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Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS completa 17 anos

Ao longo desse tempo, atividades que fazem parte das PICS (como yoga e acupuntura) foram ofertadas em todas as capitais brasileiras, e chegaram a 4,8 mil municípios em todos os estados e no Distrito Federal

 

No dia 3 de maio de 2006 foi instituída a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS). O documento representou uma expansão do olhar sobre saúde e doença, ampliando ofertas terapêuticas. Ao longo desses 17 anos, essas atividades contribuíram para o aumento da resolubilidade do cuidado, principalmente na Atenção Primária (APS), e para a promoção do bem-estar individual e coletivo.

“As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) dialogam com os saberes da medicina oriental, com o conhecimento das plantas medicinais e, também, das culturas tradicionais. Essa política valoriza os saberes das culturas indígenas, romani/ciganos e outras”, ressalta o diretor do Departamento de Gestão do Cuidado Integral do Ministério da Saúde, Marcos Pedrosa. “A maior parte das práticas são ofertadas na APS e fazem parte do cuidado integral ofertado pelas equipes de saúde da família e multiprofissionais”, explica.

Entre as chamadas PICS – ou Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI), como a Organização Mundial da Saúde (OMS) denomina – estão fitoterapia, yoga, reiki, acupuntura, ayurveda, biodança, meditação, homeopatia, quiropraxia, arteterapia, entre outras. Elas não são oferecidas com a intenção de substituir tratamentos convencionais da medicina moderna, e sim de aumentar as opções de cuidado para os usuários, auxiliando em diversos casos e sintomas.

Nos últimos anos, as PICS foram ofertadas em 100% das capitais brasileiras e em 4.817 (86,46%) municípios, segundo dados do e-SUS APS. Além disso, 11 estados e o Distrito Federal contam com a Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PEPIC) implantada. Na gestão atual, o departamento definiu como prioridades para a política:

  1. O fortalecimento da PNPIC a partir do direcionamento, priorização, qualificação da oferta, avaliação das incorporações, e debate ampliado sobre a implementação nos serviços a partir das melhores evidências científicas e objetivo terapêutico;
  2. O aprofundamento teórico conceitual a partir de um alinhamento nacional e internacional;
  3. A integração das PICS, a partir das evidências científicas e objetivos terapêuticos, às políticas, programas e ações do Ministério da Saúde, com foco na Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Como exemplo, o cuidado no curso de vida;
  4. A integração dessas práticas nos processos formativos, inclusão nas iniciativas de informatização e saúde digital;
  5. A formulação e execução de programas e projetos que fortaleçam a implementação das PICS no território, com foco nas condições relevantes para a saúde pública e no contexto do curso de vida;
  6. A retomada do protagonismo do Brasil nas relações internacionais e a troca de experiência entre os países para o cuidado integral, envolvendo as Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas.

O Ministério da Saúde lembra que a oferta de PICS deve ser pensada a partir dos ciclos de vida, objetivos terapêuticos e especificidades, mais do que oferecer tudo a todos ao mesmo tempo. A shantala, por exemplo, é uma prática milenar e originária da Índia que traz a ideia de ‘alimentar a pele do bebê’ com afeto e estimulo, sendo “uma excelente estratégica de promoção da estimulação precoce e do vínculo mãe-bebê, bebê-cuidadores. Na linha de cuidado de 0 a 2 anos, isso amplia o protagonismo dos cuidadores para lidar com cólicas e outros cuidados básicos. Já as práticas corporais coletivas, como dança circular, envolvem um componente de promoção de saúde e de participação social”, avisa Marcos Pedrosa. “Via de regra, o importante é promover um cuidado integral centrada na pessoa”, defende Marcos Pedrosa.

Conheça a PNPIC na íntegra.

Fonte: Nucom/Saps/MS

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