APSREDES

Resultado Preliminar
1.1 Título da experiência

Educação Alimentar e Nutricional sob a ótica da promoção de práticas alimentares saudáveis em escolares: um relato de experiência

1.2 Autores(as) da experiência

Nome Cargo/Função Município
Anete Souza Mecenas Professora/pesquisadora Rio de Janeiro
Odine Rosane Alves Nutricionista Rio de Janeiro
Eliane Braga Nutricionista Rio de Janeiro
Victoria Fernanda Medeiros Nutricionista Rio de Janeiro
Gabrielle Anjos Nutricionista Rio de Janeiro

1.3 Organização(ções)/Instituição(ções) promotora(s) da experiência

Organização/Instituição
Faculdade Estácio de Sá

1.4 Cidade(s) e Estado (s)

Estado Cidade
RJ Rio de Janeiro

1.5 Região do país

Sudeste

1.6 Identificação do(a) autor(a) responsável

Nome Cargo/Função Município
Anete Souza Mecenas Professora/pesquisadora Rio de Janeiro

1.7 Eixo temático da experiência

Eixo 2 - EAN no campo da Educação

1.8 Público participante da experiência

Crianças - 5 a 10 anos

1.9 Onde esta experiência foi desenvolvida

saúde
ASSISTÊNCIA SOCIAL
EDUCAÇÃO
Escola Privada
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
OUTROS
1.10 Na avaliação do grupo responsável esta experiência atendeu e/ou promoveu os seguintes princípios
todas as pessoas têm o direito de estarem livres da fome
todas as pessoas têm o direito de ter acesso à alimentação adequada saudável
universalidade
integralidade
equidade
participação social
apoio ao desenvolvimento sustentável

Por favor justifique/comente sua resposta

Atualmente é possível observar cada vez mais evidente a relação entre o modelo agroindustrial de produção de alimentos com o consumo de gêneros demasiadamente processados, tendo como consequência problemas de saúde como o sobrepeso e a obesidade. O mercado industrial vem fortemente influenciando na alimentação da população brasileira, induzindo a uma dieta com alimentos cada vez mais práticos. O aumento no consumo de alimentos ricos em açúcares e gorduras, e a redução da prática de atividade física, com a realização das refeições com a presença de TV, computador, smartphone e videogame, têm contribuído para crescente da obesidade (TRICHES; GERHARDT; SCHNEIDER, 2014). Segundo a Secretaria do Estado de Saúde (2019), o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional possui notificações de 2019 para crianças entre cinco e dez anos onde revelam que 16% das crianças brasileiras estão com sobrepeso; 9% com obesidade e 5% com obesidade grave (BRASIL, 2019). A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) é uma estratégia para que seja alcançada a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), ela ocupa uma posição estratégica onde visa a prevenção, controle de problemas alimentares e nutricionais e promoção da alimentação adequada e saudável (BRASIL, 2018). A EAN é necessária em todas as fases da vida, no entanto, na infância faz-se necessário uma alimentação adequada, visto que é o período de desenvolvimento físico, social, emocional e cognitivo dos indivíduos, além de ser principalmente na infância quando os hábitos alimentares são formados (NASCIMENTO, 2021). De acordo com Miranda (2015) aos poucos a criança sente vontade de explorar o alimento, tocar, sentir as formas, cheirar e olhar, sentir os sabores e texturas. Por este motivo é necessário iniciar a educação alimentar nutricional (EAN) desde a infância entendendo que o ambiente e os responsáveis pelas crianças são os que favorecem e incentivam os hábitos alimentares. Sabendo que a alimentação saudável é indispensável nesta fase da vida, existem maneiras de se obter preparações saudáveis com custo mais baixo por meio do Aproveitamento Integral dos Alimentos (AIA). Sendo assim, a ideia é utilizar todas as partes dos alimentos que são normalmente considerados inviáveis ao consumo, buscando então o máximo de seu potencial. As oficinas culinárias são uma boa estratégia para promover práticas alimentares saudáveis, estas permitem demonstrar as diversas possibilidades de AIA, visando à acessibilidade a uma alimentação mais nutritiva diante da insegurança alimentar e ao mesmo tempo contribui para a redução do desperdício uma vez que diminui o descarte de resíduos orgânicos (LOBO; CAVALCANTI, 2017). A finalidade do nosso trabalho foi trazer esclarecimento quanto à necessidade da educação alimentar nutricional (EAN) para crianças na fase escolar, demonstrando as possibilidades de aproveitamento integral de alimentos, levando aos responsáveis um caminho mais acessível à alimentação saudável, com o objetivo de promoção da saúde.

2. OBJETIVOS E PRINCÍPIOS RELACIONADOS À EXPERIÊNCIA

2.1 Objetivo(s): Qual é/foi a finalidade das atividades desenvolvidas

A finalidade do nosso trabalho foi trazer esclarecimento quanto à necessidade da educação alimentar nutricional (EAN) para crianças na fase escolar, demonstrando as possibilidades de aproveitamento integral de alimentos, levando aos responsáveis um caminho mais acessível à alimentação saudável, com o objetivo de promoção da saúde.

2.2 Os objetivos e as atividades desenvolvidas adotaram de maneira explícita algum ou alguns dos princípios do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas

I - Sustentabilidade social, ambiental e econômica
III- Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes naturezas
IV- A comida e o alimento como referências; Valorização da culinária enquanto prática emancipatória
V- A Promoção do autocuidado e da autonomia
VI- A Educação enquanto processo permanente e gerador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos
IX- Planejamento, avaliação e monitoramento das ações
2.3 Quais temas/diretrizes dos Guias Alimentares para População Brasileira e/ou para Crianças brasileiras menores de 2 anos são/foram abordados na experiência?
O público-alvo da pesquisa foram crianças na fase escolar (7 a 10 anos), onde ocorreu a introdução de estratégias de educação alimentar nutricional (EAN) realizando o aproveitamento integral dos alimentos (AIA) por intermédio de oficinas culinárias com alunos e pais.
2.4 Vocês consideram que esta experiência pode contribuir de maneira direta ou indireta a um ou mais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ?
ODS 3 - Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades
ODS 4- Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos

3. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA EXPERIÊNCIA

3.1 Como foi identificada a necessidade de realização desta experiência
A creche sossego da mamãe realizada a atividade é um creche filantrópica que não tem assistência nutricional, algumas crianças neste faixa etária estão com sobrepeso e obesidade (7 a 10 anos), então, a profa Anete fez uma parceria com a escola e a Faculdade Estácio de Sá com o intuito de trazer possibilidades de acesso as crianças do conhecimento obtido pelos alunos de Nutrição da Faculdade Estácio de Sá de Duque de Caxias.
3.2 Foi realizado algum diagnóstico da situação (observação da realidade, levantamento de demandas junto ao público etc) antes de iniciar a experiência
Não
descreva rapidamente
Não
3.3 Como foram definidos as prioridades e objetivos da experiência
Em um primeiro momento foi levantado o perfil nutricional de cerca de 20 crianças que transcorreu com a utilização de uma balança digital Techline, Tec-Silver com capacidade de até 180kg, um adipômetro clínico Avanutri (10g/mm2) com sensibilidade de 1,0 mm e amplitude de leitura de 0 a 80mm, e uma trena antropométrica de 2 metros, sendo então realizado a classificação nutricional com auxílio das curvas de crescimento da OMS. A avaliação nutricional foi realizada por meio da aferição de altura, peso, circunferência abdominal, circunferência de braço, dobra cutânea tricipital (DCT), dobra cutânea bicipital (DCB) e um recordatório de 24h. Em um segundo momento foi realizado uma atividade voltada para educação alimentar nutricional (EAN) com o objetivo de levar o conhecimento sobre a necessidade do consumo de frutas e legumes para a saúde. Desta forma, foi apresentado um vídeo educativo que fala sobre a importância da alimentação saudável, em seguida as crianças participaram de uma atividade chamada “Trilha do Conhecimento”. Nesta atividade as crianças foram incentivadas a adivinharem quais eram os alimentos apresentados por meio de perguntas, onde as crianças foram divididas em times de meninos e meninas e participaram de um jogo de tabuleiro onde jogavam o dado e andavam a quantidade de casinhas indicada, caso o dado caísse na imagem de um legume o jogador passava a vez, em cada casinha havia uma pergunta sobre frutas e legumes, ao final, quem chegasse primeiro vencia a rodada. A brincadeira foi dividida em 2 rodadas com grupos diferentes, cada rodada havia 4 meninas e 4 meninos. A terceira etapa da pesquisa foi à realização de uma prática a qual tem por objetivo incentivar o consumo de frutas, neste exercício foi realizado uma “mini feira”, antes de iniciar a brincadeira foi ensinado as crianças como realizar a higienização das frutas que foi executada com um sanitizante próprio para esta finalidade, Sendo utilizado 1 pastilha para cada 2 litros de água, deixando as frutas na solução por 15 minutos. Após a higienização das frutas foi iniciada a “mini feira” onde as crianças encontraram tangerina, banana, uva verde, uva vitória, pera e maçã. As crianças receberam tickets para fazerem compras, tendo autonomia para escolherem o que queriam consumir. Cada criança pôde escolher até 2 frutas diferentes. Nesta etapa também foi avaliada a aceitação de cada criança, que classificaram como Adorei, Gostei, Indiferente, Não gostei e Detestei de acordo com a escala hedônica. A quarta etapa da pesquisa foi à realização de uma oficina culinária com os responsáveis pelas crianças onde foi demonstrada a significância do aproveitamento integral dos alimentos para que possam oferecer as crianças quando em casa, lanches mais nutritivos e econômicos. Nesta oficina foram utilizadas duas receitas voltadas para o aproveitamento integral dos alimentos, sendo elas o Cupcake de casca de banana com brigadeiro de banana e uma Torta de sobras de arroz e talos (Anexo 2). Antes de iniciar a preparação das receitas, foi ensinado aos responsáveis como é feita a higienização das cascas e talos que foram higienizados com higienizador próprio para alimentos. Também foi ensinado aos responsáveis como fazer a higienização com cloro que seria uma colher de sopa de cloro para 1 litro de água. Após a prática ter sido efetuada, todos experimentaram as receitas, crianças e responsáveis. Em seguida foi realizada a avaliação quanto à aceitação das receitas com as crianças e responsáveis. Com os pais também foi avaliado se fariam as receitas em casa. Todos os responsáveis receberam uma cartilha com as receitas para que pudessem reproduzir a receita em casa.
3.4 Os sujeitos da ação participaram das etapas de planejamento da experiência?
Sim
sim, em quais etapas e como participaram ?
Foi realizado uma atividade voltada para educação alimentar nutricional (EAN) com o objetivo de levar o conhecimento sobre a necessidade do consumo de frutas e legumes para a saúde. Desta forma, foi apresentado um vídeo educativo que fala sobre a importância da alimentação saudável, em seguida as crianças participaram de uma atividade chamada “Trilha do Conhecimento”. O que auxiliou na aplicação da estratégia de EAN que foi a mini-feira e direcionou as receitas da oficina culinária com pais e alunos.
3.5 Foram desenvolvidas metodologias ativas como estratégias pedagógicas para a EAN
Sim
Se sim, indique a(s) metodologia(s) com uma breve descrição
Foi realizado uma atividade voltada para educação alimentar nutricional (EAN) com o objetivo de levar o conhecimento sobre a necessidade do consumo de frutas e legumes para a saúde. Desta forma, foi apresentado um vídeo educativo que fala sobre a importância da alimentação saudável, em seguida as crianças participaram de uma atividade chamada “Trilha do Conhecimento”. Nesta atividade as crianças foram incentivadas a adivinharem quais eram os alimentos apresentados por meio de perguntas, onde as crianças foram divididas em times de meninos e meninas e participaram de um jogo de tabuleiro onde jogavam o dado e andavam a quantidade de casinhas indicada, caso o dado caísse na imagem de um legume o jogador passava a vez, em cada casinha havia uma pergunta sobre frutas e legumes, ao final, quem chegasse primeiro vencia a rodada. A brincadeira foi dividida em 2 rodadas com grupos diferentes, cada rodada havia 4 meninas e 4 meninos. A terceira etapa da pesquisa foi à realização de uma prática a qual tem por objetivo incentivar o consumo de frutas, neste exercício foi realizado uma “mini feira”, antes de iniciar a brincadeira foi ensinado as crianças como realizar a higienização das frutas que foi executada com um sanitizante próprio para esta finalidade, Sendo utilizado 1 pastilha para cada 2 litros de água, deixando as frutas na solução por 15 minutos. Após a higienização das frutas foi iniciada a “mini feira” onde as crianças encontraram tangerina, banana, uva verde, uva vitória, pera e maçã. As crianças receberam tickets para fazerem compras, tendo autonomia para escolherem o que queriam consumir. Cada criança pôde escolher até 2 frutas diferentes. Nesta etapa também foi avaliada a aceitação de cada criança, que classificaram como Adorei, Gostei, Indiferente, Não gostei e Detestei de acordo com a escala hedônica. A quarta etapa da pesquisa foi à realização de uma oficina culinária com os responsáveis pelas crianças onde foi demonstrada a significância do aproveitamento integral dos alimentos para que possam oferecer as crianças quando em casa, lanches mais nutritivos e econômicos. Nesta oficina foram utilizadas duas receitas voltadas para o aproveitamento integral dos alimentos, sendo elas o Cupcake de casca de banana com brigadeiro de banana e uma Torta de sobras de arroz e talos (Anexo 2). Antes de iniciar a preparação das receitas, foi ensinado aos responsáveis como é feita a higienização das cascas e talos que foram higienizados com higienizador próprio para alimentos. Também foi ensinado aos responsáveis como fazer a higienização com cloro que seria uma colher de sopa de cloro para 1 litro de água. Após a prática ter sido efetuada, todos experimentaram as receitas, crianças e responsáveis. Em seguida foi realizada a avaliação quanto à aceitação das receitas com as crianças e responsáveis. Com os pais também foi avaliado se fariam as receitas em casa. Todos os responsáveis receberam uma cartilha com as receitas para que pudessem reproduzir a receita em casa.
3.6 Foram utilizados recursos materiais nas atividades desenvolvidas
Sim
sim, quais recursos?
Cartilha, insumos para o cupcake e tortas
3.7 Sua experiência se configura no desenvolvimento de materiais educativos e desenvolvimento de tecnologias sociais a serem aplicados por outros profissionais?
sim
Descreva sobre o material/tecnologia social
As cartilhas elaboradas com as receitas para os pais e alunos.
3.8 Como a experiência foi avaliada e quais os resultados obtidos
QUALITATIVOS, FORMAIS, através do relato de experiência das crianças; Quantitativo a porcentagem de aceitação das receitas.
3.9 Relevância: Na avaliação das/os responsáveis, essa experiência contribuiu para algum nível de mudança/melhoria da realidade alimentar e nutricional das pessoas envolvidas; e/ou gerou experiência/conhecimento que pode contribuir para a prática de EAN em outros momentos e realidades
PRÁTICA EDUCATIVA A TRILHA DO CONHECIMENTO Nesta primeira prática educativa observou-se que após a apresentação do vídeo informativo durante a brincadeira as crianças apresentavam algumas dificuldades em responder as perguntas sobre os alimentos que não foram citados no vídeo demostrando não haver familiaridade com frutas e legumes. A todo momento as equipes colaboraram entre si citando os alimentos que tinham conhecimento, após o término da atividade, continuaram brincando entre eles. Foi possível observar neste estudo que as atividades lúdicas realizadas com enfoque na alimentação saudável despertaram maior interesse dos alunos, percebendo então a importância da ludicidade em estratégias de EAN na fase escolar (VALE; OLIVEIRA, 2016). PRÁTICA EDUCATIVA A MINI FEIRA Nesta segunda prática educativa após a higienização das frutas (Figura 7), 12 crianças participaram e foram incentivadas a escolher diferentes frutas para que pudessem experimentar novas possibilidades interagindo com os demais alunos demostrando suas experiencias. Frutas como: uva verde, tangerina e uva foram as mais escolhidas, já a banana talvez por ser uma fruta mais comumente disponível em suas casas as crianças não demostraram preferência. Ao fim desta prática foi observado que as crianças em geral adoraram comer as frutas, o que deixa evidente que elas aceitam consumir e gostam, mas certamente não são estimuladas ou pela indisponibilidade de compra como também relatado em outro estudo onde observaram que muitos não realizavam uma alimentação saudável por não terem a prática assim como outros não possuíam poder aquisitivo para compra de alimentos mais saudáveis (ROTENBERG; VARGAS, 2004). OFICINA CULINÁRIA A oficina culinária foi realizada com 3 responsáveis, que participaram de todo pré-preparo e preparo de duas receitas que utilizam a técnica do aproveitamento integral dos alimentos, sendo orientados sobre a higienização correta a diminuição do desperdício e o enriquecimento nutritivo da preparação. Um dos responsáveis, sugeriu a utilização do vinagre para a higienização e foi explicado que somente deve ser usado para temperar, sendo mais eficaz o hipoclorito de sódio (cloro) como relatado noutro estudo onde resultados obtidos demonstram que coliformes totais foram encontrados em hortaliça higienizada com vinagre, tendo redução de apenas 15,9% dos coliformes, já na hortaliça higienizada com solução clorada obteve uma redução de 91,5% dos coliformes totais, concluindo então que o vinagre não é seguramente eficaz para reduzir a carga bacteriana total, enquanto que o hipoclorito de sódio demonstra eficácia para tornar o alimento em condições microbiologicamente adequadas para o consumo (AGUIAR, 2019). Em seguida foi analisado a aceitabilidade de ambas as preparações por meio da escala hedônica, foram chamadas todas as onze crianças que estavam presentes para que pudessem experimentar as preparações, sendo servido primeiro a torta de sobras de arroz com talos e depois o cupcake de casca de banana com brigadeiro de banana. Das duas preparações o cupcake foi o que obteve maior aceitação, somente uma criança não gostou, todas as outras crianças gostaram e disseram que pediriam a mãe para fazer em casa. Os responsáveis também experimentaram as preparações e também avaliaram conforme a escala hedônica, somente dois afirmaram que também fariam em casa. Já a torta de talos algumas crianças questionaram os pequenos pedaços dos talos então foi orientado aos responsáveis que triturem bem a preparação. Ao final foi entregue aos responsáveis uma cartilha com as duas receitas para que pudessem fazê-las em casa. Para os responsáveis que não compareceram à oficina, a cartilha foi entregue aos alunos para que pudessem entregar aos responsáveis. Com essa atividade foi possível realizar o percentual de aceitabilidade das preparações realizadas na oficina, onde 27,27% (n = 3) adoraram a torta de sobras de arroz e talos, e 63,63% (n = 7) gostaram. Para o cupcake 46,15% (n = 6) adoraram e também 46,15% (n = 6) gostaram como demonstrado na tabela 3. Segundo Teixeira et al. (1987), um alimento com boa aceitação é aquele que apresenta 70% ou mais de aprovação. Sendo assim, pode se concluir que as duas receitas tiveram uma boa aceitação, uma vez que a torta de sobras de arroz e talos teve 90,9% de aceitação e o bolo de casca de banana teve 92,3% de aceitação Em um estudo a qual também foi utilizado o bolo com casca de banana se obteve 97% de aceitabilidade (AIOLFI; BASSO, 2013). Contribuindo para esta pesquisa Carvalho e Basso (2016) avaliando a aceitação de um bolo de casca de banana obtiveram uma aceitação de 80%. Segundo um estudo realizado por Garcia et al. (2015), a torta salgada com maior adição de talos e folhas vegetais teve uma aceitação de 83,4%. A alta aceitabilidade das preparações realizadas com a estratégia de aproveitamento integral dos alimentos pode colaborar para uma alimentação mais saudável ao público infantil, uma vez que auxilia na formação de bons hábitos alimentares e consequentemente a redução do sobrepeso e obesidade, assim como o auxílio aos pais sobre a importância do consumo de frutas e o aproveitamento integral dos alimentos.

4. RELATO RESUMIDO DA EXPERIÊNCIA

Relato resumido da experiência
Introdução: Atualmente a população brasileira tem sofrido grande influência em sua alimentação com a oferta de alimentos ultraprocessados. Segundo o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, 16% das crianças brasileiras apresentam sobrepeso, 9% obesidade e 5% obesidade grave. Diante disto, é de suma importância a inserção da Educação Alimentar e Nutricional (EAN) na fase escolar como uma estratégia para alcançar a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), viabilizando a prevenção e controle de problemas alimentares e nutricionais como obesidade e desnutrição, assim como a promoção da alimentação adequada e saudável. Objetivos: O objetivo desta pesquisa é esclarecer à importância da EAN na fase escolar, demonstrando as possibilidades de aproveitamento integral dos alimentos (AIA) utilizando partes comumente descartadas, possibilitando um caminho mais acessível à alimentação saudável. Métodos: Esta pesquisa foi realizada em uma creche filantrópica no município de Duque de Caxias – RJ com 20 alunos de 7 a 10 anos. Foi avaliado o perfil nutricional e o consumo alimentar, onde destes: 5 apresentavam sobrepeso, 5 obesidade e 3 obesidade grave. No recordatório de 24 horas observou-se o baixo consumo de frutas e legumes e o alto consumo de ultraprocessados. Em seguida foram realizadas práticas educativas com as crianças e uma oficina culinária com os responsáveis. Conclusão: Conforme resultados obtidos, houve 90,9% de aceitabilidade da torta de sobras de arroz com talos e 92,3% de aceitabilidade do cupcake de casca de banana com brigadeiro de banana, concluindo que houve uma boa aceitação das preparações realizadas com o AIA, sendo uma ótima estratégia de EAN.

5. DOCUMENTOS

5.1 Campo para inserção de arquivo de imagens que documentaram a experiência
Campo para inserção de arquivo de documentos produzidos relacionados à experiência