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Telemedicina – novo normal em Uberlândia/MG

O protagonismo da APS e o suporte das ferramentas de comunicação (teleconsultoria, teleconsulta e telemonitoramento) fizeram a diferença em Uberlândia no enfrentamento da Convid-19. A cidade possui cerca de 683 mil habitantes, atendidas por 221 equipes de APS, sendo 39 equipes de Saúde Bucal. A enfermeira e coordenadora do Setor Central Norte da SMS de Uberlândia, Poliana Castro Bonati, explicou que o combate à Covid-19 ocorreu em cinco frentes: vigilância, cuidado, comunicação, grupos vulneráveis e manutenção do atendimento.

A resposta da APS começou com os profissionais de saúde realizando o teste rápido para Covid-19 para garantir o atendimento. Outra medida de prevenção citada pela enfermeira Poliana Castro de Resende Bonati foi o sucesso da campanha de vacinação para Influenza, que atingiu a cobertura de 124%. “Por meio do atendimento no domicílio durante a campanha, nós identificamos os pacientes com risco alto e moderado para Covid-19, cerca de 10 mil idosos”, destaca Poliana Bonati.

O uso da tecnologia de comunicação com o usuário, por meio de teleconsulta, também se mostrou efetivo em Uberlândia. “O usuário com síndrome respiratória leve realiza consulta virtual, via whatsapp, com profissional de nível superior para uma avaliação clínica inicial. Os usuários com risco de agravamento, como idosos frágeis e usuários com condições crônicas, que apresentaram casos leves da doença são telemonitorados”, explica Bonati.

A teleconsultoria ofereceu o suporte do médico especialista para o generalista neste processo de telemonitoramento. “Foi possível visualizar a APS coordenando a rede através da discussão de casos de pacientes internados por Covid-19. Nesses momentos de teleconsultoria, a APS apresentava um caso antes do paciente ter adquirido Covid. A Urgência e Emergência falava como recebeu o paciente. O hospital informava como foi o manejo, daí passava o paciente para o Melhor em Casa (atendimento domiciliar) até chegar na APS com um plano de cuidado. Então essa proposição de rede que a APS coordena está sendo possível com a ferramenta de teleconsultoria”, ressaltou Bonati.

A APS em Uberlândia manteve a estratificação de risco para os idosos durante a pandemia. “Já tínhamos realizados a estratificação de risco em 41 mil idosos. Para a manutenção deste trabalho, o instrumento de estratificação foi adaptado para o telemonitoramento. Com isso, na pandemia estratificamos 730 idosos”, explica Bonati. “Vale registrar que desde 2017, Uberlândia trabalhava com a estratificação de risco de pessoas idosas e isso fez diferença na nossa resposta à pandemia. Foi importante ter todos esses processos organizados”, observa a enfermeira. Para os idosos estratificados são ofertadas os planos de cuidado que são monitorados à distância pelos profissionais da APS.

A parceria com a Assistência Social do município possibilitou que a APS coordenasse também as ações de prevenção e assistência nas instituições de longa permanência. Além disso, a APS de Uberlândia manteve as consultas presenciais com hora marcada para pré-natal e puericultura, visando reduzir a taxa de mortalidade infantil no coeficiente de 5 mortes por mil nascidos vivos.

“Hoje os médicos especialistas estão sob a coordenação da APS, dividindo o mesmo espaço físico da APS. As agendas estão sendo organizados para que se tenha o atendimento compartilhado com o clínico, então esse é o nosso novo normal”, aponta Bonati. Como aprendizado, Poliana Bonati ressalta a importância da integração da atenção especializada com a APS e diz que o novo normal será aprimorar os novos processos da telemedicina no pós-pandemia.

APS FORTE - A importância da continuação do cuidado das condições crônicas na APS durante a pandemia

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