A experiência de implementação da Prática Avançada em Enfermagem na Espanha, que tem como objetivo melhorar o sistema de saúde e a cobertura, foi tema da oficina virtual, realizada no dia 15 de outubro, como parte do Ciclo de Palestras Internacionais sobre práticas avançadas em enfermagem.
Elena Jiménez, diretora dos Cursos de Especialização em Gestão de Cuidados e Práticas Avançadas de Enfermagem, da Escola Andaluza de Saúde Pública, apresentou a definição do termo segundo o Conselho de Enfermagem do Canadá. “Uma enfermeira de prática avançada é uma profissional generalista ou especializada que tenha adquirido, mediante formação de graduação adicional (mínimo mestrado), a base de conhecimento, habilidade para tomada de decisão complexa e competências para a prática avançada da enfermagem cujo as características estão modeladas pelo contexto em que se acredita para exercer”.
A diretora explicou sobre os tipos de profissionais existentes, ANP (Advanced Nurse Practitioner) e EAD (Enfermeira de Atenção Direta), com cuidados diretos e competências ampliadas como triagem, solicitação de exames diagnósticos, definição de diagnóstico, prescrição de tratamentos, encaminhamentos para hospitais e emergências.
Também existem as categorias CNS (Clinical Nurse Specialist) e ECE (Enfermeira Clínica Especialista) que cuidam da atenção indireta relacionada com um grupo específico de pacientes em que se especializam. Essas profissionais possuem autonomia e fomentam a pesquisa e a melhoria contínua para garantir a excelência no atendimento:
“Está acontecendo uma pesquisa muito interessante nesse momento sobre as enfermeiras e os resultados das práticas avançadas em enfermagem, e existe um retorno muito positivo como a redução do tempo de espera para os atendimentos, efetividade clínica similar obtida por médicos na atenção aos pacientes com doenças agudas e leves, melhoras no acesso aos serviços de saúde, maiores níveis de satisfação, unidos à atenção mais personalizada, a provisão de informação e uma maior dedicação no tempo de consulta”, pontuou a diretora. Também houve melhoras na aderência aos tratamentos, gestão de sintomas, utilização de serviços e continuidade em pacientes crônicos complexos, além do impacto sobre os custos com a diminuição e melhor divisão de tarefas entre os profissionais.
Elena Jiménez também explicou como funciona o sistema de saúde na Espanha: “O nosso sistema tem uma estratégia de cuidados, regulação e financiamento de serviços dos enfermeiros, dentro das políticas públicas de saúde. Tem um diretor de cuidados nas organizações sanitárias, gestoras de cuidados nas práticas clínicas e todos os cuidados adequados para todas as necessidades; seguros contínuos e integrais, baseados na melhor evidência disponível e satisfatórios para os usuários que recebem o cuidado”.
Sobre os desafios, foi pontuada a falta de liderança e participação insuficiente da enfermagem nas decisões sobre as políticas sanitárias e o sistema de saúde, assim como, sobre a gestão dos centros e práticas clínicas. Existe uma assimetria de foco entre biomedicina e enfermagem na atenção à saúde. Algumas organizações ainda não têm o compromisso necessário com o cuidado. Além dos ambientes de trabalho pouco atrativos para as enfermeiras e enfermeiros.
Para finalizar, Jiménez comentou: “As experiências locais têm plantado a semente para uma futura PAE, mas deve ser promovido um processo de normalização que leve em consideração a experiência internacional, as necessidades da população e as características do nosso sistema”.
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Assista na íntegra: