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Implantação de Protocolo de Enfermagem Covid19 para ampliação do acesso das gestantes e puérperas na maternidade

Tema do relato:
Ações da Enfermagem para o enfrentamento da pandemia da COVID-19

Sua experiência está relacionada a que área:
Gestão em saúde

Instituição onde a experiência se desenvolve/desenvolveu (serviço/instituição)
Prefeitura Municipal de Sobral/ Secretaria da Saúde/Santa Casa de Misericórdia

Autor(es) Principal
Carlos Romualdo de Carvalho e Araújo
Autor(es)
Larisse Araújo de Sousa
Rogeriany Lopes Farias
Regina Célia Carvalho
Andrezza Mesquita Veras Gomes
Josiane Da Silva Gomes

Situação atual da experiência
Concluída/finalizada

Data de início da experiência
2021-04-01

Contextualização/introdução
Os protocolos clínicos de enfermagem são ferramentas que promovem a ampliação do acesso dos usuários ao Sistema Único de Saúde (SUS), aproximando os serviços da Atenção Primária à Saúde, Atenção Especializada e Atenção Terciária, tornando-os mais resolutivos e focados no acesso à saúde, prevenção de doenças e agravos. Em Sobral, a Estratégia Trevo de Quatro Folhas e o Setor da Maternidade da Santa Casa de Misericórdia reuniram-se para criar e implantar um protocolo para organizar os fluxos, qualificar as consultas realizadas pelos enfermeiros, orientar o acesso e a horizontalidade da assistência durante a pandemia Covid-19, abordando as vias de transmissão, o diagnóstico precoce e o adequado manejo das gestantes e puérperas nas diversas fases da infecção, definindo diretrizes que evitem a morbimortalidade materna e os agravos ao concepto
Desde o início da pandemia, chamou atenção em relação à Covid -19 a existência de grupos de risco, especialmente vulneráveis à infecção, principalmente os idosos e os portadores de comorbidades, que apresentavam elevados índice de letalidade (Guan et al. 2020). Inicialmente intuía-se que, da mesma maneira que havia acontecido com a Infecção pelo H1N1, em razão das modificações próprias da gestação, a Covid-19 fosse mais grave nas gestantes. Entretanto, os primeiros relatos advindos da China mostravam que esta infecção acometia, com a mesma frequência e gravidade, mulheres grávidas e não grávidas (Chen et al. 2020). Desse modo, a preocupação inicial ficou concentrada nas gestantes de alto risco, devido a doenças como hipertensão, diabetes e obesidade, as quais poderiam apresentar pior evolução da Covid-19, de maneira semelhante ao que se observava nas não grávidas. Embora a maioria dos relatos de literatura mostre que grande parte das gestantes apresenta quadros clínicos leves ou moderados (Sutton et al. 2020) e que de 1 a 5% necessitam de suporte ventilatório e/ou cuidados em unidade de terapia intensiva (UTI), com o aumento do número de casos em diversos países e a análise dos casos ocorridos, foi verificado maior risco de complicações maternas principalmente no último trimestre da gravidez e no puerpério, inclusive com casos de morte materna (Rasmussen et al. 2020). Principalmente nos países em desenvolvimento, as razões de morte materna, neste período de pandemia, mostraram-se aumentadas (Hantoushzadeh et al. 2020). No momento atual, o mundo entende que as gestantes e puérperas constituem grupo de risco frente à Covid-19 (Knight et al. 2020). No Brasil, o Ministério da Saúde orienta que gestantes e puérperas até o 14º dia de pós-parto devem ser consideradas grupo de risco para Covid-19. Assim, tornou-se fundamental criar um protocolo que estabelecesse orientações padronizadas para a enfermagem no manejo assistencial da Covid-19 as gestantes e puérperas do município.
1.Implantar um protocolo de Enfermagem para ampliação do acesso das gestantes e puérperas na maternidade; 2.Prevenir óbito de mulheres gestantes e puérperas, pois são consideradas naturalmente grupos de risco frente ao novo coronavírus. 3.Sensibilizar os profissionais do setor para aderirem e fazer uso do protocolo.
A organização dos fluxos de atendimento de gestantes e puérperas na Pandemia de SARS-CoV-2 é essencial para proteção de pacientes, contactantes, recém-nascido e profissionais da saúde. Nesse sentido, algumas premissas devem ser observadas, incluindo a adoção de fluxo ideal para atendimento. Em locais onde não seja possível cumprimento de todos os parâmetros assistenciais, estes deverão seguir minimamente as orientações estabelecidas pela Anvisa (2020). Além disso, realizou-se educação permanente com os enfermeiros e técnicos em enfermagem.
1.Atendimento ambulatorial: a) Garantia assistência pré-natal; b) Triagem clínica de TODAS as gestantes atendidas durante a pandemia Covid -19 para sintomas gripais ou para contato prévio com paciente positivo antes do atendimento de rotina. 2.Internação clínica obstétrica ou para parto Todas as mulheres deverão, no momento da internação clínica, cirúrgica ou para parto normal, realizar exame de RT-qPCR para SARS-CoV-2 a)Durante a internação clínica b)Internações para o parto c)Acompanhante e visitas hospitalares d)Orientações de alta A consulta de enfermagem permite a valorização e o protagonismo da enfermagem nos mais diversos pontos da Rede de Atenção à Saúde, promove a segurança do paciente e a do profissional, uma vez que estabelece limites de ação e variabilidade do cuidado, incorpora novas tecnologias e reduz significativamente as filas de espera por atendimentos. O protocolo clínico de enfermagem traz a descrição de uma situação de cuidado, detalhando a operacionalização e a especificação sobre o quê, quem e como se faz na hora da consulta, norteando os enfermeiros para tomada de decisão em seus atendimentos. Estruturado com base em evidências científicas, os documentos seguem os princípios legais e éticos da profissão. A utilização de um Protocolo Clínico Assistencial na pandemia Covid19 visa, principalmente, cumprir a legislação que engloba o exercício profissional da enfermagem. Salienta-se que desde a construção até a fase de implementação, o protocolo segue alinhado com os sistemas de informação do Ministério da Saúde. O protocolo está fundamentado nos princípios da APS, do primeiro contato, longitudinalidade, integralidade, coordenação do cuidado, abordagem familiar e enfoque comunitário.
Com isso, as estratégias utilizadas permitiram que toda a rede de saúde do município trabalhasse de forma articulada, dispondo de ferramentas de apoio norteadoras aos processos de trabalho durante a pandemia, por meio da prática colaborativa entre os serviços de saúde e demais serviços do âmbito municipal. Por intermédio da estratégia apresentada, evidenciou-se a importância da reorganização da rede de saúde, utilizando as tecnologias da informação para investir em monitoramento das gestantes e puérperas, rastreamento de contatos, orientações preventivas para a população em geral e capacitação dos profissionais de saúde. Percebeu-se, também, que os esforços preventivos são mais eficazes quando associados às medidas de monitoramento e vigilância.

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