O Laboratório de Inovação – Incentivo à produção, à disponibilidade, ao acesso e ao consumo de frutas, legumes e verduras tem como objetivo: identificar, selecionar e divulgar experiências inovadoras, desenvolvidas no Brasil, que valorizem e fortaleçam sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis, com vistas a aumentar a disponibilidade e o consumo de frutas, legumes e verduras enquanto estratégias para a promoção da alimentação adequada e saudável.
E, como objetivos específicos:
– Constituir um acervo de acesso público e gratuito, on line, com experiências inovadoras de incentivo à produção, ao abastecimento e ao consumo de frutas, legumes e verduras, selecionadas por meio deste edital, que promovam, valorizem e fortaleçam sistemas alimentares capazes de contribuir para a promoção da alimentação adequada e saudável.
– Disponibilizar informações, baseadas em experiências, vivências e evidências que possam subsidiar a construção de políticas públicas colaborativas setoriais e intersetoriais e a produção de informações sobre o tema.
– Promover a cooperação horizontal, entre os autores das experiências de incentivo à produção, ao abastecimento e ao consumo de frutas, legumes e verduras e outros interessados em implantar e fomentar experiências similares em seus territórios de atuação.
– Apoiar a formulação do marco brasileiro de referência para apoiar políticas setoriais e intersetoriais e desenvolvimento de estratégias, ações, programas e projetos que promovam o incentivo à produção, ao abastecimento e ao consumo de frutas, legumes e verduras.
– Promover iniciativas que ampliem a adoção da rastreabilidade e dos requisitos mínimos de qualidade de frutas, verduras e legumes, de modo a garantir produtos de qualidade e seguros para consumo por parte da população brasileira.
– Identificar experiências que contribuam para o aumento da disponibilidade, do acesso e do consumo de frutas, legumes e verduras pela população brasileira.
Podem participar do Laboratório de Inovação:
– Gestores e/ou servidores públicos, das esferas federal , estadual , municipal ou do Distrito federal, que atuem em setores afins à temática (saúde, educação, assistência social, desenvolvimento rural, agricultura e abastecimento e similares).
– Representantes ou lideranças de coletivos ou de organizações e associações da sociedade civil, organizações não governamentais que comprovem vínculo com a experiência a ser inscrita.
– Representantes e lideranças de Povos Indígenas e Povos e Comunidades Tradicionais (Decreto nº 6040/2007).
O que são os Laboratórios de Inovação?
A estratégia do Laboratório de Inovação em Saúde (LIS) foi idealizada pela OPAS/OMS Brasil, em 2008, para agregar uma nova ferramenta nas atividades de cooperação técnica a partir da compreensão de que diversas inovações são produzidas no Sistema Único de Saúde (SUS). O Laboratório de Inovação tem como propósito a identificação, sistematização e divulgação dessas iniciativas, aspirando tornar-se referência para a troca de conhecimentos e experiências entre gestores(as), trabalhadores(as) e outros atores no Brasil, além de disseminar as experiências brasileiras bem-sucedidas para outros países.
O LIS busca captar e documentar os conhecimentos considerados bem-sucedidos, inovadores e relevantes das experiências desenvolvidas no âmbito da gestão, atenção e da formação no SUS, e que apresentam contribuições para a melhoria do processo de trabalho e dos serviços de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). Por meio deste Edital, pretende-se também gerar conhecimentos de forma ascendente e envolvendo outros setores sobre as repercussões das ações e políticas de incentivo à produção, ao consumo e ao abastecimento de frutas, legumes e verduras com impacto nas condições de saúde e nutrição da população brasileira como subsídio para fortalecer a atuação do SUS.
Por que um LIS associando políticas de incentivo à produção, à disponibilidade, ao acesso e ao consumo de frutas, legumes e verduras (FVL)?
Políticas, ações e estratégias de incentivo ao consumo de frutas, legumes e verduras, (FLV) são fundamentais no âmbito da promoção da saúde e da alimentação adequada e saudável no Brasil, por colaborarem para aumentar a diversidade do consumo alimentar, protegerem contra doenças como câncer, obesidade e outras, contribuírem com a manutenção da saúde e apoiarem a proteção às tradições e cultura alimentar.
Além da vasta lista de benefícios para a saúde, o sistema alimentar que incentiva a produção de frutas, legumes, verduras, contribui para a conservação da biodiversidade, para a sustentabilidade ambiental e para a melhora da qualidade de vida daqueles que vivem da produção e venda desses alimentos. Sistemas alimentares que apoiem e fortaleçam a produção desses grupos de alimentos, afetam diretamente o bem estar social, a economia e o meio ambiente.
Em dezembro de 2019, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) decretou o ano de 2021 como o Ano Internacional das Frutas, Legumes e Verduras. Assim, convida todos os países e outros atores relevantes a promover atividades destinadas a conscientizar e direcionar a atenção política para a contribuição das frutas, legumes e verduras para a promoção de sistemas alimentares diversificados, equilibrados e saudáveis.
Nesse sentido, o ano de 2021 pode ser um importante motivador para que o Brasil impulsione a meta estabelecida no Plano Nacional de Saúde 2020 – 2023, de reduzir e controlar a ocorrência de doenças e agravos passíveis de prevenção e controle e de contribuir para melhora do estado de segurança alimentar e nutricional da população brasileira. Um dos indicadores pactuados é aumentar o percentual de adultos (18 anos ou mais) que consomem frutas e hortaliças regularmente de 36,2% para 42%.
Incentivar e direcionar políticas públicas de incentivo à produção, ao abastecimento e consumo de frutas, legumes e verduras são ações essenciais no atual contexto da pandemia de covid-19. De acordo com relatório lançado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a covid-19 levará à aceleração e ao aumento da fome e da pobreza nos países da Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe. Para manter vivo o sistema alimentar regional, a orientação é para que os países mantenham o funcionamento das operações agrícolas, apoiem o transporte, o processamento e a embalagem de produtos agrícolas e de pesca, resolvam problemas logísticos das cadeias de valor alimentar e garantam a operação de pontos de venda. Acreditamos que as experiências obtidas por meio desse LIS favorecem o reconhecimento de soluções, perspectivas e estratégias locais voltadas à resposta aos desafios na oferta e consumo de FLV.
Equipe Técnica
Ministério da Saúde
Ana Maria Thomaz Maya Martins
Gisele Bortolini
Iracema Moura
Maria de Fátima Cruz Correia de Carvalho
Milena Serenini
INCA
Bruna Pitasi Arguelhes
OPAS/OMS
Luisete Bandeira
FAO
Aline Czezacki
WFP
Albaneide Peixinho
Gregory Rosa
Apoio Técnico
Camila Maciente
Luiz Gustavo dos Santos
Comunicação
Sílvia Sousa
Processo de Avaliação e Habilitação para o Edital de Chamamento Público Laboratório de Inovação: incentivo à produção, à disponibilidade, ao acesso e ao consumo de frutas, legumes e verduras
O Ministério da Saúde, com a cooperação técnica da Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) Brasil e parceiros, torna público, para o conhecimento das pessoas interessadas, o Resultado Final do edital que recebeu, entre 01 de julho de 2021 e 17 de setembro de 2021, as inscrições de experiências para o Laboratório de Inovação: incentivo à produção, ao abastecimento e ao consumo de frutas, legumes e verduras.
Eixos de atuação e cronograma
Cada inscrição precisa estar contemplada em algum dos eixos abaixo. Cada proponente poderá submeter uma experiência por eixo. Para cada experiência, deverá ser realizada uma inscrição diferente, por meio do formulário eletrônico disponível no site (www.apsredes.org). Caso haja mais de uma inscrição, no mesmo eixo e do mesmo proponente, será considerada aquela de inscrição mais recente
EIXOS
Os eixos temáticos do presente edital estão agrupados em 2 (duas) categorias, considerando as dimensões alimentar e nutricional que condicionam o estado de saúde e de nutrição de pessoas e populações. A dimensão alimentar envolve elementos tais como produção, abastecimento, comercialização e disponibilidade de alimentos. A dimensão nutricional envolve aspectos relacionados à escolha, preparo, consumo e à utilização dos nutrientes pelo organismo, ou seja, aqueles aspectos que se relacionam de forma mais próxima ao estado nutricional de pessoas e populações exigindo ações de caráter coletivo que apoiem esses condicionantes – no caso, ambientes alimentares saudáveis e ambientes promotores da saúde.
EIXO 1 - Produção, armazenamento, distribuição, processamento e comercialização de frutas, legumes e verduras
Neste eixo, devem ser inscritas experiências relacionadas às atividades e etapas que antecedem o consumo dos alimentos, são elas: produção, armazenamento, distribuição, processamento e comercialização de frutas, legumes e verduras. Tais atividades e etapas devem ser baseadas em boas práticas agrícolas e outras abordagens inovadoras para uma agricultura sustentável e sistemas alimentares que contribuam para a saúde e segurança alimentar e nutricional, incluindo as ações que tratam da redução das perdas e desperdícios dos alimentos.
- Fomento às cadeias de produção, armazenamento, abastecimento e distribuição de frutas, legumes e verduras;
- Incentivo aos circuitos curtos de produção, armazenamento, distribuição, processamento e comercialização, com destaque para aqueles que valorizam os alimentos da sociobiodiversidade regional e a sazonalidade, aliado a uma matriz tecnológica mais ecológica e sustentável;
- Fomento à produção orgânica e de base agroecológica de frutas, legumes e verduras;
- Incentivo, capacitação, fomento e assistência técnica que apoiem Povos Indígenas e Povos e Comunidades Tradicionais na produção de frutas, legumes e verduras, por meio da valorização de suas práticas tradicionais/ancestrais;
- Ações de assistência técnica e de orientação para a transição agroecológica, incluindo iniciativas de formação e qualificação de pequenos produtores e agricultores familiares que colaborem para essa transição;
- Estratégias para redução de perdas e desperdícios nas etapas de produção, armazenamento, abastecimento e comercialização;
- Inovação tecnológica no beneficiamento e processamento de frutas, legumes e verduras da biodiversidade brasileira nativa;
- Iniciativas voltadas aos produtores para a adoção das boas práticas agrícolas, associadas à rastreabilidade e aos padrões ou aos requisitos mínimos da qualidade das frutas, legumes e verduras;
- Iniciativas que incentivem e apoiem os circuitos curtos de comercialização que visem aproximar produtores e consumidores;
- Tecnologias sociais para uso sustentável de espécies brasileiras de frutas, legumes e verduras para diversificação da matriz de alimentos local;
- Ações, estratégias e iniciativas que estimulem práticas de extrativismo sustentável e abastecimento local de comércios varejistas ou feiras com frutas, legumes e verduras da biodiversidade brasileira.
EIXO 2 - Consumo de frutas, legumes e verduras, promoção e proteção de ambientes alimentares saudáveis
Neste eixo, devem ser incluídas experiências de educação alimentar e nutricional, comunicação e informação, com abordagens individual, familiar ou coletiva, que objetivem promover escolhas alimentares mais saudáveis, melhorar a saúde e valorizar a cultura alimentar brasileira. Inclui também – considerando a promoção de consumo adequado e saudável – ações, estratégias e iniciativas que promovam a alimentação adequada e saudável, favorecendo o acesso físico e financeiro a frutas, legumes e verduras, especialmente em territórios ou entre populações de maior vulnerabilidade social e econômica. Ações de promoção, proteção e valorização de ambientes alimentares saudáveis e promotores da saúde, que exigem ações de caráter intersetorial e intervenções com foco na coletividade, também estão no âmbito deste eixo temático.
- Iniciativas coletivas, no âmbito da Atenção Primária à Saúde do Sistema Único de Saúde, que tenham como objetivo incentivar o consumo de frutas, legumes e verduras da população do território;
- Estratégias que usem tecnologias, tais como telessaúde, eHealth, entre outras, que tenham por finalidade contribuir para a adoção de práticas e comportamentos alimentares mais saudáveis;
- Ações de educação alimentar e nutricional que utilizem metodologias participativas e inovadoras, valorizando a cultura alimentar e promovendo a autonomia decisória dos sujeitos, coletivos e indivíduos em relação à alimentação e comensalidade;
- Ações voltadas para a manutenção, o desenvolvimento e aprimoramento de habilidades culinárias;
- Experiências educativas que estimulem a produção para o autoconsumo;
- Ações educativas que estimulem o consumo de espécies nativas, levando em consideração aspectos regionais e de sazonalidade;
- Iniciativas de inclusão da educação alimentar e nutricional no currículo das instituições de ensino e seus resultados;
- Promoção de ambientes saudáveis por meio de leis e normativas que visem ao aumento da oferta e do consumo de frutas, legumes e verduras, em especial das espécies nativas e regionais, em espaços institucionais e/ou coletivos;
- Promoção e apoio à agricultura urbana em ambientes institucionais (como escolas, serviços de assistência social e de saúde, entidades prisionais, etc), quintais produtivos e similares desenvolvidos em espaços comunitários e coletivos no território;
- Aumento da disponibilidade e do acesso físico e econômico a frutas, verduras e legumes nos comércios varejistas, em especial para pequenos comerciantes localizados em territórios de vulnerabilidade econômica e social ou geograficamente mais remotos;
- Aumento da disponibilidade e do acesso físico e financeiro às frutas, legumes e verduras em regiões e para populações em situação de vulnerabilidade social, incluindo programas de distribuição direta de alimentos e de transferência de renda;
- Estratégias bem sucedidas para aumentar o acesso da população às frutas, legumes e verduras, por meio da redução dos preços desses alimentos ou aumento dos pontos de comercialização que aproximem produtor e consumidor;
- Comunicação, publicidade e marketing que valorizem as frutas, legumes e verduras, com destaque para as espécies nativas, no âmbito dos comércios varejistas de alimentos;
- Criação de redes de contatos entre produtores e comerciantes locais para ampliar a circulação e venda de frutas, legumes e verduras;
- Aumento da oferta de frutas, legumes e verduras em ambientes institucionais e/ou equipamentos públicos, tais como restaurantes universitários, restaurantes populares, cozinhas comunitárias, consultórios na rua, sistema prisional, entre outros.