O USO DO TELEMONITORAMENTO TELEFÔNICO DE CASOS SUSPEITOS DE COVID-19 PELA SAÚDE BUCAL – UMA FORMA DE VIGILÂNCIA E PROMOÇÃO DE SAÚDE

Identificação do autor responsável
Nome Município
RICHARDSON JORGE ALMEIDA MEIRELLES RIO DE JANEIRO
Autores do relato
Nome Município
RICHARDSON JORGE ALMEIDA MEIRELLES RIO DE JANEIRO
ENIO AUDI VON HAEHLING LIMA RIO DE JANEIRO
MARIA CASSIANA DIAS DA SILVA RIO DE JANEIRO
SIMONE LINHARES PEREIRA RIO DE JANEIRO
Contextualização/introdução

Este trabalho visou refletir sobre a experiência vivenciada no Programa de Saúde da Família (PSF) na Clínica da Família Helena Besserman Vianna, localizada na Comunidade de Rio das Pedras – AP 4.0 no município do Rio de Janeiro – RJ, tendo como objetivo propor ações segundo orientações do Plano de Contingência para Manejo de Casos suspeitos de COVID-19, baseadas em dispositivos como o acolhimento, o vínculo, a autonomia, o pertencimento e o emponderamento, na perspectiva da organização dos Serviços de Vigilância em Saúde, balizado pela matriz da integralidade e da longitudinalidade, tendo o usuário como centro das ações de saúde. O enfrentamento da Epidemia deve incorporar a realidade de países com grandes desigualdades socioeconômicas e a tripla carga de doença. Não é porque um novo patógeno se dissemina que a situação de saúde anterior desaparece. A alta prevalência de Hipertensão e Diabetes, um dos fatores de agravamento do quadro clínico, e a baixa situação socioeconômica e de escolaridade influenciam fortemente o controle dos níveis pressóricos, glicêmicos e o desfecho da doença. O distanciamento social dificilmente será factível em comunidades de baixa renda. Por isso, além da iniquidade na assistência, também a propagação será desigual. A Vigilância em Saúde enfatiza às práticas de atenção e promoção da saúde dos cidadãos e aos mecanismos adotados para prevenção de doenças. Além disso, integra diversas áreas de conhecimento e aborda diferentes temas, tais como política e planejamento, territorialização, epidemiologia, processo saúde-doença, condições de vida e situação de saúde das populações, ambiente e saúde e processo de trabalho. Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, que o surto da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional – o mais alto nível de alerta da Organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional. Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma Pandemia. Outrossim a partir, da caracterização do Momento de Pandemia e devido ao atual grau de incertezas e à insuficiência das informações disponíveis de países mais afetados pela COVID-19, foi necessário nos mantermos alerta e a ativação dos planos de preparação. Para tanto, buscou-se compreender como eram estabelecidas as relações entre os diferentes sujeitos da prática (trabalhadores de saúde, usuários, gestores) e a organização das ações individuais e coletivas, a partir das tecnologias leves envolvidas, direta ou indiretamente, na produção dos serviços de Vigilância em Saúde. Espera-se, através destas, despertar uma consciência preventiva nas famílias à medida que as noções de autocuidado são transmitidas às pessoas, estimulando a transformação de hábitos e atitudes indesejáveis ou prejudiciais à saúde, em comportamentos benefícios à sua própria saúde.

Justificativa

O ano de 2020 foi marcado pelo grande desafio de superar as dificuldades de trabalho frente à COVID-19. A ocorrência da pandemia provocou a alteração de procedimentos e rotinas em todas as áreas. Apesar dessa grande adversidade, foi necessária uma rápida adaptação à nova realidade, com a reinvenção de práticas e criação de protocolos, definindo os cuidados necessários à prevenção da COVID-19 nas diversas áreas de trabalho. No entanto, os esforços foram concentrados no sentido de criar condições para a coleta de dados e apoio as áreas técnicas, com a elaboração de levantamentos, consolidação de dados e produção de informação qualificada para subsidiar a divulgação dos boletins epidemiológicos, tão essenciais ao direcionamento das ações estratégicas durante a pandemia.

Objetivo(s):

1. Ampliar a cobertura da vigilância epidemiológica que investiga epidemias que ocorrem em territórios específicos.
2. Agir no controle doenças específicas, da população do território, com ações de Monitoramento Telefônico de Casos Suspeitos de COVID-19.
3. Verificar o efeito no autocuidado e conhecimento de pacientes com suspeita de COVID-19.
4. Analisar a correlação do conhecimento com o autocuidado no período de observação.

Metodologia e atividades desenvolvidas

A metodologia aplicada está baseada no Caderno de Atenção Básica nº 21 – Vigilância em Saúde. A implantação do Sistema Único de Saúde desencadeou inúmeros desafios, principalmente em relação a sua capacidade de ofertar serviços capazes de garantir a universalização das ações e a integralidade ao cuidado das demandas e necessidades historicamente acumuladas na sociedade brasileira. Trata-se de um Monitoramento realizado na Clínica da Família Helena Besserman Vianna (CFHBV), uma unidade-escola situada na Comunidade do Rio das Pedras na Zona Oeste do município do Rio de Janeiro voltado para o atendimento de Porta de Entrada da Atenção Básica. O monitoramento dos pacientes nesta clínica ocorreram a partir do período de março de 2020 e com andamento até o momento presente. Os critérios de inclusão foram: pacientes Sintomáticos Respiratórios que estiveram na Unidade nos últimos três meses devido á suspeita de COVID-19. Respeitando as Notas Técnicas publicadas, definiu quais pacientes deveriam ser contatados e com qual frequência, para otimizar e dar viabilidade ao trabalho de Telemonitoramento. Para auxiliar a implementação do mesmo, provisionaram quatro aparelhos celulares novos, que foram utilizados pelos profissionais da Saúde Bucal. Adicionalmente, disponibilizou uma sala dedicada à ligação telefônica, meio preferido para o primeiro contato, com segunda opção de contato por mensagens via WhatsApp. Enquanto o tempo passou e a pandemia evoluiu, as informações disponíveis aumentaram, guiando ajustes nos protocolos estabelecidos. As ligações foram realizadas pela Equipe de Saúde Bucal da Unidade. Na abordagem telefônica realizada pelo Dentistas, houve o preenchimento de Planilha de Sintomáticos Respiratórios atendidos no período na Unidade Padronizada para Monitoramento Telefônico, instrumento próprio para auxiliar na condução das ligações telefônicas. Nas ligações telefônicas foram realizadas “perguntas fechadas” para direcionamento do inquérito telefônico, foi avaliado o quadro clínico autor referido do paciente, com auto avaliação da necessidade de Visita Domiciliar de algum profissional à residência do usuário ou em caso de intercorrências de piora no quadro clínico autor referido do cidadão, foi solicitado retorno a unidade para consulta presencial com necessidade de exame físico e com o usuário em uso de máscara e inserido no Fast-Track sendo registrado no Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) no E-SUS, em caso de melhora no quadro clínico autor referido do cidadão, foi reforçada a necessidade de isolamento social do mesmo e de todos os contactantes que vivam na mesma residência além de reforço nas medidas de Higiene Pessoal. O número e o intervalo entre as ligações telefônicas estipulados foram de 48h (quarenta e oito) da consulta inicial para usuários sem comorbidades e de 24h (vinte e quatro) da consulta inicial para usuários com comorbidades (portadores de DCNT, TB, HIV+, Gestantes, RN). Nesse sentido, é mister o conhecimento estruturado (fundamentação teórica), a interdisciplinaridade, a intersetorialidade, o respeito às diferenças, a utilização do acolhimento e do vínculo, tudo isso em prol da construção de sujeitos autônomos e capazes de corresponsabilidade e coparticipação na construção da saúde, verdadeiramente coletiva. As ligações foram realizadas pela Equipe de Saúde Bucal da Unidade. Na abordagem telefônica realizada pelo Dentistas, houve o preenchimento de Planilha de Sintomáticos Respiratórios atendidos no período na Unidade Padronizada para Monitoramento Telefônico, instrumento próprio para auxiliar na condução das ligações telefônicas. Nas ligações telefônicas foram realizadas “perguntas fechadas” para direcionamento do inquérito telefônico, foi avaliado o quadro clínico autor referido do paciente, com auto avaliação da necessidade de Visita Domiciliar de algum profissional à residência do usuário ou em caso de intercorrências de piora no quadro clínico autor referido do cidadão, foi solicitado retorno a unidade para consulta presencial com necessidade de exame físico e com o usuário em uso de máscara e inserido no Fast-Track sendo registrado no Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) no e-SUS, em caso de melhora no quadro clínico autor referido do cidadão, foi reforçada a necessidade de isolamento social do mesmo e de todos os contactantes que vivam na mesma residência além de reforço nas medidas de Higiene Pessoal. O número e o intervalo entre as ligações telefônicas estipulados foram de 48h (quarenta e oito) da consulta inicial para usuários sem comorbidades e de 24h (vinte e quatro) da consulta inicial para usuários com comorbidades (portadores de DCNT, TB, HIV+, Gestantes, RN). Nesse sentido, é mister o conhecimento estruturado (fundamentação teórica), a interdisciplinaridade, a intersetorialidade, o respeito às diferenças, a utilização do acolhimento e do vínculo, tudo isso em prol da construção de sujeitos autônomos e capazes de corresponsabilidade e coparticipação na construção da saúde, verdadeiramente coletiva. Em novembro de 2020, o grupo de Telemonitoramento decidiu descentralizar as ligações de vigilância para as equipes, para manter o vínculo pessoal com a comunidade. Neste mesmo sentido, esforçaram-se para reinventar o trabalho dos ACS, para não ter aglomeração na unidade, e evitar visitas domiciliares – salvo nos casos mais urgentes. Os ACS apoiaram, entre outras coisas, o monitoramento dos contatos dos casos sintomáticos, através de busca ativa na comunidade. O processo foi bem-sucedido, revelando os ACS como um precioso recurso para acompanhar a evolução dos casos e obter informações úteis à vigilância em saúde da comunidade e mantendo a CF mais próxima dos usuários.

Quais os resultados alcançados

Com a realização das ações de Telemonitoramento, como o rastreio precoce realizadas nos territórios, testagem e acompanhamento dos casos confirmados e suspeitos, a CF Helena Besserman Vianna intensificou o monitoramento, rastreamento e o bloqueio dos casos de Covid-19. Além disso, o telemonitoramento convencional combinado ao Guia Padronizado para Monitoramento Telefônico mostrou-se eficaz a partir do 4º mês com a melhoria do conhecimento e autocuidado, o telemonitoramento teve um impacto positivo na redução dos agravos em pacientes portadores Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM).

Considerações finais

De acordo com os dados mundiais sobre o tema, o rastreamento e monitoramento de pessoas infectadas pela Covid-19 e de seus contatos provou ser uma das formas mais eficazes de reduzir a disseminação do vírus. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), países que estão em fase mais adiantada da doença utilizaram essa estratégia com sucesso.
Dessa maneira, foi possível observar que a Telemonitoramento feito pela Saúde Bucal do CF Helena Besserman Vianna se mostrou fundamental
para o enfrentamento da Covid-19 no território de Rio das Pedras, zona Oeste do Rio de janeiro/RJ, pois colaborou para o acompanhamento integral das famílias e dos pacientes acometidos ou suspeitos de contaminação pelo novo coronavírus na Atenção Primária e subsidiou diretamente a tomada
de decisões das autoridades sanitárias no município. Os enfoques dados aos pacientes com Suspeita de COVID-19 a partir do vinculo telefônico que desencadearam na educação em saúde são: o conhecimento sobre a doença, a monitorização dos sinais e sintomas de descompensação e a educação para aderência a medidas de proteção individual e a necessidade de isolamento social. O papel da Saúde Bucal e do ACS foram fortalecidos junto a seus usuários, com o intuito de educar as famílias para a prevenção da disseminação da Covid-19 no território.
A partir da experiência, a inclusão da Teleodontologia com o Telemonitoramento de COVID-19 na Estratégia de Saúde da Família (ESF) favoreceu a construção de um modelo de atenção mais efetivo de melhoria das condições de vida da população.
Por intermédio das estratégias apresentadas, evidenciou-se a importância da reorganização da rede de saúde, utilizando as tecnologias da
informação para investir em Telemonitoramento de casos, rastreamento de contatos, orientações preventivas para a população em geral e capacitação dos profissionais de saúde. Isso colabora para a vigilância dos dados epidemiológicos e subsidia a tomada de decisão da gestão local do território. Também ajuda a direcionar melhor as ações de prevenção nos territórios onde há um crescimento de novas infecções. Percebeu-se que os esforços preventivos são mais eficazes quando associados às medidas de Telemonitoramento e vigilância.

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