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Niterói e a OPAS/OMS no Brasil lançam o Laboratório de Inovação em Vigilância em Saúde e Ambiente

Estão abertas as inscrição de relatos de experiências para o Laboratório de Inovação em Vigilância em Saúde e Ambiente (LIS-VIG), promovido pela Fundação Municipal de Saúde de Niterói e a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde no Brasil. O LIS-VIG tem o objetivo de identificar, sistematizar e divulgar experiências inovadoras em Vigilância em Saúde desempenhadas pelos profissionais da saúde de Niterói e também pela coletividade. Desta forma, o LIS-VIG vai mapear experiências que estão sendo praticadas, não apenas pelos trabalhadores e gestores de saúde, mas também pela população de Niterói, dando a tais práticas visibilidade para que sejam conhecidas, replicadas e aprimoradas em contextos sanitários semelhantes.

O prazo de inscrição de relatos de experiências no LIS-VIG vai de 22 de junho a 20 de julho, realizadas no link www.apsredes.org/lis-vig. Para participar do LIS-VIG, as práticas devem estar alinhadas com o compromisso social de combate às iniquidades em saúde e realizadas na cidade de Niterói, entre os anos de 2019 e 2023. Serão critérios de seleção por parte da comissão organizadora a participação social, o empoderamento social, a inovação, a adesão, o alcance, o impacto social e a replicabilidade da experiência.

 

Justificativa

O Sistema Único de Saúde (SUS) se faz presente no cotidiano de cada cidadão, seja dentro ou fora de casa, muitas vezes com ações imperceptíveis ao público em geral e à mídia, porém essenciais para a qualidade de vida da população, reduzindo riscos de doenças e agravos à saúde. Além dos serviços assistenciais, oferecidos em postos de saúde e hospitais, o SUS atua na qualidade da água para consumo humano, dos medicamentos, no monitoramento do meio ambiente, do nível de agrotóxicos nos alimentos, no controle de doenças transmissíveis e não-transmissíveis, na proteção à saúde dos trabalhadores expostos a riscos, faz intervenções de saúde por motivo de desastres e emergências sanitárias e leva ações de imunizações para milhares de brasileiros.

A responsabilidade desses serviços é da vigilância em saúde de cada Ente Federado, que desempenha no território as ações de vigilância epidemiológica, ambiental, saúde do trabalhador, sanitária, de imunizações e de emergências. Para além destas atividades, a pandemia de Covid-19 trouxe ainda um eixo relevante da vigilância, que precisa ser reconhecida pelo Estado, que é aquela protagonizada pela comunidade – a vigilância popular em saúde, realizada por atores sociais, como igrejas, escolas, associações e outros coletivos.

Seleção

As experiências habilitadas do LIS-VIG vão compor um repositório virtual de boas práticas em vigilância em saúde e ambiente para ser utilizado em atividades de educação permanente promovidas pela Fundação Municipal de Saúde. Todos os relatos de experiências inscritas passarão por uma análise para verificar se cumprem os requisitos de inscrição do Edital, para torná-las habilitadas. Essas práticas são homologadas e concorrem para a fase de classificação, que vai selecionar duas (2) experiências inovadoras por eixo temático somando 10 ao total, e destas serão selecionadas três, que receberem a maior pontuação na avaliação, para participarem da 17ª Expoepi, que acontecerá em Brasília-DF, de 06 a 10 de novembro de 2023, com custeio de passagem aérea e diárias pelo LIS-VIG.

Os autores responsáveis pelas 10 experiências inovadoras serão convidados a participar de um encontro presencial para marcar o encerramento do LIS-VIG, a ser realizado em Niterói, oportunidade em que será lançada a publicação técnica editada pela OPAS/OMS no Brasil, intitulada NavegadorSUS, com a sistematização das atividades do LIS-VIG e das práticas inovadoras. Essa publicação estará online para ampla divulgação e acesso livre.

 

EIXOS TEMÁTICOS PARA INSCRIÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS

As inscrições podem ocorrer em um dos cinco eixos temáticos propostos neste edital. A escolha por cinco (5) eixos reflete o reconhecimento da transversalidade das ações de Vigilância em Saúde que podem (e devem) acontecer no cotidiano. Serão selecionadas as melhores experiências dentro de cada eixo, e dessa forma as experiências serão analisadas dentro do eixo no qual se  inscreverem.

 

EIXO 1 – Práticas Comunitárias de Vigilância em Saúde e Ambiente

Neste eixo serão incluídas as iniciativas populares ou que envolvam coletivos sobre Vigilância em Saúde e Ambiente. Cabem as experiências sociais, de comunidades, grupos organizados e mobilizações sociais que busquem a divulgação de conhecimentos de saúde, de promoção de saúde e atividades que mostrem a participação social dentro da temática de vigilância em saúde e ambiente. São casos e experiências que surjam do próprio território e que impliquem relações entre as pessoas que nele habitam.

Para quem:

  • Associação de moradores que tragam ou façam atividades de vigilância em saúde em seu território.
  • Coletivos de grupos politicamente ou socialmente vulneráveis
  • Conselhos locais de saúde.

São alguns exemplos de experiências que podem ser inscritas no Eixo 1:

  • Iniciativas coletivas em temáticas de vigilância em saúde.
  • Casos de empoderamento social, participação e engajamento comunitário – reconhecimento de doenças, agravos e promoção de saúde.
  • Oficinas de compartilhamento de vivências – conversas, debates e trocas.

 

EIXO 2 – Experiências de Educação e Vigilância em Saúde e Ambiente

Educação é uma das bases principais da Vigilância em Saúde e Ambiente e perpassa diferentes elementos da própria definição desse conceito. Nesse eixo estão sendo convocadas as experiências que envolvam processos educativos de temas em Vigilância em Saúde e Ambiente, sejam eles de divulgação de conhecimentos de condições de saúde e agravos, ou mesmo de informação sobre (determinantes sociais da saúde) o que é saúde em si e importância das práticas de saúde.

Para quem:

  • Instituições públicas e particulares de ensino que incluam a discussão de saúde e práticas de saúde dentro de suas ações integradas junto a seus alunos e funcionários.
  • Professores e professoras que abordem questões de saúde em seus espaços de atuação.
  • Atividades extra-muros de qualquer nível de educação que envolvam a comunidade para ações de vigilância em saúde e ambiente.
  • Atividades de educação que abordem a temática de saúde e práticas de saúde de forma integrada ao currículo escolar.
  • Profissionais de saúde que organizem cursos e/ou intervenções sobre questões de vigilância em saúde.

 

São alguns exemplos de experiências que podem ser inscritas no Eixo 2:

  • Ações de divulgação de informações sobre doenças/agravos e respondendo questões sobre saúde.
  • Pré-vestibulares e/ou outros espaços de ensino sociais que abordam temas de saúde e vigilância como assuntos transversais.
  • Ações públicas de conscientização da importância de práticas de saúde.
  • Experiências de educação continuada de profissionais de saúde abordando temas e discussões de vigilância em saúde e ambiente.
  • Iniciativas de ensino que trazem doenças e agravos como assuntos a serem debatidos.
  • Estratégias de educação em medidas de prevenção de riscos e/ou promoção de boas práticas, tais como vacinação, uso de preservativo e outras medidas não farmacológicas.
  • Organizações Não-Governamentais que atuam em atividades educativas de vigilância em saúde.
  • Programas estruturantes com extensão universitária, iniciação científica ou iniciação científica para o ensino médio.

 

EIXO 3 – Experiências de arte, cultura e comunicação em Vigilância em Saúde e Ambiente

Iniciativas em arte e cultura são potências de criação e diversidade da população da cidade. Sejam visuais, sonoras, audiovisuais, interpretativas, a arte incorpora diferentes elementos e visões para trazer assuntos relevantes da população para a população. E não é diferente com o tema da Vigilância em Saúde e Ambiente que deve ser trabalhado por essas linguagens. Nesse eixo destacamos as iniciativas que envolvam arte e cultura dentro de uma lógica de vigilância em saúde, ou seja, que incorpore elementos de debate sobre saúde, prevenção de agravos e promoção da saúde.

Para quem:

  • Artistas que promovem discussões sobre a vigilância em saúde dentro de suas obras e intervenções.
  • Coletivos/ONGs/Grupos de arte, teatro, cinema, escrita e outras linguagens que abordem e debatam temas de saúde em suas produções.
  • Instituições que produzam ou incentivem exposições, produções artísticas e outras linguagens com temáticas sobre saúde.

São alguns exemplos de experiências que podem ser inscritas no Eixo 3:

  • Grafites, desenhos, artes gráficas e visuais que abordem temas de saúde;
  • Grupos e iniciativas de teatro que discutam assuntos sobre saúde;
  • Artesanatos, esculturas, miniaturas, objetos com temas de saúde;
  • Produções de músicas, podcasts, documentários com temáticas de saúde;
  • Criadores de conteúdo diversos que trazem assuntos de saúde em suas produções.

 

EIXO 4 – Experiências de saúde digital e Vigilância em Saúde e Ambiente

Nesse eixo contemplamos as experiências que envolvam tecnologias em saúde e iniciativas de saúde digital dentro do tema de vigilância em saúde e ambiente. Experiências que utilizem tecnologias da informação, inteligência artificial, sistemas de informação em saúde, análise de dados são convidadas a se inscreverem nesse eixo. O uso de tecnologias de informação especialmente tem sido um tema recorrente atualmente e que traz uma nova maneira de pensar e atuar em saúde.

Para quem:

  • Instituições de pesquisa ou ensino que trabalhem com tecnologia em saúde dentro de temáticas da vigilância.
  • Profissionais e instituições que incorporem usos de saúde digital em suas práticas.
  • Redes colaborativas institucionalizadas ou não que desenvolvam plataformas digitais no tema da vigilância em saúde no município de Niterói.
  • Desenvolvedores de software para uso em saúde digital.

São alguns exemplos de experiências que podem ser inscritas no Eixo 4:

  • Uso de tecnologias de informação em temas de vigilância de saúde e ambiente;
  • Aplicação de inteligência artificial (bots, redes neurais) com temáticas de saúde;
  • Utilização de tecnologias digitais para melhorias na saúde do trabalhador;
  • Ferramentas tecnológicas que auxiliem na organização do processo de trabalho;
  • Uso de ferramentas de modelagens para análises de saúde, incluindo identificação de riscos e monitoramento da situação de saúde.
  • Uso de tecnologias sociais para empoderamento social em saúde.

 

EIXO 5 – Gestão e práticas de vigilância no cuidado em saúde

Nesse eixo incluem-se as experiências que envolvam gestão e articulação da rede pública de saúde de Niterói. Dentro desse escopo buscamos experiências de sucesso que conseguiram novas formas de monitoramento e avaliação de ações em vigilância em saúde e ambiente, bem como novas ferramentas e formas de integrar diferentes esferas de redes de saúde, como a Atenção Primária à Saúde (APS), bem como a média e alta complexidade,  dentro da temática de vigilância em saúde e ambiente.

Para quem:

  • Gestores em saúde e instituições que tragam experiências de articulação da rede de saúde com a vigilância.
  • Gestores em saúde e instituições que adotem diferentes formas de monitoramento e avaliação dentro da vigilância em saúde e ambiente.
  • Profissionais de saúde da APS que trabalhem questões relativas à vigilância dentro de suas atuações, de forma articulada.

São alguns exemplos de experiências que podem ser inscritas no Eixo 5:

  • Iniciativas que tragam uma experiência de gestão com foco na vigilância em saúde.
  • Ferramentas de monitoramento e avaliação de condições de saúde.
  • Experiências que priorizem e incentivem um controle social efetivo junto a gestão para monitoramento da situação de saúde.
  • Estratégias de otimização da organização de processos de trabalho em vigilância.
  • Movimentos que tragam formas de mensurar informações e trabalhar dados em saúde de vigilância.
  • Experiências que contribuam com a articulação da APS e a vigilância em saúde.

 

Confira o Edital

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