Até 30 de agosto de 2019, se reúnem em Brasília (DF) 60 representantes de 22 países das Américas – com a presença de palestrantes dos Estados Unidos, Reino Unido e Suíça – para discutir mecanismos capazes de fortalecer a produção e utilização de informações e evidências científicas sobre os recursos humanos em saúde (RHS) na Região das Américas. O evento é coordenado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em conjunto com o Ministério da Saúde do Brasil.
Nesta quarta-feira (28), primeiro dia do encontro, a OPAS e a OMS apresentaram aos participantes algumas iniciativas globais e regionais que buscam fortalecer as informações sobre RHS, entre elas, as Contas Nacionais da Força de Trabalho em Saúde (CNFTS). A aplicação dessa metodologia tem a função de facilitar a disponibilidade e a padronização de informações sobre profissionais de saúde, assim como o acompanhamento do desempenho das políticas de RHS rumo ao alcance do acesso e cobertura universal de saúde, um dos principais desafios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A expectativa é que, nos próximos dias de evento, se definam em conjunto os roteiros para aplicação gradual desse mecanismo nos países da Região, integrando os avanços dos países das Américas no campo dos sistemas de informação em RHS.
Khassoum Diallo, coordenador de Dados, Evidências e Gestão do Conhecimento do Departamento de Recursos Humanos em Saúde da OMS, ressaltou que a Estratégia Global sobre Recursos Humanos para a Saúde: Força de Trabalho 2030 (EGRHS 2030) e a Estratégia de Recursos Humanos para o Acesso Universal à Saúde e Cobertura Universal de Saúde da OPAS estão alinhadas e podem auxiliar os países a superarem o desafio que é dimensionar sua própria força de trabalho. “As Contas Nacionais da Força de Trabalho em Saúde são um mecanismo capaz de fortalecer os sistemas de informação sobre recursos humanos de uma forma ativa e prática, apontando como usá-los para apoiar a tomada de decisão”, disse.
Segundo Mónica Padilla, coordenadora da Unidade Técnica de Capacidades Humanas para a Saúde da OPAS/OMS no Brasil, as equipes nacionais possuem um papel fundamental em sua função de gerar informações e evidência para decisões em políticas públicas. Nesse sentido, ressaltou a contribuição da Rede de Observatórios de Recursos Humanos em Saúde para impulsionar o processo de geração de informação e evidência como base para a toma de decisões de política pública neste campo. “A constituição dos observatórios em nível de país parte da criação de um grupo intersetorial e interinstitucional que se consolida na produção de informação, estudos da força de trabalho e formulação de políticas, e que em 2019 caminhou muito, pois o rol de produção e utilização da informação vai sendo incorporada nas funções de condução dos países com níveis variáveis de progresso e autonomia”, explicou. Na ocasião, Padilla também apresentou a situação da informação sobre saúde nas Américas e os desafios enfrentados para compilação de dados válidos.
Conseguir levar a saúde para todas as pessoas e o rápido envelhecimento da população são dois grandes desafios vividos pelo Brasil, afirmou Alessandro Glauco Vasconcellos, diretor do Departamento de Gestão do Trabalho em Saúde do Ministério da Saúde. Para lidar com as duas questões, segundo ele, é essencial ter dimensão da força de trabalho em saúde e sua distribuição no país. “A assistência universal de saúde exige que todas as pessoas, mesmo as que moram em regiões distantes ou de difícil acesso, tenham a mesma oportunidade de acesso. Dessa forma, se não conhecermos a realidade sanitária de cada região e quais são os profissionais de saúde que nelas estão, não conseguiremos o êxito de expandir assistência a todos que precisam”.
Acesse as apresentações da oficina.
Fonte – OPAS Brasil