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Gestão de fila de espera – Ações estratégicas nos Centros de Especialidades Odontológicas

Identificação do autor responsável
Autores do relato
Nome Município
Viviane de Souza Gubert Curitiba
Luiza Foltran de Azevedo Koch Curitiba
Ilana Schneider Lima Curitiba
Wellington Menirval Zaitter Curitiba
Flavia Celene Quadros Curitiba
Contextualização/introdução
O município de Curitiba atualmente possui dois Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) tipo III, que atendem 108 Unidades Básicas de Saúde com atendimento odontológico, abrangendo uma população de aproximadamente 2.000.000 de habitantes. A espera por consulta especializada em determinadas áreas da Odontologia, para os CEO do município, apontava morosidade com um tempo médio de espera de até dois anos. Para a redução no tempo de espera da fila para atenção especializada foram necessários os trabalhos de diferentes atores e a utilização de ferramentas tecnológicas para o enfrentamento das filas de espera. Tanto as equipes da atenção primária em saúde (APS) quanto os apoios odontológicos (lotados nos distritos sanitários), as equipes dos CEO e a gestão da Secretaria Municipal da Saúde estavam envolvidos no processo, visando uma melhora no acesso e no tempo de espera.
Justificativa
O tempo excessivo de espera para a atenção especializada pode gerar perdas dentárias desnecessárias e agravamento no quadro clínico bucal.
Objetivo(s):
O objetivo desta experiência foi a redução do tempo de espera para a consulta na atenção especializada e o atendimento do usuário em tempo oportuno.
Metodologia e atividades desenvolvidas
Primeiramente foi realizado uma padronização dos encaminhamentos, por meio de capacitação, abordando o protocolo de atendimento e encaminhamento para a atenção especializada. Esta capacitação foi realizada por profissionais dos CEO para as equipes da APS no ano de 2018. As equipes da APS e apoios Odontológicos iniciaram então uma requalificação da fila de espera para avaliar a necessidade ou não de permanência do usuário naquela fila. Posteriormente foi iniciado o processo de regulação de acesso às filas, através da implantação da ferramenta de telerregulação, já utilizada na área médica. Esta ferramenta tecnológica tem o objetivo de qualificar o acesso à especialidade, estratificar os riscos dos pacientes, diminuir o tempo de espera e a quantidade de encaminhamentos fora dos critérios pré-estabelecidos em protocolo. O processo é realizado via prontuário eletrônico, onde um cirurgião-dentista telerregulador verifica a solicitação de encaminhamentos. Após análise do pedido, mediante critérios pré-estabelecidos, a solicitação poderá ser direcionada para a atenção especializada, retornar ao profissional que encaminhou com orientações de condutas ou pedir complementação de informações. As especialidades eleitas para a telerregulação foram as que apresentavam maior número de pessoas aguardando em fila: pacientes especiais, endodontia e cirurgia de terceiros molares. Foram realizadas capacitações em todos os distritos sanitários para o entendimento e apresentação de protocolos da regulação. Os CEO receberam equipamentos para acelerar e otimizar o atendimento, como a instalação de um aparelho de radiografias panorâmicas, motores para instrumentação mecanizada na endodontia, além de localizadores apicais. Desta forma os profissionais estavam aptos e preparados com equipamentos de alta qualidade e tecnologia, insumos e espaço físico adequado para acolher a demanda. Para otimizar e acelerar as filas com maior tempo de espera foram realizados mutirões de atendimento, além da continuidade habitual de ofertas de consultas dos CEO para a demanda da APS.
Quais os resultados alcançados
Com estas ações foi possível a redução expressiva no tempo de espera por uma consulta especializada, além de uma melhor comunicação entre os dois níveis de atenção. No quadro 1 (imagem anexa) está o comparativo do aguardo dos usuários em fila de espera antes e depois das estratégias implantadas. No quadro 2 (imagem anexa) está a comparação do tempo médio de espera dos usuários nos anos de 2017 e 2022.
Considerações finais
Esta experiência retrata a realidade da APS, onde a demanda no atendimento é elevada e constante, traz uma perspectiva de conseguir melhorar a qualificação e unificação dos encaminhamentos, diminuição no tempo de espera, melhor comunicação entre os níveis de atenção da saúde bucal, além de um constante monitoramento das filas. O correto encaminhamento da APS para os CEO guiados por protocolos, a telerregulação das filas, equipes engajadas e equipamentos que proporcionam tratamentos de excelência, geram ganhos para a população, motivam os profissionais envolvidos e consequentemente uma otimização para a gestão em saúde. As maiores barreiras encontradas foram a dificuldade de unificação dos encaminhamentos, onde as capacitações dos protocolos foram fundamentais, e as tentativas de contato sem sucesso com os usuários, pois mudavam os números de telefone/endereço e não informavam as equipes, ocasionando perdas de consultas e permanência em fila por tempo prolongado.
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