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Mudando a forma de nascer no Estado do Amazonas: implantação do parto na água no CPNI da Maternidade Estadual Balbina Mestrinho

 

 

“Acreditamos que poderíamos mudar a forma de nascer no Estado do Amazonas, com os partos sendo realizados por enfermeiros obstetras dentro de uma unidade referência de alto risco.”

Rafaela Faria, enfermeira

 

Quarto espaçoso, com banheira com água aquecida e equipe multiprofissional preparada para acompanhar indígenas, quilombolas e estrangeiras na hora de parir, respeitando os costumes culturais. A  inovação foi promovida pelo  Estado do Amazonas, que reformulou o Centro de Parto Normal Intra Hospitalar (CPNI), da Maternidade Balbina Mestrinho, adequando as instalações físicas e qualificando a equipe para atender as mães amazonenses.

Com um ambiente seguro, acolhedor e confortável e na presença de acompanhante de livre escolha, a gestante sem complicações durante o pré-natal é estimulada pela enfermeira(o) obstétrica(o) a realizar o parto normal, podendo ser de cócoras, parto com apoio na rede, parto na banqueta ou os partos tradicionais, além da opção do parto na água.

O projeto saiu do papel em 2019, quando a maternidade passou por readequação do espaço físico e ambientação, ampliando de duas para quatro suítes da maternidade, para realização de mais de 120 partos por mês. Além disso, promoveu a capacitação das enfermeiras (os) obstétricas(os) sobre o parto na água, construiu o consultório de enfermagem para atendimento de Risco Habitual, adotou protocolos operacionais e desenvolveu peculiaridades no atendimento assistencial para melhor atender as gestantes amazonenses, como o acolhimento diferenciado étnico-cultural, (que introduziu dieta diferenciada, por exemplo), pioneira no Estado.

“Com a inserção do parto na água no CPNI da Maternidade Balbina Mestrinho, os indicadores de boas práticas no parto e nascimento aumentaram gradativamente, de acordo com o trabalho conjunto de divulgação com a atenção primária, integrando as Unidades Básicas de Saúde que são referenciadas à maternidade. A partir da 37a. semana de gestação, as gestantes também  passam a ser acompanhadas pelas enfermeiras(os) obstétricas (os), que por sua vez, foram empoderadas na unidade”, relata Rafaela Faria, enfermeira e diretora geral do Hospital.

Fonte – Informações cedidas pelos autores.

A sala de parto multicultural, também chamada de suíte universal, tem protocolo diferenciado para inclusão étnico cultural de mulheres indígenas, quilombolas, estrangeiras e também para surdas que derem à luz na maternidade.

O quarto conta com uma antessala para acompanhantes, com espaço para cerimônias e rituais religiosos, decorada com temas amazônicos. É a maior do complexo, com 30 metros quadrados. A equipe recebeu treinamento para lidar com parturientes de culturas e necessidades diferenciadas.

Os profissionais estão sendo capacitados para atender em língua espanhola, Língua Brasileira de Sinais (Libras), além de contar com a tradução do Juramento ao Corte do Cordão Umbilical em Português, Espanhol e Tukano, que é a língua falada pelo maior número de parturientes indígenas atendidas na maternidade.

Ficha Técnica: Mudando a forma de nascer no Estado o do Amazonas: implantação do parto na água no CPNI da Maternidade Estadual Balbina Mestrinho

Ampliação do escopo de práticas

Melhoria do acesso aos serviços de saúde
Redução do tempo de espera nas consultas
Maior adesão ao tratamento, gestão de sintomas e utilização dos serviços
Efetividade clínica na atenção aos usuários/pacientes
Maiores níveis de satisfação do usuário, unidos a uma atenção mais personalizada, a provisão de informação e uma
maior dedicação no tempo consulta

Rafaela Faria Gomes da Silva;

Suellen do Nascimento Barbosa;

Gisele Araújo Vieira;

Maryângela Araújo da Costa

Em 2017, ao assumir a gestão da Maternidade Balbina Mestrinho, observou-se a necessidade de realizar uma readequação de estrutura do serviço de Centro de Parto Normal Intra Hospitalar (CPNI), inaugurado em 2014. O entõ espaço contava somente com 2 suítes funcionantes, tendo apenas as modalidades tradicionais de parto: ginecológico e na posição de quatro.
Possuindo uma equipe multidisciplinar preparada para um atendimento mais qualificado a gestante, a Secretaria de Estado de Saúde, juntamente com o Fundo de Promoção Social (FPS), sensiblizaram-se com nosso projeto de, num mesmo espaço dobrarmos o numero de suites e ainda, oferecemos novas modalidades de parto, assim como incentivarmos a nossa maior protagonista: a mãe e ter um momento único e digno em sua nobre escolha para o parto natural em que fossem respeitados a forma mais confortavel para o nascer e também, utilizando métodos eficazes não farmacológicos para alívio da dor, e valorizando diversidade etnico-cultural em nosso Estado.

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