A adolescente Eduarda de Quadros (16) de Campo Bom, no Rio Grande do Sul, participa do projeto Multiplicadores da Vida que empodera estudantes a falarem com seus pares sobre temas relacionados à saúde, desenvolvido há 12 anos por profissionais do setor saúde e da educação. A experiência está entre as oito iniciativas selecionadas pelo Laboratório de Inovações sobre Atenção à Saúde de Jovens e Adolescentes (2016), desenvolvida pela Opas Brasil e Ministério da Saúde. O projeto foi apresentado no XXXII Congresso do Conasems, que ocorreu, em Fortaleza, no início de junho.
“Nós temos o Caminho das Surpresas, um laboratório móvel parecido como um labirinto, que durante o trajeto apresentamos aos estudantes dicas para a prevenção de doenças transmissíveis. Mostramos como funciona o preservativo feminino, por exemplo, e tiramos várias dúvidas”, diz Eduarda de Quadros. Natália Braum, professora de Campo Bom, conta que este ano o projeto está capacitando 243 adolescentes para trabalharem em conjunto com médicos, professores e agentes de saúde. “Temos cerca de 6.500 alunos do ensino fundamental e mais os da rede estadual que são público do nosso projeto”, explica Natália Braum. “Como resultado, percebemos o empoderamento dos adolescentes dentro da Unidade Básica de Saúde e fora dela, conquistando este lugar de fala que antes era do médico ou do professor”, ressalta Braum.
Outra iniciativa finalista do Laboratório de Inovações que participou do encontro nacional dos secretários municipais de saúde foi o projeto MOVE da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Durante quatro anos (2012-2016), adolescentes da microrregião de Jaçanã/Tremembé (São Paulo) receberam informações sobre quatro temas essenciais para o seu desenvolvimento (alimentação saudável, cultura da paz, sedentarismo e meio ambiente). A jornalista Monique Santos explica que o bom trânsito nas escolas da região permitiu a capacitação de cerca de 9 mil estudantes no período. “O projeto capacita os colaboradores da saúde que vão para as escolas, estaduais e municipais, e lá compartilham o conhecimento com os estudantes, a respeito de prevenção de doenças, fazendo dinâmicas de cultura de paz, tudo visando a promoção da saúde, que é o nosso foco. Em 2015, o projeto envolveu 11 escolas e 2.612 alunos”, conta Santos.
A coordenadora do Laboratório de Inovações, Maria Ignez Saito, ressalta a parceria de sucesso. “A gente vê a antiga parceria educação e saúde funcionar a ponto de ter uma agenda em comum, onde existem datas e tudo ocorrendo de forma institucionalizada”, ressalta Saito. “O Laboratório de Inovações se constitui uma emoção e uma possibilidade de visualizar um trabalho que precisa realmente ser mostrado”, conta. Além de projetos que une educação e saúde, as demais experiências finalistas do Laboratórios de Inovações abrangem jovens/adolescentes em medidas socioeducativas, com problemas de saúde mental, comunicação e a formação profissional. (veja aqui os finalistas )
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Por Vanessa Borges, para o Portal da Inovação em Saúde