O Laboratório de Inovações na atenção às condições crônicas em Santo Antônio do Monte/Minas Gerais (Samonte) está construindo um novo modelo de atenção à saúde na cidade, com foco no cuidado dos usuários com hipertensão arterial e diabetes, gestantes e crianças de até um ano de idade, além de fortalecer a integração das ações da vigilância com as da assistência. As atividades desenvolvidas em Samonte foram apresentadas no primeiro dia (14/03) da IV Mostra Nacional da Saúde da Família, em Brasília. O Laboratório de Inovação é uma iniciativa do Conass em parceria com a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, a prefeitura de Samonte e a Opas Brasil.
Rita Cataneli, coordenadora de Núcleos do Conass, explicou que a iniciativa utiliza como referencial teórico o Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC), que une o Modelo da Atenção Crônica, o Modelo da Pirâmide de Risco e o Modelo da Determinação Social da Saúde de Dahlgren e Whitehead, cuja a autoria é do sanitarista Eugênio Vilaça, também consultor do Laboratório (clique aqui). A primeira edição do Laboratório ocorreu em Curitiba, onde foram desenvolvidas algumas ferramentas do MACC e estão sendo implantadas em Samonte (veja aqui).
Para Nayara Dornela, da Subsecretaria de Vigilância e Proteção à Saúde, da SES/MG, o maior desafio foi a construção de um modelo de atenção que qualificasse os macros e microprocessos da Atenção Primária e do manejo das doenças crônicas. Ela citou alguns macroprocessos já realizados no município, como a territorialização, cadastramento das famílias, classificação de riscos familiares, diagnostico local, planejamento da infra-estrutura física, planejamento de recursos humanos, estratificação de risco das condições crônicas. Os microprocessos também estão sendo incorporados como os procedimentos operacionais padrão (pops) e fluxos administrativos nas unidades básicas.
Uma novidade que surgiu neste Laboratório de Inovação foi a figura do coach, uma pessoa que participa das reuniões nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para apoiar no planejamento e na implantação dos microprocessos, além de motivar os profissionais de saúde. Além do coach, também há a figura do tutor que faz a condução da implantação dos produtos e está presente no cotidiano da UBS.
Atenção Secundária – Samonte possui um Centro de Referência Secundária Viva Vida Hiperdia, que atende treze municípios vizinhos, cerca de 430 mil habitantes. Segundo Priscila Rabelo, coordenadora do Centro de Referência, a atenção primária em Samonte implantou a estratificação de risco dos usuários com condições crônicas para que apenas os de alto risco (vermelho) e muito alto risco (preto) fossem encaminhados para o Centro de Referência. “É possível utilizar as ferramentas do Modelo mesmo sem o prontuário eletrônico. Catalogamos os usuários por cores e identificamos os de alto risco no mapa do território”, diz. Entre as ferramentas estão o plano de cuidado integrado, atenção compartilhada em grupo, atenção contínua, Gestão de caso, Autocuidado apoiado.
Para Carlos Alberto Pereira Gomes, subsecretário de Vigilância da SES/MG, o Laboratório é um legado para todas as equipes, pois consiste em um processo de aprendizado de trabalho em construção coletiva.
Veja as apresentações:
– Priscila Rabelo – Coordenadora do Centro de Referência
– Wagner Fulgêncio Elias – Superintendente de APS – SES MG
– Susana – Superintendência Regional de Saúde de Divinópolis
Por Vanessa Borges, para o Portal da Inovação