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Estratégias para integração do Serviço Odontológico de Urgência na Rede de Atenção à Saúde Bucal: fortalecendo a integralidade do cuidado

Identificação do autor responsável
Nome Município
Juliane Húngaro de Carvalho Presidente Prudente
Autores do relato
Nome Município
Juliane Húngaro de Carvalho Presidente Prudente
Káthia Mitiyo Miura Ferreira Presidente Prudente
Letícia Valentim Aquoti Lucio Presidente Prudente
Éder da Silva Dolens Presidente Prudente
Contextualização/introdução
A experiência ocorre na Secretaria Municipal de Saúde da cidade de Presidente Prudente, localizada na região oeste do Estado de São Paulo. Conta com aproximadamente 230.571 habitantes (IBGE, 2019). A cobertura de saúde bucal na atenção básica (AB) é de 56,86% (Ministério da Saúde, 2021). O atendimento odontológico na AB está presente em 20 Unidades de Saúde da Família (USF), 11 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em 15 escolas com consultórios odontológicos. Para a atenção secundária o município conta com 1 Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) tipo II. O atendimento odontológico infantil especializado é ofertado em 5 UBS e no CEO, por meio de livre demanda ou pelo sistema de referência de outros pontos de atenção da AB. O trabalho preventivo direcionado aos escolares da rede estadual e municipal é realizado pelas Equipes de Saúde Bucal (ESB) das USF em seu território e pela Equipe de Prevenção Odontológica (EPO) nas demais unidades de ensino. O Serviço Odontológico de Urgência (SOU) está presente em três das quatro unidades que compõem a Rede de Urgência e Emergência Municipal. A experiência envolveu a Rede Básica Odontológica e o SOU, apoiados pela Supervisão Odontológica e Secretaria Municipal de Saúde.
Justificativa
A pandemia da COVID-19 impactou profundamente a atividade odontológica. Em março de 2020 ocorreu a suspenção dos atendimentos eletivos em todo o estado de São Paulo, sendo executados apenas os atendimentos de urgência, pautado pela mínima geração de aerossol. Com o tempo, houve a necessidade de buscar estratégias para iniciar a retomada destes atendimentos. O grupo gestor municipal, formado por profissionais cirurgiões-dentistas e auxiliares de saúde bucal dos diversos pontos de atenção da RASB teve a responsabilidade de analisar as evidências científicas e diretrizes governamentais para conduzir a retomada municipal dos atendimentos eletivos.
Objetivo(s):
Avaliar a integração do Serviço Odontológico de Urgência na Rede de Atenção à Saúde Bucal (RASB) e propor estratégias para ampliar sua comunicação e melhorar os fluxos de atendimento para potencializar a integralidade do cuidado.
Metodologia e atividades desenvolvidas
Um dos pontos considerados foi avaliar a articulação entre o SOU e a RASB com a finalidade de diminuir o fluxo de usuários nas unidades básicas de saúde, minimizando deslocamentos desnecessários e ampliando a resolutividade dos casos que necessitavam de continuidade do cuidado para sua completa resolução, levando em conta as recomendações de biossegurança dos órgãos sanitários. Outro ponto de ação foi implantar a prática da teleodontologia e a busca ativa para potencializar o cuidado odontológico.
Quais os resultados alcançados
Pôde-se verificar que a AB não recebia nenhuma informação sobre a utilização do SOU pelos usuários de sua área de abrangência. O paciente atendido pelo SOU era orientado verbalmente pela equipe a buscar atendimento de rotina na unidade de saúde mais próxima de sua moradia. Além disso, como os registros do atendimento eram feitos em prontuários físicos apenas, a RASB não conseguia ter acesso aos procedimentos e condutas realizadas pelo SOU, dificultando a comunicação em rede. Para diminuir a fragmentação identificada foram utilizadas planilhas online para que o SOU relatasse os procedimentos realizados no atendimento, identificando também a unidade de saúde de referência do usuário. Assim, através do compartilhamento dessas informações com toda a AB, cada unidade de saúde teve condições de identificar os pacientes residentes em sua área de abrangência que utilizaram o SOU e realizar a busca ativa pela equipe auxiliar ou a teleodontologia, realizada pelo cirurgião-dentista, para avaliar a necessidade de novo atendimento e solucionar a demanda pontual diariamente. Foram construídos fluxogramas para informar o percurso do usuário e o papel de cada integrante da RASB para facilitar a disseminação das informações e condutas a serem seguidas.
Considerações finais
A redução da fragmentação assistencial e da comunicação ineficiente contribuíram para a longitudinalidade do cuidado e fortalecimento da AB. A introdução de fluxogramas e meios para o compartilhamento de informações sobre a conduta realizada pelo SOU para a AB de referência do usuário proporcionou seu acompanhamento regular, com a garantia de atendimento oportuno para concluir a demanda pontual, além de integrar os serviços para o trabalho em rede. O uso da teleodontologia proporcionou a oportunidade do cirurgião-dentista estar mais em contato com os usuários mesmo que remotamente, bem como a busca ativa realizada pela equipe auxiliar, ainda vem fazendo a diferença na AB.
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