30 de abril de 2019 – Sob o lema “Onde há vida, há enfermagem”, o Brasil aderiu à campanha global Nursing Now, que tem como principal objetivo fortalecer a educação e o desenvolvimento dos profissionais da área de enfermagem com enfoque em liderança, bem como melhorar suas condições de trabalho e compartilhar práticas exitosas e inovadoras com base em evidências científicas em âmbito nacional e regional.
No país, a iniciativa é encabeçada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e pelo centro colaborador da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) para o desenvolvimento da pesquisa em enfermagem, vinculado à Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).
No lançamento da campanha no Brasil, na última quarta-feira (24), a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne, pontuou que “a OPAS reconhece que, para chegarmos à saúde universal, deve haver transformações nos sistemas de saúde com base na atenção primária de saúde. Enfermeiras e enfermeiros são a chave para alcançarmos a saúde universal”. Ao fim da cerimônia, foi divulgada a Carta de Brasília, na qual representantes dos 26 estados brasileiros e Distrito Federal se comprometeram com metas para valorizar a contribuição dos profissionais de enfermagem na garantia e ampliação do acesso à saúde da população.
Enfermagem na atenção primária
A publicação “Expanding the Role of Nurses in Primary Health Care”, divulgada pela OPAS/OMS em maio de 2018, indica que a enfermagem pode desempenhar uma função crucial para ampliar o acesso à saúde, em particular na promoção da saúde, prevenção de doenças e atenção, sem deixar ninguém para trás. Para a Organização, ampliar o papel das enfermeiras e enfermeiros na atenção primária pode eliminar barreiras de acesso à saúde e expandir os cuidados em áreas com escassez de equipes de saúde.
O documento enfatiza que novos perfis profissionais, como o das enfermeiras e enfermeiros de prática avançada, podem assumir mais funções, com autonomia, nos serviços de atenção primária de zonas vulneráveis em cidades e em áreas remotas, assim como contribuir para a promoção da saúde, prevenir doenças e reduzir mortes. Em países como Austrália, Canadá, Estados Unidos, Espanha, Inglaterra, Irlanda e Finlândia, os profissionais de enfermagem com uma formação universitária de quatro a cinco anos já assumem mais funções para satisfazer as necessidades de saúde dos pacientes.
Estima-se que, na região das Américas, sejam necessários cerca de 800 mil profissionais de saúde a mais para atender às necessidades atuais. Além disso, existe uma distribuição inadequada dos profissionais, que se concentram principalmente nas zonas urbanas e com mais recursos econômicos, o que se soma uma baixa capacidade de absorção do mercado de trabalho da saúde e a um alto número de profissionais formados a cada ano. Por sua parte, a proporção de enfermeiras(os) por habitantes é desigual. Enquanto os Estados Unidos têm 111,4 profissionais de enfermagem para cada 10 mil habitantes, o Haiti possui 3,5. Na metade dos países da região, esse índice é menor ou igual a 10,4.
Campanha global
A campanha global Nursing Now surge da parceria entre a OMS e o Conselho Internacional de Enfermagem e visa melhorar a saúde das populações elevando o perfil e status da enfermagem em todo o mundo, capacitando enfermeiros para que ocupem seu lugar no centro dos desafios de saúde do século XXI. A iniciativa conta com parceiros de todo o mundo para advogar por mais enfermeiras e enfermeiros em posições de liderança.
Crédito da foto: Nursing Now Brasil