A última edição deste ano da APS em Revista, publicação quadrimestral da Rede de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), repercute os resultados da iniciativa desenvolvida pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil e Ministério da Saúde, em 2019, por meio do Prêmio APS Forte para o SUS: Acesso Universal.
O Prêmio teve por objetivo identificar, dar visibilidade, reconhecer e promover iniciativas locais, municipais ou regionais que focaram na melhoria do acesso da população aos serviços e às ações realizadas pela APS, priorizando e reforçando o papel da APS como porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e coordenadora da atenção no sistema de saúde. “O Prêmio APSForte para o SUS (2019) foi fruto de um trabalho coletivo e produto original para uma cooperação técnica contemporânea e culturalmente adequada para o Brasil”, ressalta o coordenador da Unidade Técnica de Sistema e Serviços de Saúde da OPAS/OMS no Brasil e coordenador da iniciativa na época, Renato Tasca.
Para os editores da APS em Revista, a edição vai dar mais visibilidade e reconhecimento as experiências participantes, cerca de 1.200 práticas. Neste número estão em destaque as experiências vencedoras do Prêmio, bem como um conjunto de análises sobre os trabalhos enviados sob diferentes temáticas da APS abordadas no Prêmio. “Trata-se, sem dúvida, de uma grande contribuição ao debate sobre a APS e se mostra bastante atual pelas alternativas e possibilidades que surgem em um momento dramático que a sociedade vive”, ressaltam os editores da revista em Editorial.
Para a sucessora de Renato Tasca na coordenação da Unidade Técnica de Sistemas e Serviços de Saúde da OPAS/OMS no Brasil, Mónica Padilla, a parceria com a academia permite avançar na divulgação do conhecimento das práticas desenvolvidas pelos profissionais de saúde, como também ter um melhor diagnóstico das necessidades de pesquisa na APS. “A iniciativa do Prêmio traz oportunidades para a academia pois amplia as possibilidades de se trabalhar uma intervenção no serviço, a partir do momento em que você tem uma fotografia fiel da APS”, aponta Padilla que coordena a edição do Prêmio APS Forte para o SUS deste ano. (Saiba mais aqui)
“Devido a pandemia de Covid19, lançamos um chamado para a APS e recebemos 1.600 relatos de profissionais de saúde sobre as atividades desenvolvidas no enfrentamento da pandemia. A primeira etapa da iniciativa APS Forte no SUS no combate à pandemia está sendo o compartilhamento das experiências entre os profissionais de saúde por meio de debates virtuais, dentre outras atividades. No próximo semestre, realizaremos a segunda edição do Prêmio APS Forte, com as experiências participantes”, explica Padilla.
O Prêmio APS Forte na APS em Revista
O primeiro artigo traça um quadro geral do acesso aos serviços de atenção primária à saúde no SUS, apontando fortalezas e desafios emergentes das experiências apresentadas, pavimentando a sequência que apresenta nos três artigos seguintes as experiências vencedoras: inicialmente, uma análise do discurso dos atores na mobilização social e institucional na experiência de trabalho em Atenção Básica/Saúde da Família na UBS de Heitor Beltrão, Rio de Janeiro; depois o artigo que descreve a experiência de empoderamento da população como estratégia para construção de cidadania visando o enfrentamento de problemas de saúde no âmbito da APS em Abaetetuba, Pará; e por fim o artigo que descreve a experiência de Jaraguá do Sul, Santa Catarina, visando reduzir filas de espera nas unidades de saúde do município mediante a elaboração e aplicação de um Protocolo de Enfermagem.
Os artigos subsequentes deste número tratam de diversas facetas da premiação. O quinto artigo analisa as experiências e iniciativas realizadas em áreas remotas e/ou em cenários de vulnerabilidade social e que visam trazer melhorias à população no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS). O sexto artigo analisa as experiências do Prêmio APS Forte relacionadas à ampliação e flexibilização de horários visando identificar atributos do acesso/primeiro contato e da orientação comunitária que embasaram a construção das experiências.
O sétimo artigo aborda as experiências que abordaram intervenções no campo da força de trabalho em saúde, realizadas para garantir o fortalecimento da APS no SUS. Na sequência, o oitavo artigo analisou as experiências ligadas às estratégias para ampliação do acesso a ações e serviços de saúde em áreas remotas e/ou de vulnerabilidade. O nono artigo deste número apresenta uma análise das experiências de imunização submetidas ao premio APS Forte apontando seus desafios e praticas na condução de uma das mais relevantes e consolidadas intervenções em saúde pública no Brasil.
O décimo artigo analisou as experiências submetidas ao prêmio APS Forte de iniciativas de Práticas Integrativas Complementares que demonstram como as mesmas estão inseridas e incorporadas na APS. O décimo primeiro artigo analisou as experiências de alimentação e nutrição inscritas no Prêmio APS Forte, apontando potencialidades, desafios e perspectivas futuras. Por último, o décimo segundo artigo, uma contribuição internacional, apresenta a necessidade de fortalecer a APS para alcançar melhores resultados de saúde apoiada por uma ampla base de evidências, independentemente do tipo de modelo de saúde, país ou cultura.
A APS em Revista, ao promover a divulgação de uma premiação que mobilizou equipes e profissionais de saúde do país, reforça sua convicção de que a busca pela excelência tem efeitos positivos sobre toda a cadeia de formulação e geração de conhecimento aplicado. Em um ambiente altamente dinâmico e que apresenta um forte condicionante de conjuntura, o esforço coordenado deve estar alinhado a rápidas respostas na ponta. Por isso, este número somente foi possível pela colaboração e solidariedade entre editoria, OPAS e autores e autoras. A estes, nosso agradecimento especial.
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