“Falar sobre educação sexual para adolescentes, por meio da utilização de tecnologias, tornou-se mais necessário ainda. A utilização dessa tecnologia se apresenta como uma aliada nos processos de orientações de prevenção e tratamento, assim como, na manutenção de hábitos de vida saudáveis, contribuindo para o aperfeiçoamento da comunicação entre os profissionais de saúde e os pacientes, favorecendo assim, o acompanhamento mais eficaz do processo saúde-doença. Portanto, esse instrumento gera benefícios, na assistência dos cuidados prestados à comunidade”, destaca João Victor Manço, enfermeiro e um dos autores do projeto.
O objetivo do aplicativo Prev-IST é transmitir informações confiáveis de modo rápido, de fácil acesso e gratuito sobre educação sexual para os jovens e adolescentes, oferecendo diversas temáticas relevantes para auxiliar na construção da tomada de decisão segura, diante a sua saúde sexual, como: informações sobre as IST (sintomas e modo de transmissão), prevenção combinada (PREP, PEP, testagem regular, vacinação e outros), puberdade, métodos contraceptivos, violência sexual e vídeos. Além disso, o Prev-IST conta com a possibilidade de o usuário registrar sua opinião sobre o aplicativo no próprio recurso. “Os jovens, por meio das interações nas escolas, suas dúvidas e sugestões nas redes sociais e no próprio app, ajudam mensalmente a atualizar o recurso. As nossas interações são disponibilizadas na rede social do Instagram @espacoabertosaudeuff nos destaques aplicativos”, comentou Manço.
Segundo o relato, o aplicativo proporciona a democratização do acesso seguro às informações sobre saúde sexual, e pretende criar consciência crítica entre os jovens frente aos problemas de saúde, ao conhecimento sobre o próprio corpo e a adoção de uma cultura de segurança na vida sexual. O Prev-IST vem desmistificar assuntos considerados tabus que devem ser tratados com seriedade, e afirmar o papel do enfermeiro diante o processo de promoção da saúde.
“O Prev-IST conta com uma programação que é independente de conectividade, podendo ser utilizado em redes de baixa qualidade e off-line. Sendo assim, os usuários poderão consultar as diferentes informações sobre as IST’s, puberdade, violência sexual, métodos contraceptivos e Prevenção Combinada. Dessa forma, o aplicativo tem sido utilizado não só por pessoas no Rio de Janeiro, mas no Brasil e até registros de utilização em outros países pelo mundo. Para ter acesso, no sistema Android, basta baixar na loja virtual e no sistema iOS o download é por meio desse link (https://previst.netlify.app/)”, explicou João Victor Manço.
Sobre os desafios encontrados ao longo do desenvolvimento da experiência, o autor sinalizou a falta de um financiamento direto para o projeto, o que reduziu algumas possibilidades na elaboração e disponibilização do produto, como a oferta nas lojas virtuais. “Apesar da solução encontrada para essa problemática ser viável, não ter o Prev-IST disponível no PlayStore/AppStore impactou na maior acessibilidade ao aplicativo. Dessa forma, a divulgação ainda encontra-se como uma problemática para a maior utilização do aplicativo, porém, recentemente conseguimos incluir o aplicativo na loja virtual PlayStore, facilitando, assim, o acesso dos usuários que utilizam o sistema Android. Além disso, ocorre certa dificuldade na busca de estudantes da área de sistemas de informação dispostos a participar de projetos que não tenham financiamento, além de, entenderem o processo de programação. Somado a isso, percebe-se que algumas escolas foram resistentes à implementação da atividade, devido a fatores de horários disponíveis, local e aos assuntos abordados na ação”, comentou Manço.
“O projeto pode ser replicado, e já tem sido feito, por meio de ações de educação em saúde nas escolas e em outros ambientes que utilizam as tecnologias como mediadoras dessas ações. Sendo possível ser divulgado por meio do link ou loja virtual, o aplicativo tornou-se uma ferramenta versátil na elaboração de ações que visem a construção da educação sexual pautada na desmistificação de tabus e na adoção de práticas saudáveis em saúde”, finalizou João Victor Manço, sobre a potencialidade de replicabilidade do projeto em outros municípios.