Saúde Bucal e Covid-19: ações realizadas pela APS na Zona Sul de São Paulo/SP

ampliação da atuação das equipes de Saúde Bucal na pandemia de Covid-19

As eSB foram remanejadas para outras atividades na APS como no monitoramento por videochamada dos casos confirmados de Covid-19. 

O enfrentamento da pandemia de Covid-19 exigiu das equipes de Saúde Bucal (eSB), lotadas nas Unidades Básicas de Saúde da Zona Sul de São Paulo, adequações no processo de trabalho. Com alto risco de transmissão de Covid-19 durante os procedimentos odontológicos, a orientação foi priorizar a realização de procedimentos clínicos de urgência e emergência odontológicas nas UBS e executar outros papéis no enfrentamento da pandemia pela APS, para garantir o acesso dos usuários aos serviços. “As eSB tiveram adequações no seu processo de trabalho que efetivaram e evidenciaram a força da APS no SUS ampliando a atuação das equipes para além dos limites físicos dos consultórios odontológicos, evidenciado assim a integração com a Estratégia Saúde da Família”, explica a cirurgiã dentista Beatriz Nunes.

A gerente de Atenção à Saúde da SMS de São Paulo, Danielle Palacio, ressalta que as 32 eSB, que atuam na região do Campo Limpo e Vila Andrade por meio da parceria com a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE) e a prefeitura de São Paulo, venceram desafios impostos pela Covid-19 para garantir o acesso da população da região, cerca de 280 mil pessoas. “O medo da pandemia e de todos os riscos que pudessem acontecer pela contaminação da Covid-19 levou a equipe a fazer um longo estudo e entender a realidade para propor ações que fossem efetivas para a garantia desse cuidado com qualidade”, aponta Palacio. 

“No início, as eSB se mostraram temerosas visto a ausência de informação e de estudos científicos quanto ao uso do aerossol, o tempo de espera para a limpeza terminal da sala e ainda a escassez de EPIs. Foi necessário frearmos os atendimentos eletivos e dar prioridade aos atendimentos de emergência odontológicos. O medo era geral tanto dos pacientes como dos profissionais”, afirma Beatriz Nunes, cirurgiã-dentista. 

Com a reorganização do trabalho das eSB, parte dos profissionais foi deslocada para as urgências odontológicas em regime de rodízio e a maioria dos colaboradores apoiou as demais ações de enfrentamento da pandemia nas UBS, como orientação de fluxo, triagem dos pacientes, monitoramento dos casos de síndromes gripais por teleatendimento, visitas domiciliares, orientação de pré-natal odontológico e manejo de saúde mental.

O especialista de programas governamentais da SMS, Leandro Loschiavo, apresenta alguns indicadores da assistência prestada desde abril de 2020 até os dias atuais pelas eSB. “Foram realizadas 40.200 consultas odontológicas, 17.400 procedimentos clínicos, foram atendidas 17.000 pessoas em situação de urgência odontológicas. As eSB realizaram o acompanhamento de 84% das gestantes da região. A força de trabalho das eSB é responsável pelo maior número e volumetria de teleatendimento em saúde para as equipes do território, cerca de 70.720 teleatendimentos”, aponta Loschiavo.

A diretora da Atenção Primária da SMS, Luciana Borges, ressalta o importante papel das eSB na pandemia especialmente por meio do teleatendimento. “Além de monitorar os pacientes diagnosticados com Covid-19, as eSB têm monitorado e acompanhado os pacientes com condições crônicas evitando o agravamento das suas condições de saúde. Outro papel fundamental desempenhado pelas eSB é o apoio na vacinação”, aponta Borges.

" As equipes de Saúde Bucal adequaram o processo de trabalho, que efetivou e evidenciou a força do SUS, ampliando a atuação para além dos limites dos consultórios odontológicos". Beatriz Nunes

Experiência

Este relato apresenta as adequações que as eSB, que atuam nas UBS da parceria entre SMS/SP e Sociedade Beneficente Albert Einstein (SBIBAE) realizaram em seus processos de trabalho diante do contexto do enfrentamento da pandemia de COVID-19.

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