De acordo com o Atlas da Obesidade Infantil no Brasil, 14,3% das crianças de 2 a 4 anos estão com excesso de peso, sendo 7,8% com diagnóstico nutricional de sobrepeso e 6,5% com obesidade. O excesso de peso ocasiona repercussões deletérias importantes e predispõe ao surgimento de outras Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) como Diabetes Mellitus tipo 2 e Hipertensão Arterial, cujo controle e manejo constituem desafios para a saúde pública. Sendo a infância um período de descobertas e formação das preferências alimentares, a escola é um local potente para educação em saúde e construção de bons hábitos de vida. Neste contexto, propomos ações de educação alimentar e nutricional dentro do ambiente escolar de acordo com a Linha de Cuidado Nutricional da Criança e do Adolescentes e aos moldes do programa “Avança Saúde Criança e Adolescente”, que visa a Reestruturação e Requalificação das Redes Assistenciais da Cidade de São Paulo. A partir da avaliação antropométrica de crianças em duas unidades de ensino do município de São Paulo, aquelas identificadas com obesidade grave foram encaminhadas para atendimento individual com pediatra e nutricionista. Os demais alunos classificados com sobrepeso e obesidade foram encaminhados para atividades coletivas estruturadas em quatro encontros quinzenais articulados na unidade educacional com a participação dos pais/responsáveis e conduzidas por nutricionistas e profissionais das UBS de referência. Espera-se que as ações de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) propostas na Atenção Primária em Saúde contribuam para a melhora do padrão alimentar dos pré-escolares e suas famílias, reduzindo a incidência de desvios nutricionais primários e suas comorbidades.