Mandala de pronação : Um projeto aplicativo para prevenção de lesão de pressão em pacientes em prona na pandemia de covid 19.

Tema do relato:
Ações da Enfermagem para o enfrentamento da pandemia da COVID-19

Sua experiência está relacionada a que área:
Atenção em saúde

Instituição onde a experiência se desenvolve/desenvolveu (serviço/instituição)
HOSPITAL MUNICIPAL RONALDO GAZOLLA

Autor(es) Principal
ELAINE LOPES DA SILVA DE ALBUQUERQUE
Autor(es)
IRLI MOREIRA TOMAZINHO
ANDERSON CARLOS AGUIAR
RAFAELA BERNARDO SILVA
ALESSANDREA SILVA LOPES GONCALVES
FRANCISCO CHARLES SOUSA CARVALHO
DANIELA DA SILVA ARAUJO BASILIO
SORMANE DE MATTOS DIAS
WESLEY SANTOS DE ALMEIDA

Situação atual da experiência
Em estágio avançado de execução

Data de início da experiência
2021-07-01

Contextualização/introdução
Nos dias atuais, as discussões sobre a segurança do paciente são frequentes em diversos países, pois está diretamente relacionada com a qualidade da assistência à saúde.1 A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como segurança do paciente a redução de risco de danos e lesões referente ao cuidado em saúde, como por exemplo um evento adverso que é ocasionado pela intervenção da equipe de saúde.2 Em 2004, a OMS criou a Aliança Mundial para Segurança do Paciente, que tem como principal objetivo definir os conceitos de segurança do paciente e propor medidas para diminuir riscos e eventos adversos através de políticas e práticas seguras. O Ministério da Saúde, em 2013, instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) por meio da portaria 529, que visa auxiliar na qualificação do cuidado em todos os estabelecimentos de saúde em nível nacional.3 No Brasil, a ocorrência de eventos adversos (EA) em instituições de saúde ainda é elevada, devido a publicações tardias de estudos relacionados à temática e a recente implantação do PNSP,4 porém, foi possível verificar que, recentemente, as práticas da assistência à saúde sofreram alterações na tentativa de diminuí-los.5 Um dos EA mais incidentes nas instituições de saúde é a lesão por pressão (LPP) que é definida pela European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP) and National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) como “lesão localizada da pele e/ou tecido subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante da pressão ou da combinação entre pressão e cisalhamento, causado pela fricção”.6 Entende-se por cisalhamento a deformidade ocasionada na pele quando está sujeito a ação de forças cortantes.7 A posição prona (PP) é uma estratégia promissora para melhorar a hipoxemia em pacientes com lesão pulmonar aguda e síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). Durante sua aplicação, ocorre a ventilação de áreas do pulmão que se encontram em colapso, acompanhada de redistribuição do fluxo sanguíneo e consequente melhora na relação ventilação/perfusão. Com isso, a utilização dessa posição evidenciou algumas complicações, como a alta incidência de lesão por pressão (LP), ocorrida em até 80% dos pacientes colocados em decúbito ventral por mais de 16 horas por dia, inclusive em regiões anteriormente atípicas, como face, região esternal e cristas ilíacas. As intervenções de enfermagem para o cuidado com as LPP, requerem acompanhamento da equipe por meio de escalas de medição do risco. Existem na literatura, vários instrumentos para predição desse risco, como a escala de Gosnell, Andersen, Braden, Norton e Waterlow. Os fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento de LPP têm sido estudados, mas a combinação dos fatores de risco que melhor predizem a sua incidência ainda é pouco compreendida. 9 Desde 23 de março de 2020, o hospital atua como unidade de referência no Município do Rio exclusiva para tratamento de pacientes acometidos por SARS-CoV-2 e absorve pacientes regulados de todo o estado do Rio de Janeiro. Atualmente, o HMRG possui 420 leitos de internação, destes aproximadamente 58% possuem características de Terapia Intensiva (239 leitos).
Considerando o contexto de alta incidência dos casos de lesões por pressão em pacientes acometido da forma grave de COVID19, em pacientes pronados, o que aumentava sensivelmente o tempo e o custo da internação identificou-se a necessidade de adaptar o relógio de mudança de decúbito. para uma mandala de pronação com maior eficiência e eficácia
Implementar um projeto aplicativo com mandala de pronação para prevenir lesões por pressão em pacientes pronados na pandemia de Covid 19, no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla
Trata-se de um relato de experiência sobre implementação de um projeto aplicativo para a adaptação do relógio de mudança de decúbito para pacientes em uso da posição prona em um Hospital do Município do Rio de Janeiro, referência para o tratamento de pacientes acometidos pela COVID 19. A implantação do projeto aplicativo busca o desenvolvimento de capacidades para intervenção e transformação da realidade, gerando soluções potentes, viáveis e factíveis. dessa forma o mesmo surgiu a partir da identificação de oportunidade de melhoria relacionada à alta incidência dos casos de LPP ocasionadas pelo uso da Posição de Prona. O processo de implantação incluiu o desenho da imagem, adequação do material e custo, divulgação e capacitação da equipe.
Foram utilizados checklists avaliativos durante visitas diárias multidisciplinares para avaliação de impacto da implantação do projeto. O checklist foi composto dos seguintes itens: placa de identificação à beira leito, mudança de decúbito de acordo com a mandala de mudança de decúbito instituída, realização correta da restrição do paciente, de acordo com o protocolo de LPP e conduta traçada pelo grupo de estudos de lesão do HMRG. Dos 1570 pacientes internados nas oito UTIs, no período de três meses Na análise da amostra, durante maio, junho a setembro, dos pacientes internados observou-se que o sexo masculino teve índice maior de internação (56,93%). Entre os pacientes internados, em sua maioria (45,19%) tinham entre 61 a 80 anos. Observou-se também que 71,96% apresentam tempo de internação inferior a 15 dias de implementação da mandala, observa-se que no mês de implantação( julho) a Incidência de LPP era de 7,68%, e no mês de setembro após 90 dia do inicio do protocolo a incidência foi de 2,15% A equipe de enfermagem desenvolve um papel importante na prevenção da LP utilizando as medidas preventivas, estando a mudança de decúbito diretamente relacionada à prática assistencial da equipe de enfermagem. Por meio do Processo de Enfermagem associado à Sistematização da Assistência em Enfermagem , é possível utilizar intervenções adequadas e padronizadas na prevenção da LP, o que confere maior segurança e singularidade no cuidado prestado ao paciente.
Torna-se evidente o benefício do relógio adaptado( mandala ) na prática assistencial e prevenção de LLP. As singularidades foram observadas e adaptadas de acordo com o caso por meio da comunicação efetiva da equipe de enfermagem e equipe multiprofissional no trabalho em equipe. Com a utilização efetiva do instrumento em questão, entende-se que haverá redução na incidência de LP nos pacientes em prona e melhor assistência para aqueles que desenvolverem lesões por pressão. A adaptação do instrumento foi considerada satisfatória pela equipe de enfermagem, com melhoria da qualidade assistencial ao paciente. No momento esta sendo padronizada a rotina assistencial de normatização deste instrumento.

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