“A teleconsultoria democratiza o acesso à informação científica, impacta a qualificação dos profissionais de APS e, consequentemente, a melhoria dos cuidados em saúde. Com isso, contribui de forma efetiva para o fortalecimento do SUS”.
Laura Ferraz dos Santos, enfermeira
Um número de telefone de discagem gratuita (0800.644 6543), um cadastro no primeiro contato e a possibilidade de aperfeiçoamento permanente para os profissionais da Enfermagem da Atenção Primária à Saúde, seja por aulas remotas, consultas para tirar dúvidas online e canal de disseminação de novos conteúdos. Uma receita simples com um resultado expressivo, o TelessaúdeRS-UFRGS é um dos núcleos do Programa Telessaúde Brasil Redes, lançado em 2007 pelo Ministério da Saúde.
A experiência foi selecionada pelo Laboratório de Inovação em Enfermagem, desenvolvido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no Brasil e pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), devido aos resultados exitosos e pelo potencial de difusão no Sistema Único de Saúde. Saiba mais aqui.
Desde 2014, a experiência gaúcha já contabiliza mais de 12 mil teleconsultorias síncronas, solicitadas por enfermeiros dos 26 estados e do Distrito Federal. Atualmente, está disponível ininterruptamente das 8h às 20h (horário de Brasília), de segunda à sexta-feira, a partir de Porto Alegre.
As principais discussões clínicas são sobre problemas de pele (lesões por pressão, úlcera de estase/arterial, feridas operatórias, diagnóstico e manejo de lesões de pele), vacinação, apoio na administração de medicamentos, infecções sexualmente transmissíveis (sífilis), atenção ao pré-natal e planejamento reprodutivo, e outras questões relacionadas ao cuidado da saúde da mulher. A discussão entre pares com aporte científico possibilita uma atuação assertiva.
Apesar de as solicitações chegarem de todos os estados brasileiros, o volume médio de teleconsultorias é de 60 por semana. Recentemente, com a pandemia da COVID-19, houve maior divulgação do serviço pelo Ministério da Saúde, mas nem assim houve um aumento da demanda média.
A maior demanda vem da região Sul, seguida da Sudeste. Desde a criação, o TelessaúdeRS já esteve restrito aos profissionais gaúchos, porém em 2016 passou a ser oferecido a todo o Brasil. De forma lenta e gradual, enfermeiras e enfermeiros passaram a entrar em contato, em geral curiosos em conhecer o serviço, o que posteriormente foi sendo incorporado às suas práticas na Atenção Primária à Saúde (APS).
Desta forma, o desafio da experiência é tornar as teleconsultorias em Enfermagem parte da rotina dos profissionais da APS, permitindo a manutenção, desenvolvimento e expansão do serviço no SUS. Como desafio está a ampla divulgação entre a categoria da enfermagem, a facilitação da atuação emergencial por enfermeiras e enfermeiros, via Protocolos Clínicos, a promoção da enfermagem baseada em evidências, além do financiamento da prática, entre outros pontos.
A experiência tem se mostrado eficaz ao promover a democratização do acesso à informação científica e tem potencial de impacto direto na qualificação dos profissionais da Enfermagem da APS e, consequentemente, na melhoria dos cuidados em saúde. Os encontros virtuais permitem a discussão entre pares, possibilitando o aporte científico para uma atuação assertiva. Favorecem o exercício do raciocínio clínico para aperfeiçoamento das práticas e condutas, o que contribui para um cuidado mais eficaz e seguro.
Fonte – Informações cedidas pelos autores.
Telemedicina baseada em evidências científicas
O TelessaúdeRS-UFRGS está vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). As atividades se iniciaram por meio de um projeto piloto de teleconsultorias assíncronas (gravadas e disponibilizadas via e-mail) para as equipes gaúchas da APS. Em 2013, foi criada uma plataforma online (https://plataformatelessaude.ufrgs.br/) para melhor estruturação das solicitações. Além disso, criou-se a modalidade de ligação telefônica gratuita permitindo que a tutoria seja feita ao vivo.
A evolução do modelo foi um processo natural, a partir da observação e da crença no potencial do trabalho de enfermeiras e enfermeiros na APS. A modalidade síncrona foi proposta como uma ferramenta prática e ágil, com o objetivo de dar suporte às discussões de casos clínicos e esclarecer dúvidas.
Além das teleconsultorias, foram desenvolvidas ações de teleducação, como web palestras, web aulas, seminário de dúvidas e vídeos que ficam disponíveis para acesso no canal do TelessaúdeRS na plataforma YouTube. Já são dezenas de milhares de visualizações. Um bom exemplo é o curso sobre avaliação e tratamento de feridas na APS disponibilizado em quatro edições (https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/cursos/manual_feridas.pdf). A última teve 12 mil inscrições.
Para além do auxílio imediato à tomada de decisão, a teleconsultoria também é um espaço privilegiado para a aprendizagem, já que as discussões, condutas e sugestões ocorrem pela difusão de conhecimento e pelo compartilhamento das demandas cotidianas de um país de grandes dimensões territoriais, contrastes sociais, econômicos e culturais. Considerando-se que uma APS forte fortalece o SUS, as teleconsultorias também favorecem o fortalecimento do Sistema.
Ao resgatar o movimento mundial de expansão e valorização da enfermagem proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Conselho Internacional de Enfermeiras (ICN), através da campanha NursingNow, o Telessaúde vem ao encontro de iniciativas inovadoras como a oferta gratuita de suporte à prática clínica da enfermagem na APS. Assim, a teleconsultoria em enfermagem é uma ferramenta relevante na qualificação do cuidado prestado.
Diante da constatação da OMS de que não haverá cobertura universal de saúde sem o uso da saúde digital, a tecnologia é importante aliada na democratização do acesso à saúde, e também ao conhecimento científico, devendo estar disponível a todos profissionais de saúde.
Valorização da Enfermagem
Uso de evidências científicas na prática da enfermagem
Laura Ferraz dos Santos,
Daniela Dal Forno Kinalski,
Edson Fernando Muller Guzzo,
Elise Bottesselle de Oliveira,
Rudi Roman,
Roberto Nunes Umpierre
Laura Ferraz dos Santos
As teleconsultorias para enfermeiras (os) da Atenção Primária à Saúde (APS) do Brasil, são oferecidas pelo TelessaúdeRS desde agosto de 2014. Inicialmente foi ofertado às enfermeiras do Rio Grande do Sul e em fevereiro de 2016, ampliadas para todo o Brasil.
Quem responde as solicitações são enfermeiras especialistas em saúde da família, saúde coletiva, obstetrícia, estomaterapia, entre outras especialidades. Somos parte da equipe de Teleconsultoria e Regulação que conta com equipe multiprofissional de dentistas, médicos e nutricionistas.
As discussões entre pares são pautadas dentro das atribuições legais da profissão e baseadas nas evidências científicas disponíveis, Quando a teleconsultora julga necessário, o caso é discutido com os outros colegas da equipe (dentistas, médicos, nutricionistas). Todas as ligações são gravadas e a teleconsultora registra em um formulário online os dados da solicitação (dúvida, hipótese, conduta sugerida e no mínimo duas referências utilizadas na resposta) e ao final da ligação o solicitante pode avaliar o atendimento. Essa rotina permite a auditoria e qualificação das teleconsultorias.
O TelessaúdeRS-UFRGS é um dos núcleos do Programa Telessaúde Brasil Redes, lançado em 2007 pelo Ministério da Saúde (MS). Está vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e iniciou suas atividades com um projeto piloto, oferecendo teleconsultorias assíncronas (via e-mail), para os profissionais de saúde da APS do Estado. Em 2013 foi disponibilizada uma Plataforma (https://plataformatelessaude.ufrgs.br/) para as mesmas solicitações e ainda, criou-se a modalidade síncrona de solicitação, através de ligação telefônica gratuita (0800 644 6543) para médicos.
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