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PROTOCOLO DE INDUÇÃO E ACELERAÇÃO NATURAL DO TRABALHO DE PARTO E PARTO: sistematizando a assistência de Enfermagem Obstétrica na Casa de Parto David Capistrano Filho

Tema do relato:
Enfermagem no contexto das Redes de Atenção à Saúde/do SUS

Sua experiência está relacionada a que área:
Atenção em saúde

Instituição onde a experiência se desenvolve/desenvolveu (serviço/instituição)
Casa de Parto David Capistrano Filho - Prefeitura do Rio de Janeiro

Autor(es) Principal
Halyne Limeira Pessanha
Autor(es)
Inaiá de Santana Mattos
Márcia Cristina Oliveira dos Santos

Situação atual da experiência
Em estágio inicial de execução

Data de início da experiência
2021-06-01

Contextualização/introdução
O uso das Terapias Integrativas na assistência da Enfermagem Obstétrica surgiu de iniciativas independentes no início dos anos 2000, sendo utilizadas de acordo com o conhecimento individual de cada profissional no momento da prestação de cuidados. Com o fortalecimento da Enfermagem Obstétrica na mesma época se iniciou a construção do conhecimento sobre o uso dessas terapias na assistência ao parto e nascimento de forma mais específica, pois até então o conhecimento era adaptado à aplicação ao público em geral. Desde a inauguração da Casa de Parto David Capistrano Filho a aromaterapia e a fitoterapia sempre estiveram presentes, na forma de massagens com uso de óleos essenciais e banhos de assento com extrato de aroeira (Schinus terebinthifolia) por exemplo. Além dessas utilizações também sempre foram aplicadas as Tecnologias de Alívio da dor como a deambulação, penumbra, banho de imersão com água morna, uso da bola suiça, uso do cavalinho, entre outros. Estas iniciativas de utilização das tecnologias começaram a ser vistas pela Secretaria de Saúde do Município do Rio de Janeiro e surgiu a necessidade de sistematizar seu uso entre a equipe de Enfermagem Obstétrica da rede municipal de saúde. Assim, em 2015 surge o primeiro Protocolo Assistencial de Enfermagem Obstétrica do Município do Rio de Janeiro, trazendo a descrição e formas de utilização destas tecnologias. Este protocolo vem sendo atualizado a cada dois anos através do Fórum de Enfermagem Obstétrica do Município do Rio de Janeiro, onde os Enfermeiros Obstetras da rede de saúde discutem e constroem as normas e rotinas para todas as unidades de assistência obstétrica no nosso município. Em 2019, após a última atualização viu-se que o documento necessitava ser mais específico nas formas de uso das tecnologias e assim se tornar em um manual de utilização para os novos profissionais da assistência obstétrica, bem como para os Residentes de Enfermagem Obstétrica em formação. Desta forma dois temas surgiram como necessidade de aprimoramento e aprofundamento para a atualização de 2021. As temáticas da “Indução Natural do Trabalho de Parto” e da “Aceleração Natural do Trabalho de Parto” se tornaram subtemas do Protocolo e estão em teste na Casa de Parto David Capistrano Filho neste momento. A Indução Natural do Trabalho de Parto é a estimulação artificial das contrações uterinas, utilizando técnicas consideradas naturais ou não invasivas, objetivando iniciar o trabalho de parto para assegurar o nascimento da criança em um tempo apropriado, para mulheres após 40 semanas de gestação. O público alvo então são mulheres acompanhadas no pré-natal da Casa de Parto, a partir de 40 semanas de gestação ou aquelas que apresentaram amniorrexe precoce, a partir de 37 semanas, sem apresentar dinâmica uterina. Já a Aceleração Natural do Trabalho de Parto é a estimulação do útero objetivando acelerar o trabalho de parto para assegurar o nascimento da criança em um tempo apropriado quando se avalia que a mesma estará mais segura fora do útero que dentro dele. É orientada às mulheres acompanhadas no pré-natal da Casa de Parto, a partir de 37 semanas de gestação, que se encontrem em trabalho de parto ou aquelas que apresentaram amniorrexe precoce, a partir de 37 semanas, com dinâmica uterina presente. A Enfermeira Obstétrica Halyne Limeira, especialista em Fitoterapia, Aromaterapia, Homeopatia e Terapia Floral, junto com a Enfermeira Obstétrica Priscila Macedo, especialista em Medicina Tradicional Chinesa e Acupuntura, organizaram os protocolos para a Casa de Parto, na forma de Procedimentos Operacionais Padrão (POP) sobre as temáticas “Indução Natural do Trabalho de Parto”, “Aceleração Natural do Trabalho de Parto” e “Uso de Aromaterapia e Fitoterapia na Gestação, Trabalho de Parto, Parto e Pós-parto”. Estes documentos dão base para a utilização dos recursos lá listados por todos as Enfermeiras da Casa de Parto David Capistrano Filho, bem como das Residentes em Enfermagem Obstétrica que lá atuam.
Buscando elevar a qualidade da assistência obstétrica nas unidades municipais do Rio de Janeiro, o primeiro Protocolo Assistencial de Enfermagem Obstétrica do Município do Rio de Janeiro foi construído e trazia a descrição e formas de utilização das tecnologias de alívio da dor utilizando as práticas integrativas. Este protocolo vem sendo atualizado a cada dois anos através do Fórum de Enfermagem Obstétrica do Município do Rio de Janeiro, onde os Enfermeiros Obstetras da rede de saúde discutem e constroem as normas e rotinas para todas as unidades de assistência obstétrica no nosso município. Em 2019, após a última atualização viu-se que o documento necessitava ser mais específico nas formas de uso das tecnologias e assim se tornar em um manual de utilização para os novos profissionais da assistência obstétrica, bem como para os Residentes de Enfermagem Obstétrica em formação. Desta forma dois temas surgiram como necessidade de aprimoramento e aprofundamento para a atualização de 2021. As temáticas da “Indução Natural do Trabalho de Parto” e da “Aceleração Natural do Trabalho de Parto” se tornaram subtemas do Protocolo e estão em teste na Casa de Parto David Capistrano Filho neste momento.
Reforçar a orientação sobre o protocolo de atendimento da casa de parto até 40 semanas e 6 dias de gestação com transferência com 41 semanas, desde que, a cliente não entre em trabalho de parto, para resolução da gestação em ambiente hospitalar; Informar sobre as modificações fisiológicas do corpo no preparo para o trabalho de parto; Conversar com a mulher e OUVIR suas expectativas acerca do início do trabalho de parto, avaliando se é da vontade da mulher, aplicar a indução natural ou se ficará mais confortável esperando pelo início espontâneo do trabalho de parto; Apresentar as alternativas para indução e aceleração natural do parto, informando os benefícios e efeitos colaterais de cada uma, esclarecendo que a opção por cada alternativa depende da individualidade de cada mulher; Deixar claro que cada mulher tem o direito de aceitar ou não procedimentos para a indução natural depois de obter informações de qualidade; Reduz a duração e frequência das gestações que ultrapassaram 41 semanas e a necessidade de outros métodos. Causa desconforto, sangramento. Aumenta a RPMO quando há mais de 1 cm de dilatação;
Considerando as atividades descritas no protocolo assistencial da Casa de Parto David Capistrano Filho, abaixo listamos as recomendações de uso de cada tecnologia para a Indução e Aceleração Natural do Trabalho de Parto. O Enfermeiro obstétrico, durante as consultas de pré-natal de rotina, deve orientar a mulher sobre a possibilidade de indução e aceleração natural do trabalho de parto e suas indicações; Caso a mulher não tenha entrado em trabalho de parto, na consulta de pré-natal da 40ª semana de gravidez, o Enfermeiro deve avaliar a necessidade de indução natural do trabalho de parto e, junto com a mulher identificar a melhor forma de indução natural a ser utilizada; Durante as consultas de pré-natal o Enfermeiro deve apresentar as opções de indução e aceleração natural do trabalho de parto para a mulher, identificando suas ações, indicações, contra-indicações e formas de efeitos; Após a escolha informada da (s) técnica (s) de escolha da mulher, o Enfermeiro obstetra deverá realizar a prescrição da forma de indução ou aceleração natural do trabalho de parto com as orientações de uso, caso a mulher deva fazer uso prolongado em domicílio; Após a escolha informada e da prescrição da (s) técnica (s) de indução ou aceleração natural do trabalho de parto, o Enfermeiro Obstetra deve deixar claro que a mulher deve retornar à Casa de Parto mediante qualquer alteração da dinâmica uterina, perda de líquido ou quando assim entender necessário; Durante o processo de indução ou aceleração natural do trabalho de parto o Enfermeiro Obstetra deverá avaliar e documentar no prontuário: a Indicação da indução e qualquer contra-indicação; a confirmação da idade gestacional; a apresentação e variedade de posição (caso seja possível); as condições cervicais pelo escore do índice de Bishop; o estado das membranas ovulares; a atividade uterina; os batimentos cardiofetais, que deverão ser avaliados em média por um minuto; Todo o processo de escolha informada e prescrição da (s) técnica (s) de indução ou aceleração natural do trabalho de parto devem ser registradas em prontuário; A mulher e seu acompanhante devem receber orientações detalhadas sobre o processo de indução, suas indicações e potenciais riscos associados. Tal discussão deve estar documentada no prontuário. Todo o processo de indução e/ou aceleração natural do trabalho de parto deverá seguir as recomendações do Protocolo Assistencial da Casa de Parto David Capistrano filho. Caso a mulher apresente qualquer alteração do seu estado de saúde ou obstétrico durante o processo de indução natural do trabalho de parto o Enfermeiro deverá avaliar o quadro e identificar se o processo de indução deve ser suspenso. O status do colo é um dos mais importantes fatores preditivos da probabilidade de sucesso da indução do parto. O índice de Bishop parece ser a melhor forma de avaliar o colo uterino e predizer a probabilidade da indução resultar em um parto vaginal. Todo o processo de indução natural do trabalho de parto deverá ser acompanhado em todo o período pelo Enfermeiro Obstétrico. Quando ocorrer taquissistolia, hipertonia uterina e/ou sofrimento fetal, o Enfermeiro obstetra deverá suspender o processo de indução natural do trabalho de parto. Em todos os plantões devem existir a presença da Enfermeira Obstetra familiarizada com a indução e seus efeitos para acompanhar a mulher durante todo o processo. No caso de falha de indução, quando da utilização dos métodos naturais, o Enfermeiro Obstétrico deve dar continuidade ao acompanhamento pré-natal conforme protocolo, seguindo as recomendações para transferência nos casos de amniorrexe ou de gestação prolongada; Listagem das Tecnologias de Indução e/ou Aceleração Natural do Trabalho de Parto Alimentação e Consumo de Tâmaras Orientar que a alimentação livre de açúcares e farináceos é apenas um fator e que o início do trabalho de parto depende de vários outros fatores; Orientar que fazer essa dieta não garante que a mulher vá entrar em trabalho de parto antes de 41 semanas; Comidas apimentadas, assim como gengibre e canela, são conhecidas por acelerar o parto. Porém não existe comprovação científica a respeito, mesmo esses alimentos possuindo efeito termogênico, isto é, aceleram o metabolismo. Por consequência, as pessoas tendem a acreditar que podem estimular as contrações uterinas; Orientar que os estudos realizados com o consumo de tâmaras foram feitos com a fruta fresca e que não sabemos quais os efeitos do consumo das tâmaras secas, não sabemos qual quantidade dessa apresentação da fruta seria necessária, se os resultados seriam diferentes se os estudos fossem maiores e de melhor qualidade, os estudos começaram com a ingesta das tâmaras com 36/38 semanas, não sabemos o efeito das tâmaras na nossa sociedade; O consumo de 6 tâmaras por dia durante 4 semanas antes da data estimada do parto pode estimular o início do trabalho de parto de forma espontânea com facilitação da dilatação cervical e manutenção das membranas intactas por mais tempo; Não há malefícios quanto ao uso destas recomendações; Coito O contato íntimo, sem o uso de preservativos, durante a gravidez ajuda a preparar o colo do útero para o parto, isso porque estimula a produção de prostaglandina, além de aumentar a produção de ocitocina, que é responsável por promover as contrações musculares uterina; Além disso, os orgasmos favorecem a contração uterina (e, por consequência, a dilatação) e promovem o relaxamento por meio da liberação da ocitocina; O contato íntimo para estimular o parto é contraindicado a partir do momento em que a bolsa rompe devido ao risco de infecção; A taxa de trabalho de parto espontâneo não diferiu entre mulheres que tiveram coito diário para mulheres que o coito foi desencorajado. Homeopatia O uso de medicamentos homeopáticos para a indução do trabalho de parto poderá ser utilizado em qualquer uma das indicações obstétricas apresentadas neste protocolo; Para este protocolo utilizaremos uma formulação consagrada para indução do trabalho de parto que poderá ser prescrita por todas as Enfermeiras da Casa de Parto; A homeopatia atua em nível mental, provocando relaxamento e confiança para que a mulher possa contribuir serenamente para o nascimento de seu filho. Neste sentido, a utilização da homeopatia na indução do trabalho de parto tem como objetivos contribuir para que a mulher durma melhor, se alimente bem e tenha as contrações necessárias para que seu bebê nasça com saúde; O medicamento de escolha é o Caulophyllum thalictroides que estaria indicado para regularizar as contrações uterinas no trabalho de parto, ou quando as contrações uterinas são fracas e irregulares, ou ainda na parada das contrações uterinas; Seu uso pode ser iniciado na 37ª semana de gestação, por via oral, uma vez ao dia, pela manhã; Indicação: seu grande campo de ação são os órgãos genitais femininos e em especial maneira durante o parto, quando as dores vem irregularmente, quando cessam por esgotamento geral e quando são demasiado dolorosas, fazendo o parto prolongado e esgotante; quando o orifício do colo uterino está rígido e não se dilata durante o parto; quando há uma total atonia uterina antes do início do trabalho de parto; quando as dores do parto são espasmódicas, paroxísticas, irregulares, interrompidas ou débeis, e chegam a cessar ou são curtas e ineficazes; nos momentos de pródomos; Além disso é o preventivo por excelência, não só dos transtornos mencionados no parto, na placenta retida, na dificuldade de involução uterina no pós-parto ou atonia uterina; Prescrição: Caulophyllum thalictroides – 6CH – em glóbulos – 1 dose pela manhã por 30 dias ou até o nascimento. Óleo de rícino O óleo de rícino é laxante e, por isso, ao causar espasmos no intestino, pode estimular as contrações uterinas; Ele está indicado para mulheres que estão com a dinâmica uterina zerada e colo do útero fechado como forma de indução. E também pode ser utilizado para aquelas mulheres que se encontram em pródromos como forma de aceleração; Para iniciar os estímulos do trabalho de parto podemos orientar a mulher a fazer o uso do óleo de rícino em duas etapas. A primeira poderá ser realizada no domicílio da mulher, sem supervisão profissional. Já a segunda etapa deverá ser supervisionada, ou seja, iniciando as contrações a mulher deverá se dirigir à Casa de Parto para que seja avaliada, conforme necessidade; Primeira etapa: A mulher deve ingerir 2 ovos fritos em 20 ml de óleo de rícino. Não existe contra indicação para que a gestante mantenha sua alimentação normalmente; Segunda etapa: 2 horas após a ingestão do ovo frito a mulher deve iniciar a ingestão do shake, conforme receita. Nesta etapa espera-se que as contrações apareçam de forma mais intensa e regular. Então quando as contrações iniciarem a mulher deverá se encaminhar à Casa de Parto, para que seja acompanhada pela equipe; A mulher deverá ser orientada a anotar o horário da ingestão de cada fase da indução por óleo de rícino e quais alterações corporais percebeu. Estas anotações devem ser entregues à Enfermeira Obstétrica na Casa de Parto; Receita do Shake: 600 ml de suco natural de laranja; 2 colheres de sopa de creme de amendoim; 20 ml de óleo de rícino. Bater todos os ingredientes no liquidificador; Dividir o shake em 3 doses. Tomar a primeira dose 2 h após os ovos fritos; Caso necessário, tomar a segunda dose 2h após a primeira; Caso necessário, tomar a terceira dose 2h após a segunda; A mulher deverá guardar as doses subsequentes em um frasco limpo e com tampa e levar consigo para a Casa de Parto; As doses subsequentes do Shake de óleo de rícino só deverão ser administradas se o Enfermeiro Obstetra entender que a dinâmica uterina não está regular ou que a intensidade das contrações não está adequada; Neste sentido não é obrigatório que a mulher faça a ingestão das 3 doses do Shake; Chás O chá de folhas de framboesa ajuda a tonificar o útero preparando-o para o parto e fazendo que o trabalho de parto progrida a um bom ritmo, sem ser tão doloroso; O chá de folhas de framboesa pode, então, ser tomado no terceiro trimestre de gestação, a partir das 32 semanas, mas deve ser sempre feito com supervisão e orientação; Deve ser preparado com as folhas de framboesa, pois possuem substâncias diferentes do fruto; Ingredientes: 1 a 2 colher (de chá) de folhas de framboesa picadas e 1 xícara de água fervente. Modo de preparo: Adicionar as folhas de framboesa à água fervente (fora do fogo), tampar e deixar repousar por até 10 minutos. Depois, coar, adoçar com mel a gosto e beber inicialmente 1 xícara do chá por dia, aumentando gradualmente para 3 xícaras do chá por dia; Escalda-pés O escalda-pés poderá ser utilizado em qualquer momento da indução do trabalho de parto, sem contra indicações; O Enfermeiro deverá se atentar para manter a bacia ensacada durante todo o processo, evitando a contaminação do instrumental; Escalda pés para relaxamento no trabalho de parto: 2L de água morna (37°C), 30 bolinhas de gude, 100 g de sal grosso, 30 gotas de OE de lavanda, 1 punhado (200g) de camomila seca (erva seca). Modo de preparo: gotejar os OE no sal grosso, seguido da camomila e misturar levemente. Colocar a água numa bacia funda, em seguida diluir o sal grosso com a camomila, colocar as bolinhas de gude. Modo de usar: colocar os pés na bacia buscando cobrir até o tornozelo. Fazer movimentos de vai e vem com os pés de forma carinhosa. Permanecer no escalda pés por 20 min, ou até que a água fique fria. Após a secagem dos pés, estimular o uso de meias. Escalda pés indutor do trabalho de parto: 2L de água morna (37°C), 30 bolinhas de gude, 100 g de sal grosso, 5 paus de canela, 2 gotas de OE de sálvia esclaréia, 2 gotas de OE de gerânio. Modo de preparo: Fazer um chá (decocção) com 500 ml de água e a canela em pau. Deixar cozinhar por 15 minutos. Após gotejar os OE no sal grosso e misturar levemente. Colocar o restante da água numa bacia funda, em seguida diluir o sal grosso, acrescentar o chá de canela e colocar as bolinhas de gude. Modo de usar: colocar os pés na bacia buscando cobrir até o tornozelo. Fazer movimentos de vai e vem com os pés de forma carinhosa. Permanecer no escalda pés por 20 min, ou até que a água fique fria. Após a secagem dos pés, estimular o uso de meias. Aromaterapia O uso da Aromaterapia pode ser indicado em qualquer momento do trabalho de parto, como forma de relaxamento da mulher (reduzindo a adrenalina, favorecendo a produção de ocitocina) e indução / aceleração das contrações; O uso do PIM propicia uma varredura em nossos corpos sutis (emocional, mental e etéreo), onde se encontra a memória de tudo aquilo que somos, retirando padrões mentais e pensamentos repetitivos, anulando sentimentos negativos, obsessões, ansiedade, saciedade. O caminho olfativo dos óleos refaz sinapses e mostram outros circuitos. O PIM de lavanda pode ajudar a restaurar o sono tranquilo, movimentar o escutar, diminuindo a ansiedade da fala. Fornecer um vidrinho para as gestantes que se encontrem no final da gestação. Deve ser utilizado 3x ao dia, passado com o aplicador do vidrinho sobre os pulsos e embaixo do nariz. Solicitar que a gestante não jogue fora o vidro para repormos o PIM. Ficarão guardados em um vidro identificado junto aos óleos essenciais. Spray Ambiente acolhedor: 90 ml de água filtrada, 10 ml de álcool de cereais, 15 gotas de OE de tangerina, 15 gotas de OE de lavanda. Modo de preparo: Realizar a mistura colocando o álcool de cereais num recipiente plástico ou de vidro, gotejar os OE, um de cada vez e misturar levemente. Após colocar a mistura em um recipiente maior com a água filtrada e misturar. (OBS.: os OE não são solúveis em água e por isso o uso do álcool à 70% não é a melhor escolha). Modo de usar: Colocar a mistura num frasco spray e borrifar no ambiente sempre que necessário. Óleo Acelerador do trabalho de parto: 50 ml de óleo vegetal (semente de uva, coco ou girassol), 10 gotas de OE de lavanda, 10 gotas de OE de gerânio, 10 gotas de OE de laranja doce, 15 gotas de OE de sálvia, 5 gotas de OE de ylang-ylang. Modo de preparo: Gotejar os OE, um de cada vez no óleo vegetal e misturar levemente. Modo de usar: utilizar uma pequena quantidade do óleo para realizar massagens na região lombar, no MMII ou na área da barriga, por, pelo menos, 15 minutos. Procure um ambiente calmo, com pouca luz e se possível com música suave. Compressas quentes para estimular as contrações: 1L de água quente (+ ou – 40° C), 20 ml de álcool de cereais, 7 gotas de OE de tangerina, 6 gotas de OE de lavanda, 7 gotas de OE de manjerona, 3 toalhas pequenas. Modo de preparo: Realizar a mistura colocando o álcool de cereais num recipiente plástico ou de vidro, gotejar os OE, um de cada vez e misturar levemente. Após colocar a mistura em um recipiente maior com a água quente e misturar. (OBS.: os OE não são solúveis em água e por isso o uso do álcool à 70% não é a melhor escolha). Modo de usar: Molhar as toalhas na mistura e aplicar a compressa quente nas têmporas até as contrações aumentarem, buscando manter um ambiente agradável. Acupressão A Acupressão estimula a atividade uterina através da estimulação de pontos específicos do corpo, porém é importante que seja feita sob indicação de um profissional especializado para evitar complicações; Ponto Localização Ação Função B60 Entre o tendão calcâneo e a borda do maléolo lateral do tornozelo, no nível do ponto mais alto do maléolo. Aplicação: pressionar perpendicularmente, 0,5-0,8 polegada; moxa 10 minutos. Pressão: 3 a 5 minutos, pressão alternada; Revigora a função renal e a circulação, fortalece o dorso e o joelho, relaxa músculos e tendões, remove obstruções do meridiano e dos colaterais, elimina o Calor, distribui o Sangue e remove a estagnação de Sangue no útero, elimina fatores patogênicos do eixo Tai Yang, expele o Vento interior e exterior. B67 0,1 polegada da borda lateral e proximal do ângulo ungueal do quinto dedo do pé. Aplicação: pressionar oblíquo, 0,1-0,2 polegada. Pressão: 3 a 5 minutos, pressão alternada; Acalma e reverte a posição fetal, regula a gravidez e o parto e fortalece o Jiao Inferior, também pode ser indicado para retenção da placenta e indução do parto. IG4 No lado dorsal da mão, entre o primeiro e o segundo osso metacarpo no meio do primeiro músculo interósseo dorsal; ao abrir o polegar e o dedo indicador, no meio da linha entre a junção do primeiro e do segundo metacarpo, o ponto médio da borda da palma, ou quando fecha a mão, entre o primeiro e o segundo metacarpo, o ponto mais alto em cima do músculo interósseo Aplicação: pressionar de 3 a 5 minutos, pressão alternada. Analgésico mais importante que afeta todo o corpo; efeito geral no metabolismo, efeito que promove o parto, dismenorréia. Descolamento de membrana O descolamento das membranas poderá ser realizado a partir de 40 semanas de gestação, desde que o colo do útero tenha permeabilidade para que ocorra o procedimento – pelo menos 1 cm de dilatação; Nos casos de colo totalmente fechado, o Enfermeiro não deverá forçar o procedimento; Durante o toque vaginal, o dedo indicador do examinador é introduzido no canal cervical e, após identificar as membranas, realizam-se com a ponta do dedo movimentos circulares, com o intuito de descolar as membranas e dilatar o colo uterino; Este procedimento, além de uma ação mecânica sobre o colo uterino, promove também a liberação de prostaglandinas; Quando o descolamento de membranas é realizado de forma sistemática em gestantes a termo, observa-se redução na duração da gravidez e no número de gestantes que ultrapassam as 41 semanas, sem aumentar o risco materno ou neonatal de infecção; Os únicos efeitos adversos encontrados são de desconforto e sangramento genital durante ou logo após a realização do procedimento. No entanto, o uso rotineiro de descolamento de membranas na 38ª semana não parece produzir benefícios clínicos importantes. Realizar exercícios com rebozo O Rebozo é uma peça de tecido, muito utilizado no vestuário Mexicano e que também tem a função de movimentar o bebê e relaxar a musculatura pélvica durante a gravdez, trabalho de parto e parto; As técnicas de rebozo, em geral, favorecem o relaxamento da mulher em trabalho de parto, e com isso facilitam o processo de dilatação, não sendo, portanto, um indutor / acelerador de contrações; Não se tem estipulado um tempo ideal de realização de cada técnica. Sendo assim o profissional deverá realizar o procedimento avaliando os resultados obtidos e a vontade da mulher de receber a técnica; Massagem nas costas na posição em pé: promove relaxamento na parte inferior das costas e na região pélvica. O Rebozo deve ser posicionado em volta do quadril da gestante, deve ir da cintura até a parte superior das pernas, para que toda a região da pelve esteja envolvida. O centro do Rebozo fica embaixo do cóccix da parturiente. A mulher se inclina para trás, dentro do Rebozo, distribuindo seu peso em ambas as pernas, o profissional deve segurar ambas as extremidades do Rebozo, fazendo uma pega firme e começar o movimento de vai-e-vem, de forma ampla e num ritmo relaxante; Massagem das costas – aconchego sentada: promove o relaxamento das costas e do tronco. A mulher deve se sentar na beirada de uma cadeira para que haja espaço para reclinar-se, deixando as costas livres. Deve-se estender o Rebozo a partir do pescoço até o final da coluna, sobre os ombros e costas da mulher. O profissional deve ficar de frente para a mulher, com os braços esticados ou cruzados, segurando ambas as extremidades do Rebozo, fazendo uma pega firme e começar o movimento de vai-e-vem, de forma ampla e num ritmo relaxante; Massagem da barriga – aconchego em pé: promove o relaxamento da região pélvica e do assoalho pélvico. A mulher deve posicionar-se em pé, com os pés levemente afastados e firmes, ligeiramente inclinada para frente, de modo que a barriga fique pendente, apoiando as mãos em algum anteparo. Deve-se estender o Rebozo por toda a região do abdome, lembrando de não acumular tecido na parte inferior da barriga da mulher. O profissional deve ficar atrás da mulher, com os braços esticados ou cruzados, segurando ambas as extremidades do Rebozo, fazendo uma pega firme e começar o movimento de vai-e-vem, de forma ampla e num ritmo relaxante; Massagem da barriga em quatro apoios: promove o relaxamento da região pélvica e do assoalho pélvico, relaxamento da parte inferior das costas e embala o bebê dentro da barriga. A mulher deve posicionar-se sobre quatro apoios, de modo que a barriga fique pendente, utilizando algum objeto macio (almofadas) sob as mãos e joelhos. Caso a mulher não consiga permanecer nesta posição pode-se utilizar a bola suiça como anteparo para o tronco. Deve-se estender o Rebozo por toda a região do abdome, lembrando de não acumular tecido na parte inferior da barriga da mulher. O profissional deve ficar em pé atrás da mulher, com os braços esticados, segurando ambas as extremidades do Rebozo, fazendo uma pega firme e começar o movimento de vai-e-vem, de forma ampla e num ritmo relaxante; Massagem da pelve – aconchego em posição deitada: promove o relaxamento amplo. A mulher deve deitar de costas em uma superfície firme, de forma confortável, com a cabeça sobre um travesseiro. Deve-se posicionar o Rebozo abaixo do quadril da mulher, verificando se o tecido recobriu toda a região pélvica, indo da cintura à parte inferior dos quadris. O profissional deve ficar em pé, de frente para a mulher, com os braços esticados, segurando ambas as extremidades do Rebozo, fazendo uma pega firme e começar o movimento de vai-e-vem, de forma ampla e num ritmo relaxante. Atenção para não levantar a mulher da superfície; Massagem no quadril em quatro apoios: promove o relaxamento do assoalho pélvico e quadril, além de apoiar a mulher no momento do expulsivo. A mulher deve posicionar-se sobre quatro apoios, de modo que a barriga fique pendente, utilizando algum objeto macio (almofadas) sob as mãos e joelhos. Deve-se envolver o quadril da mulher com o Rebozo, posicionando o centro do tecido sobre o cóccix, recobrindo toda a nádega. O profissional deve sentar de frente para a mulher e realizar a massagem, com os braços esticados, segurando ambas as extremidades do Rebozo, fazendo uma pega firme e começar o movimento de vai-e-vem, de forma ampla e num ritmo relaxante; Massagem no quadril em quatro apoios – Bombom: é uma variação da massagem no quadril em quatro apoios, promovendo o relaxamento do assoalho pélvico e quadril. A mulher deve posicionar-se sobre quatro apoios, de modo que a barriga fique pendente, utilizando algum objeto macio (almofadas) sob as mãos e joelhos. Deve-se envolver o quadril da mulher com o Rebozo, posicionando o centro do tecido sobre o cóccix, recobrindo toda a nádega. O profissional deve sentar atrás da mulher e realizar a massagem, com os braços esticados, segurando ambas as extremidades do Rebozo, bem próximo ao quadril da parturiente, fazendo uma pega firme e começar o movimento de vai-e-vem, curtos e ritmados;
As tecnologias aqui descritas estão sendo utilizadas de forma sistemática na assistência ao trabalho de parto e parto na Casa de Parto David Capistrano Filho desde setembro de 2021 como forma de avaliação dos processos de Indução e Aceleração do trabalho de parto, assim não temos números expressivos para contabilizar os resultados. Para tal foram criados impressos de acompanhamento do trabalho de parto onde campos específicos são designados para o registro do uso das tecnologias de Aceleração e Indução do trabalho de parto. Os profissionais da Casa de Parto, cada vez mais estão buscando o conhecimento sobre as temáticas e caminhando no sentido de cursar especialização e fomentar a formação complementar nas terapias que ora estão sendo implementadas. As tecnologias aqui descritas são ofertadas para todas as mulheres assistidas na Casa de Parto, que se encontram em pródomos do trabalho de parto ou em franco trabalho, de acordo com as indicações descritas nos POPs.
Com o objetivo primordial de elevar a qualidade da assistência prestada, o Fórum de Enfermagem Obstétrica estimula a inserção das terapias de Aceleração e Indução Naturais do trabalho de parto nas unidades de assistência à mulher através de protocolo institucional. A inclusão destas tecnologias de maneira humanizada e integral nas maternidades e Casa de Parto busca favorecer ao outro a oportunidade de construir a sua própria autonomia em prol da sua saúde, participando das decisões no momento da produção do seu cuidado. Uma vez inseridas essas práticas na assistência do enfermeiro ele conseguirá visualizar a mulher como um todo, cuidar e assistir integralmente o ser humano de forma holística, bem como da sua família. Evidenciamos a necessidade de incrementar as práticas integrativas complementares às práticas de enfermagem obstétrica, pois a realidade do atendimento em saúde, atualmente, ainda necessita de um cuidado mais individualizado, humanizado e qualificado à mulher que necessita de cuidado e apoio no momento do nascimento.

Apresentação