Foram mais de mil, precisamente 1.294 experiências que se candidataram ao Prêmio APS Forte para o SUS, promovido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no Brasil e pelo Ministério da Saúde. A participação maciça de equipes do Sistema Único de Saúde (SUS) de todos os cantos do Brasil confirma a relevância de priorizar o acesso, tema central deste Prêmio. Observa-se claramente que as equipes têm vitalidade e não poupam esforços para aproximar os serviços do SUS às pessoas e às comunidades, visando concretizar o direito constitucional à saúde.
Dos excelentes resultados de participação aflora um “exército” de equipes de atenção primária entusiasmadas e comprometidas pelo SUS, e não apesar do SUS. Esta importante adesão manda um claro recado aos que afirmam que o SUS é um projeto perdedor, sem futuro. O alto número de inscrições confirma a proatividade e propensão para a inovação dos profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) do SUS, contrariando o difuso preconceito que rotula pejorativamente os funcionários públicos no Brasil.
As experiências apresentadas são provas concretas dos contínuos esforços das equipes de APS para inovar nas práticas de saúde e ampliar o acesso aos serviços. Observa-se que criatividade, determinação e compromisso permeiam o dia a dia destas personas, derrubando a imagem de entidade ineficiente e inerte que alguns atribuem injustamente ao SUS.
As 1.294 práticas que se candidataram ao Prêmio indicam um amplo leque de caminhos para o fortalecimento da APS, que podem gerar importantes economias para o SUS e melhores resultados de saúde para a população. A Secretaria de Atenção Primária da Saúde do Ministério da Saúde, parceira do Prêmio junto à OPAS, poderá utilizar os conhecimentos inovadores embutidos nos casos apresentados para desenhar políticas concretas de fortalecimento da APS.
Estamos agradecidos para sempre às 1.294 equipes que aceitaram o desafio de mostrar com orgulho o próprio trabalho em prol de um sistema de saúde equitativo, contemporâneo e de qualidade. Gostaríamos que os casos premiados fossem 1.294, e não apenas três. Mesmo assim, hoje é um dia feliz: temos mais mil motivos para apoiar uma APS Forte para o SUS.
*Por Renato Tasca, coordenador da Unidade Técnica de Sistemas e Serviços da OPAS Brasil
Participação expressiva
Todos os Estados do país e o Distrito Federal mandaram experiências para o Prêmio APS Forte para o SUS. São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais foram os mais participativos, com 208, 152 e 149 inscrições respectivamente. A maior parte das inscrições é proveniente de equipes de Saúde da Família (533), seguida por representantes de secretarias municipais de saúde (247) e outros tipos (183), como inscrições individuais e de outros equipamentos públicos, como UBS, escolas e unidades prisionais e por outras estruturas de gestão, como consórcios regionais. Outro dado interessante mostra que a maioria das experiências (75%) está em andamento ou em estágio avançado de execução.
Sobre a temática das experiências, mais da metade delas (732) foram inscritas na linha sobre iniciativas de ampliação de acesso da população às ações e/ou às atividades de promoção da saúde. A segunda linha mais concorrida foi a que se refere à adequação das estruturas e processos dos serviços de saúde com vistas à ampliação do acesso (254). Porém, há a possibilidade de ocorrer uma reclassificação das experiências por parte dos avaliadores.
Os próximos passos
O grupo de avaliadores técnicos do Prêmio APS Forte para o SUS se reunirá no próximo dia 26 de junho para validar o método de análise das experiências consideradas admissíveis aos critérios de participação previstos no edital.
Em julho e agosto, será o momento em que as experiências estarão em análise pelos avaliadores técnicos para que até o dia 30 de agosto, seja divulgada a lista com as práticas aprovadas nesta primeira etapa de avaliação. Todas que passarem nesta etapa receberão uma menção de honra das instituições promotoras da iniciativa e vão constar na publicação técnica sobre o Prêmio.
Em setembro, serão divulgadas as experiências finalistas, que serão sistematizadas no livro, e as três práticas vencedoras do Prêmio. Está prevista ainda para setembro a realização da cerimônia de premiação, em Brasília.
Colaboração: Vanessa Borges e Wellington Carvalho