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Psicólogos da APS de Maringá garantem a continuidade do cuidado durante a pandemia

Autor: Maria Heloisa Cella Conter

Coautores: Leandro Carmo de Souza, Ana Carolina Abdla Goya e Dulce Zara Gentil do Nascimento

A Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR criou o Plantão de Acolhimento e Monitoramento Psicológico para atender aos usuários durante a pandemia. Por meio de atendimento remoto, via telefone e/ou videochamada, 34 psicólogas(os) das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município monitoram, orientam e acolhem os usuários com demandas de saúde mental.

“Logo no início da pandemia houve a necessidade de pensar em como atender aos usuários, foi muito forte o medo deles e também dos profissionais de saúde em pegar o vírus. Nós temos uma rede de Saúde Mental com emergência, em cada UBS tem um psicólogo. Temos um grupo de trabalho que se reúne para discutir sobre ações de saúde mental no município e para dar suporte aos profissionais de saúde. Fizemos um planejamento para mantermos o plantão de apoio psicológico dentro da Secretaria de Saúde, com atendimento das 7h à 1h da manhã, todos os dias e finais de semana. A partir de agosto, diminuímos o atendimento conforme a demanda, de 7h às 19h (segunda à sexta), pois as pessoas já conseguem lidar um pouco melhor com a situação”, explica Maria Heloísa Conter, psicóloga da Gerência de Saúde Mental do município de Maringá.

Foram realizados encontros para a promoção da educação permanente, com cinco módulos para todos os psicólogos, que se dividiram em grupos para não aglomerar e manter o atendimento à população ao mesmo tempo. “A experiência valoriza as trocas profissionais e propicia o aprofundamento de temas relacionados ao cuidado das demandas psicossociais geradas e/ou intensificadas pelo isolamento social, pela instabilidade financeira, pela insegurança, pelo adoecimento e pela morte”, explica.

Segundo Maria Heloísa, no início, o isolamento afetou a rotina das famílias, gerando conflitos. “Quem já tinha questões de saúde mental começou a agonizar mais. As tentativas de suicídio aumentaram, muitos usuários foram encaminhados para rede e seguiram também com acompanhamento no plantão. Tivemos que chamar o Corpo de Bombeiro muitas vezes para ideação suicida. O serviço criado deu um suporte muito grande aos usuários”, conclui Maria Heloísa Conter.

O plantão também monitora os usuários que já eram atendidos antes da pandemia. Nesses casos, a equipe determina a frequência das consultas que são realizadas por videochamada. “O Plantão de Acolhimento Psicológico apresenta diversos desafios às(aos) psicólogas(os), que buscam oferecer o cuidado em saúde mental de modo não presencial. Todavia, a concentração destes profissionais no mesmo local favorece o rico intercâmbio de conhecimento e de experiências. Tanto a educação permanente como o plantão foram riquíssimos para dar suporte aos servidores e aos usuários. Os profissionais também buscam suporte emocional e psicológico. Os usuários agradecem, até de outros estados e municípios nos ligam e são acolhidos também”, considera.

Até 31 de julho foram realizados 3.011 atendimentos psicológicos, incluindo monitoramento e acolhimento dos usuários. Entre as situações mais citadas pelos usuários foram a dificuldade de adaptação à situação de pandemia e o medo da doença. O atendimento é contínuo e não tem agendamento, o usuário pode entrar em contato quantas vezes forem necessárias. Até 5 de agosto, foram 54 mortes por Covid-19 e mais de 3 mil casos confirmados na cidade.

A EDUCAÇÃO PERMANENTE AOS PSICÓLOGOS QUE ATUAM NA ATENÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ COMO ESTRATÉGIA PARA ENFRENTAMENTO DO COVID 19

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