PRÁTICA EDUCATIVA A TRILHA DO CONHECIMENTO
Nesta primeira prática educativa observou-se que após a apresentação do vídeo informativo durante a brincadeira as crianças apresentavam algumas dificuldades em responder as perguntas sobre os alimentos que não foram citados no vídeo demostrando não haver familiaridade com frutas e legumes. A todo momento as equipes colaboraram entre si citando os alimentos que tinham conhecimento, após o término da atividade, continuaram brincando entre eles.
Foi possível observar neste estudo que as atividades lúdicas realizadas com enfoque na alimentação saudável despertaram maior interesse dos alunos, percebendo então a importância da ludicidade em estratégias de EAN na fase escolar (VALE; OLIVEIRA, 2016).
PRÁTICA EDUCATIVA A MINI FEIRA
Nesta segunda prática educativa após a higienização das frutas (Figura 7), 12 crianças participaram e foram incentivadas a escolher diferentes frutas para que pudessem experimentar novas possibilidades interagindo com os demais alunos demostrando suas experiencias. Frutas como: uva verde, tangerina e uva foram as mais escolhidas, já a banana talvez por ser uma fruta mais comumente disponível em suas casas as crianças não demostraram preferência.
Ao fim desta prática foi observado que as crianças em geral adoraram comer as frutas, o que deixa evidente que elas aceitam consumir e gostam, mas certamente não são estimuladas ou pela indisponibilidade de compra como também relatado em outro estudo onde observaram que muitos não realizavam uma alimentação saudável por não terem a prática assim como outros não possuíam poder aquisitivo para compra de alimentos mais saudáveis (ROTENBERG; VARGAS, 2004).
OFICINA CULINÁRIA
A oficina culinária foi realizada com 3 responsáveis, que participaram de todo pré-preparo e preparo de duas receitas que utilizam a técnica do aproveitamento integral dos alimentos, sendo orientados sobre a higienização correta a diminuição do desperdício e o enriquecimento nutritivo da preparação. Um dos responsáveis, sugeriu a utilização do vinagre para a higienização e foi explicado que somente deve ser usado para temperar, sendo mais eficaz o hipoclorito de sódio (cloro) como relatado noutro estudo onde resultados obtidos demonstram que coliformes totais foram encontrados em hortaliça higienizada com vinagre, tendo redução de apenas 15,9% dos coliformes, já na hortaliça higienizada com solução clorada obteve uma redução de 91,5% dos coliformes totais, concluindo então que o vinagre não é seguramente eficaz para reduzir a carga bacteriana total, enquanto que o hipoclorito de sódio demonstra eficácia para tornar o alimento em condições microbiologicamente adequadas para o consumo (AGUIAR, 2019).
Em seguida foi analisado a aceitabilidade de ambas as preparações por meio da escala hedônica, foram chamadas todas as onze crianças que estavam presentes para que pudessem experimentar as preparações, sendo servido primeiro a torta de sobras de arroz com talos e depois o cupcake de casca de banana com brigadeiro de banana.
Das duas preparações o cupcake foi o que obteve maior aceitação, somente uma criança não gostou, todas as outras crianças gostaram e disseram que pediriam a mãe para fazer em casa. Os responsáveis também experimentaram as preparações e também avaliaram conforme a escala hedônica, somente dois afirmaram que também fariam em casa. Já a torta de talos algumas crianças questionaram os pequenos pedaços dos talos então foi orientado aos responsáveis que triturem bem a preparação.
Ao final foi entregue aos responsáveis uma cartilha com as duas receitas para que pudessem fazê-las em casa. Para os responsáveis que não compareceram à oficina, a cartilha foi entregue aos alunos para que pudessem entregar aos responsáveis.
Com essa atividade foi possível realizar o percentual de aceitabilidade das preparações realizadas na oficina, onde 27,27% (n = 3) adoraram a torta de sobras de arroz e talos, e 63,63% (n = 7) gostaram. Para o cupcake 46,15% (n = 6) adoraram e também 46,15% (n = 6) gostaram como demonstrado na tabela 3.
Segundo Teixeira et al. (1987), um alimento com boa aceitação é aquele que apresenta 70% ou mais de aprovação. Sendo assim, pode se concluir que as duas receitas tiveram uma boa aceitação, uma vez que a torta de sobras de arroz e talos teve 90,9% de aceitação e o bolo de casca de banana teve 92,3% de aceitação
Em um estudo a qual também foi utilizado o bolo com casca de banana se obteve 97% de aceitabilidade (AIOLFI; BASSO, 2013). Contribuindo para esta pesquisa Carvalho e Basso (2016) avaliando a aceitação de um bolo de casca de banana obtiveram uma aceitação de 80%. Segundo um estudo realizado por Garcia et al. (2015), a torta salgada com maior adição de talos e folhas vegetais teve uma aceitação de 83,4%.
A alta aceitabilidade das preparações realizadas com a estratégia de aproveitamento integral dos alimentos pode colaborar para uma alimentação mais saudável ao público infantil, uma vez que auxilia na formação de bons hábitos alimentares e consequentemente a redução do sobrepeso e obesidade, assim como o auxílio aos pais sobre a importância do consumo de frutas e o aproveitamento integral dos alimentos.