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O protagonismo da comunidade para fortalecer a vigilância em saúde e ambiente é destaque das experiências inovadoras selecionadas pela OPAS e SMS de Niterói

Quatro experiências inovadoras participaram na sexta-feira, 20 de outubro, da live do Laboratório de Inovação em Saúde em Vigilância em Saúde e Ambiente de Niterói.  No encontro virtual, os autores compartilharam desafios e lições aprendidas no desenvolvimento das práticas que estão entre as 10 selecionadas pela iniciativa, promovida pela Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil e pela Secretaria Municipal de Saúde de Niterói. A live está disponível no canal do youtube do Portal da Inovação na Gestão do SUS, em

“A ideia de um Laboratório de Inovação é fazer um reconhecimento público e sistematizar conhecimentos e saberes que são feitos no SUS, na rede de saúde ou pela sociedade civil. Reconhecer experiências, boas práticas inovadoras, que vemos como exemplos para seguir”, comentou Lucas Lopes, moderador da live e coordenador do LIS-VIG Niterói. “O Brasil tem experiências muito importantes na área de vigilância em saúde e os órgãos governamentais muitas vezes não conseguem dar visibilidade devido às grandes demandas das secretarias de saúde, sendo esse o objetivo da ferramenta de cooperação técnica da OPAS Brasil chamada de Laboratório de Inovação em Saúde”, comentou Walter Carvalho, consultor nacional da OPAS/OMS no Brasil.

Experiências Inovadoras:

  • Rede de Jovens Comunicadores, Comunicação, Educação, Vigilância Popular em Saúde.

Autores: Paula Latgé; Matheus Magalhães; Carolina Rodriguez.

Instituição: Associação Experimental de Mídia Comunitária – BEMTV.

Paula Latgé, autora do projeto ligado à Associação Experimental de Mídia Comunitária – BEMTV, ressaltou o processo de criação da rede de comunicação e saúde protagonizada por jovens. “A gente construiu uma possibilidade de transferência direta de renda, fundamental afirmar a segurança de renda como ponto central para autonomia das famílias e dos jovens. O segundo ponto foi montar uma rede de comunicação que enfrentasse a desinformação, o que construímos a partir da formação em comunicação e saúde com esses jovens do programa. Começamos a formar 30 jovens, quando chegamos a 500 jovens, já tínhamos uma rede de 100 mil pessoas, recebendo por meio dos jovens informação para o seu território”.

A experiência foi elaborada a partir de processos formativos com 120 horas a cada turma, tendo como base a tecnologia da comunicação e informação. Os participantes diretos são jovens entre 16 e 29 anos moradores das comunidades Caramujo e Morro do Estado (Niterói/RJ), Complexo Bom Retiro e Jardim Catarina (São Gonçalo) e Pavuna (Rio de Janeiro).

O Projeto conta com integração dos Institutos Saúde Coletiva e Psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), com o Projeto de Extensão “Crianças e adolescentes em situação de rua e acolhimento institucional: construindo estratégias de territorialização afetiva”, e do Programa Extensionista Mulherio: tecendo redes de resistência e cuidados. Para o desenvolvimento das ações nos territórios, a BemTV atua em parceria com o Centro Comunitário do Jardim Catarina, com o Instituto JCA, com a Casa Reviver e com o Axé Bambuzal.

  • Aplicativo Prev-IST.

Autores: João Victor Manço Resende; Jorge Luiz Lima da Silva; Igor Barreto Meirelles.

Instituição: Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense (EEAAC-UFF).

 

“É uma construção horizontal de conhecimento, de educação em saúde, onde juntos construímos a ideia para abordar informações sobre saúde sexual sendo um dos pontos principais do projeto. O aplicativo veio para garantir e democratizar o acesso à informação segura”, comentou João Victor Manço Resende, o graduando da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense (EEAAC-UFF).

O aplicativo Prev-IST é de fácil acesso e gratuito sobre educação sexual para os jovens e adolescentes, oferece diversas temáticas relevantes para auxiliar na construção da tomada de decisão segura, diante da saúde sexual, como: informações sobre as IST (sintomas e modo de transmissão), prevenção combinada (PREP, PEP, testagem regular, vacinação e outros), puberdade, métodos contraceptivos, violência sexual e vídeos. Além disso, o Prev-IST conta com a possibilidade de o usuário registrar sua opinião sobre o aplicativo no próprio recurso.

Link aplicativo, por meio https://previst.netlify.app/#/

Instagram – https://www.instagram.com/espacoabertosaudeuff/

  • Experiência de uma organização da sociedade civil para manejo de obesidade infantojuvenil.

Autores: Phillipe Augusto Ferreira Rodrigues; Olívia Honório; Raphael Barreto da Conceição Barbosa; Ana Carolina Rocha de Oliveira; Hugo Braz Marques.

Instituição: Instituto Desiderata.

Por meio de um acordo de cooperação técnica com a Secretaria Municipal de Saúde de Niterói/RJ, o Instituto Desiderata desenvolveu a Linha de Cuidado e Manejo do Sobrepeso e Obesidade Infantojuvenil em duas regionais de saúde de Niterói/RJ. O projeto sistematiza o encaminhamento de crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade atendidos na Atenção Primária à Saúde (APS). A experiência contou com o envolvimento de diferentes atores da saúde e a implementação aconteceu através do grupo de trabalho. Grande parte dos trabalhadores da ponta também fizeram parte nessa construção. Foram formados 70% dos profissionais dos dois territórios na temática do Cuidado da Obesidade Infantojuvenil.

“Consideramos a experiência inovadora devido à forma como trabalhamos a comunicação, a linha de cuidado não é uma linha tão dura, precisamos sentar e compactuar os arranjos. A abordagem que a gente traz sobre obesidade, discutir com os profissionais a questão do estigma, capacitar os profissionais da APS do território. Ter a linha de cuidado não vai demandar questões de tecnologias duras, outros municípios poderiam reproduzir dentro das suas especificidades”, comentou o autor Phillipe Augusto Rodrigues, do Instituto Desiderata.

  • Grupo de Teatro do Oprimido Pirei na Cenna.

Autores: Eloana Carolina Gentil; Claudia Simone Santos Oliveira; Sérgio Lima; Alessandro Conceição.

Instituição: Grupo de Teatro do Oprimido Pirei na Cenna.

Criado em 1997, o grupo de Teatro do Oprimido Pirei na Cenna é composto por usuários de saúde mental, familiares e simpatizantes do Movimento da Luta Antimanicomial para dialogarem sobre questões pertinentes ao universo da loucura, utilizando-se da metodologia do Teatro do Oprimido. Foi no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, em Charitas, Niterói/RJ, onde tudo começou. Sempre com o apoio do hospital e do Centro de Teatro do Oprimido (CTO), o Pirei na Cenna vem contribuindo para dialogar sobre tratamento de saúde mental mais humanizada e desmistificada. Com 26 anos de existência, o grupo contabiliza mais de 500 apresentações, atingindo cerca de 10 mil pessoas em 13 estados brasileiros e uma temporada internacional em 2012 na Argentina (nas cidades de Buenos Aires e Rosário).

“Sempre com o objetivo transversal, construindo espetáculos e trabalhando com a participação da plateia, a gente discute uma situação baseada em histórias reais e perguntamos para a plateia, e a partir daí a gente debate”, comentou o autor Alessandro Conceição.

Acompanhe a última live do LIS VIG:

Acompanhe as atividades do LIS-VIG em www.apsredes.org/lis-vig.

 

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