Estratégias inovadoras para qualificação da formação em Enfermagem Obstétrica no município do Rio de Janeiro

A residência é um divisor de águas, amplia a visão da enfermeira obstétrica na sociedade, melhorando a assistência às mulheres em nosso país”.

Ricardo Mouta,  enfermeiro obstétrico, professor e coordenador da residência de Enfermagem Obstétrica da ENF/UERJ

 

O Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), desenvolvido em parceria com a secretaria municipal de saúde, forma especialistas para o Sistema Único de Saúde (SUS). Entre 2004 a 2019, 188 enfermeiras obstétricas passaram pela residência e a maioria atua nas Unidades de Saúde do Rio de Janeiro. O curso de especialização, na modalidade residência, tem como campo de prática os hospitais maternidades públicos do município visando qualificar o processo de cuidado em enfermagem obstétrica, por meio de uma gestão pedagógica participativa entre docentes e preceptores no serviço.

“Nós da residência traçamos diretrizes pedagógicas, tudo isso para fortalecer a experiência: questões do parto como evento fisiológico, a desmedicalização, a humanização da assistência, os direitos da mulher sexuais e reprodutivos. Para que as residentes possam atuar na prática de forma funcional autônoma e libertária, com consciência libertadora, com conhecimentos, habilidades e atitudes técnicas, organizacionais, relacionais e sócio políticas, sempre trazendo como base a questão do gênero e da cultura”, explica Ricardo Mouta, coodenador do curso. As novas diretrizes internacionais para formação de enfermeiras obstétricas, com vista à ampliação do escopo da prática assistencial e gerencial das profissionais no SUS, estão contempladas no curso. 

Por meio de metodologias ativas, de laboratórios de simulação, com técnicas de dramatização, discussão e resolução de problemas, o curso visa a capacitação das enfermeiras obstétricas para o cuidado integral e humanizado às mulheres na gestação, parto e puerpério, com ênfase nos aspectos sociais, culturais, emocionais e biológicos da saúde sexual e reprodutiva. É incentivada também a capacidade reflexiva, crítica e criativa das residentes para que elas  possam atuar em defesa dos direitos humanos, sexuais e reprodutivos das mulheres e, assim, contribuir para a melhoria dos resultados e indicadores da assistência prestada pela atenção primária.

A reestruturação do programa refletiu em melhorias na colaboração entre preceptoria e corpo docente para a elaboração de estratégias e metodologias formativas em serviço, fortaleceu a articulação ensino-serviço mediada pela inclusão dos projetos de extensão, colaboração nas atividades formativas e participação do serviço nas oficinas e capacitações previstas no programa de ensino. Além da constituição de parcerias interinstitucionais entre programas de residência em enfermagem obstétrica, que favorecem o intercâmbio de experiências e cooperação acadêmica.

Fonte – Informações cedidas pelos autores.

Laboratório de Inovação em Enfermagem: Experiências da Residência em Enfermagem Obstétrica/UERJ

Ficha Técnica: Estratégias inovadoras para qualificação da formação em Enfermagem Obstétrica no município do Rio de Janeiro

Valorização da Enfermagem

Inovação na qualidade da formação profissional em enfermagem

Ricardo José Oliveira Mouta
Adriana Lenho de Figueiredo Pereira
Edymara Tatagiba Medina
Sandra Cristina de Souza Borges da Silva
Juliana Amaral Prata

A Especialização em Enfermagem Obstétrica na modalidade de residência (Residência em Enfermagem Obstétrica – Res.Enf.Obst.) é um curso de pós-graduação lato sensu oferecido pela Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ENF/UERJ), desde 2004, e desenvolvido em parceria/apoio do Ministério da Saúde (MS), Secretaria Estadual de Saúde (SES/RJ) e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS/RJ).
O curso está em consonância com as legislações do Ministério da Educação (MEC) e do ensino de pós-graduação lato sensu vigentes na UERJ, bem como as estabelecidas pela Comissão Nacional de Residência Multiprofissional e em Área Profissional (CNRM), e alinhado com as determinações regimentais da Comissão de Residência Multiprofissional em Saúde e em Área Profissional da Saúde da UERJ (COREMU-UERJ). Destaca-se que o Programa é autorizado pela CNRMS, constando como nº 175, e inscrito no SIGResidências do MS, tendo o nº 4138.

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