la Salud por parte de la población local; la sobrecarga en el servicio de urgencias y emergencias (UPA), por demandas que podrían ser resueltas en la APS; y, además, las demandas administrativas (solicitudes de información) en el sector de Regulación que podrían ser buscadas en la APS”, explicó.

“Se identificó la necesidad de organizar los flujos de referencia entre los profesionales y divulgar a la población cómo esto sucedía y se estableció como una forma de mejorar el acceso a la Red de Atención a la Salud, en el municipio de Sarzedo, Minas Gerais, Brasil. El primer objetivo fue presentar a la población los servicios de salud instalados en el Municipio, promover acciones de educación permanente para redirigir los flujos y procesos de trabajo en los equipos, elaboración del Guía SUS de Sarzedo y validación con profesionales y orientadores de la salud” , comentó Rita Costa.

Para ello, se desarrollaron actividades de construcción y consolidación del Guía. Según la autora, durante la etapa de validación del Guía con el Consejo de Salud, y también en las Ruedas de Conversación con actores estratégicos, se discutieron aspectos organizacionales de la RAS; se identificaron problemas en los procesos de trabajo de la APS y Atención Especializada que dificultan el acceso de la población, así como, el consenso y disenso sobre los flujos de acceso a los servicios de salud disponibles en el municipio.

Los objetivos fortalecieron el papel fiscalizador y propositivo del Consejo de Salud. “Además de los resultados ya mostrados, el Guía SUS Sarzedo contribuirá, en el corto y mediano plazo, a mejorar el acceso de la población, al entregar informaciones claras sobre la ubicación y los servicios ofrecidos en cada punto de atención”, señaló Rita Costa.

Sobre el alcance del Guía, Rita Costa comentó: “Realmente necesitamos medir el impacto, todavía no tenemos, lo vamos a construir, queremos medir si ha mejorado y si la población ha cambiado la forma de llegar a la UPA, eso está en nuestro radar. En cuanto al acceso al Guía, la población recibe como una herramienta de trabajo que el agente comunitario lleva a la población y les cuenta la importancia del material, y además, pensamos ponerlo a disposición en el medio digital para que sea accesible a todos”.

Luego de una charla de preguntas y respuestas entre los invitados, se realizaron las consideraciones finales. Fernando Leles destacó cuánto las experiencias potencian el accionar de los consejos, entidades, movimientos, la comunicación como estrategia de fortalecimiento comunitario, la protección, la denuncia, como manifestación de las necesidades de las poblaciones en sus diferentes situaciones y la concientización de la educación en salud. “Son muchas las facetas de la comunicación y logramos hacer un panorama aquí, que nos ayudan a renovar las esperanzas en el SUS, que a pesar de las dificultades, está siempre vivo en todos los rincones del país y garantizando, en la medida de lo posible, la salud de todos”, concluyó.

Esta fue la primera actividad del ciclo de seis lives para el intercambio de conocimientos que realiza el Laboratorio, una iniciativa de la Organización Panamericana de la Salud/Organización Mundial de la Salud en Brasil, del Consejo Nacional de Salud, en alianza con el Centro de Educación y Asesoría Popular (CEAP). El objetivo de la actividad es promover intercambios y aprendizajes entre experiencias de diferentes partes de Brasil, con el objetivo de potenciar acciones locales, regionales, nacionales y también internacionales de participación social en las prácticas de salud.

 

La segunda live de LIS CNS será en el 25 de abril, a las 16h, también en el canal Portal da Inovação na Gestão do SUS en YouTube.

 

Para seguir las actividades de LIS, visite: https://apsredes.org/liscns/.

 

 

https://apsredes.org/acesse-o-documentario-manifesto-pela-saude-mental-de-osasco-e-a-radionovela-no-ar-posithivas-na-prevencao/

 

 

Galeria de Imagens

Esta gostando do conteúdo? Compartilhe