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Sedentarismo supera o cigarro em mortes no mundo

Os hábitos de vida sedentários, de acordo com estudos recentes patrocinados por organismos internacionais, entre eles a OMS, estão matando cinco milhões de pessoas por ano em todo o mundo, constituindo, assim, um risco potencial maior ainda que o do tabaco. O que se vê em toda parte é que, apesar de o corpo humano precisar de exercícios para manter ossos, músculos, coração e outros órgãos com o funcionamento ideal, as pessoas andam, correm e pedalam cada vez menos, passando mais tempo em seus veículos ou diante de um computador.

A estimativa de tais estudos é de que até um terço da população mundial adulta pode ser considerada fisicamente inativa – e que este número vem aumentando – configurando mesmo uma situação que já tem sido denominada de “pandemia”. Descobriu-se, por exemplo, que três entre cada 10 indivíduos com mais de 15 anos, o que equivale a 1 bilhão e meio de pessoas no mundo, são resistentes às recomendações relativas à atividade física. Mesmo entre pessoas mais jovens o quadro preocupa, na medida em que tais estudos mostram que cerca de 80% dos adolescentes entre 13 e 15 anos não se exercitam o suficiente. Ao que parece, o sedentarismo aumenta com a idade, é mais significativo entre as mulheres e nas populações de países ricos.

Em termos mundiais, a maioria dos sedentários adultos é encontrada em Malta, na Sérvia e no Reino Unido, todos com acima de 60% de inativos. Do outro lado, a Grécia e a Estônia dão um exemplo positivo, com nada mais do que 16 e 17%, respectivamente.
Mas não param por aí as constatações: quando se compara atividades físicas com estatísticas de algumas doenças, como diabetes, problemas cardíacos e câncer, verifica-se que a inatividade pode responsabilizada por até 10% das mortes ocorridas em todo o mundo. A inatividade é hoje considerada fator de risco comparável ao fumo e à obesidade, se não superior a estas, com as quais frequentemente se associa.
Mas o que seria uma atividade física adequada? Os cientistas consideram que é aquela em que as pessoas se envolvem em exercícios moderados por pelo menos 30 minutos cinco vezes por semana, ou ainda, alternativamente, 20 minutos três vezes por semana.

As autoridades de saúde, capitaneadas pelo OMS, estão de fato preocupadas com o fenômeno e vêm propondo medidas, divulgadas intensivamente nos meios de comunicação oficiais, científicos e leigos. Um pressuposto interessante para as estratégias de educação dessas pessoas é o fato de que a redução do sedentarismo em 10% pode eliminar mais de meio milhão de mortes a cada ano. Assim, supõe-se que, ao se generalizar a atividade física, a expectativa de vida da população mundial poderia aumentar em 0,68 ano.

Sobre a questão de como convencer as pessoas a se movimentarem, não há fórmujlas mágicas. O pesquisador Gregory Heath, da University of Tennessee, por exemplo, sugere que as medidas mais eficazes são as campanhas dos meios de comunicação e pequenas mensagens, como “subir de escada ao invés de elevador”, além dos “clubes de caminhada”, bem como certas medidas de política urbanística, tais como, a criação de ciclovias ou a proibição pontual da circulação de carros nos centros das cidades. Tais esforços são particularmente necessários em países com renda baixa e média, onde as mudanças econômicas e sociais podem reduzir rapidamente a atividade física, até então relacionada com o trabalho e transporte.

O Portal apsredes.org separou para seus leitores uma pequena série de publicações recentes sobre tal assunto, mostradas a seguir*.

•    Ilkka Vuori, MD, Ph.D, Sedentarism Rises, Becomes Global Health Hazard  Tampere, Finland Spring/Summer 2003 Vol. 11, Issue 1
•    http://www.isags-nasul.org/noticias_interna.asp?idArea=2&lang=1&idPai=3775
•    The Lancet, Volume 380, Issue 9838, Pages 190 – 191, 21 July 2012

*Nota produzida por Flávio Goulart para o Portal da Inovação na Gestão

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