A experiência ora relatada se deu por meio de um programa de atendimento e acompanhamento dos idosos institucionalizados no município de Belo Horizonte frente à pandemia da COVID-19 através da parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMS-PBH) e o Serviço de Geriatria/Gerontologia do Hospital das Clínicas da UFMG (HC-UFMG). O Programa consistiu no acompanhamento de cerca de 1794 idosos residentes nas 99 ILPI acompanhadas, sendo que 27 delas são filantrópicas (sendo 23 parceirizadas com a Secretaria de Assistência Social) e 72 privadas não-filantrópicas, com o objetivo de reconhecer a condição de saúde dos idosos residentes e realizar o monitoramento de sintomas gripais, assistência no reconhecimento e manejo dos surtos de COVID-19, matriciamento e atendimentos presenciais para demandas diversas da saúde desses idosos que se fizerem necessárias ao longo do acompanhamento.
Para tanto, foi necessário o envolvimento dos seguintes setores: Centros de Saúde, Gerências de Assistência e Epidemiologia e Regulação, Coordenação da Saúde do Idoso-SMS-PBH, Secretaria de Assistência Social, Unidade de Acolhimento Provisório ao Idoso e Serviço de geriatria/gerontologia do HC-UFMG.
Para implantação do Programa, a Secretaria Municipal de Saúde – BH realizou o cadastramento das ILPI, com nome, localização, contato, referência técnica (categoria profissional), profissionais de saúde disponíveis e número de idosos. O Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas dividiu os seus profissionais médico e enfermeiro em 5 equipes (A, B, C D e E) intituladas “equipes matriciadoras” e, cada equipe, ficou responsável por 15-18 ILPI. Essa distribuição considerava o número de idosos de cada ILPI e a sua localização dentro da divisão de território adotada pela SMSA-PBH.
Nesse contexto, o enfermeiro assumiu o papel de gestor de cada equipe protagonizando todas as atividades descritas no escopo do programa:
– Contato com os profissionais responsáveis de cada ILPI apresentando o programa enviando material educativo e documentos necessários para o cadastramento dos idosos;
– Elaboração, junto aos médicos, de relatórios personalizados de cada idoso a partir dos dados enviados contendo informações sobre as Condições Crônica de Saúde dos Idosos Residentes nas ILPI.
– Monitoramento telefônico periódico dos idosos utilizando ferramentas institucionais, realizando as interfaces com a Rede de Atenção à Saúde para o seguimento adequado de cada caso sintomáticos para COVID-19.
– Registro diário das ocorrências gerando banco de dados que contribuíram para as tomadas de decisão pelas gerências quanto ao manejo da doença em cada situação epidemiológica da pandemia, além de servir como histórico de dados para pesquisa científica e tomadas de decisão.
Para que o serviço acontecesse atendendo aos direitos da pessoa idosa e resguardando toda a situação sanitária, o programa foi apoiado pela Promotoria do idosos e pela Vigilância sanitária do Município de Belo Horizonte.