Resultado Preliminar
1.1 Título da experiência

Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar – UFMS: colaboração com os povos indígenas

1.2 Autores(as) da experiência

Nome Cargo/Função Município
Paloma Galvão Barros Silva Acadêmica de Engenharia de Alimentos Campo Grande
Raquel Pires Campos Docente FACFAN- Engenharia de Alimentos Campo Grande
Rosane Juraci Bastos Gomes Pesquisadora associada da socioambiental consultoria Campo Grande
João Renato de Jesus Junqueira Docente FACFAN- Engenharia de Alimentos Campo Grande
Luísa Freire Colombo Docente FACFAN- Engenharia de Alimentos Campo Grande
Camila Medeiros da Silva Mazzeti Docente FACFAN- Nutrição Campo Grande
João Paulo Galindo Candido Acadêmico de Engenharia de Alimentos Campo Grande

1.3 Organização(ções)/Instituição(ções) promotora(s) da experiência

Organização/Instituição
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar (CECANE) - UFMS

1.4 Cidade(s) e Estado (s)

Estado Cidade
Mato Grosso do Sul Campo Grande

1.5 Região do país

Centro-Oeste

1.6 Identificação do(a) autor(a) responsável

Nome Cargo/Função Município
Paloma Galvão Barros Silva Acadêmica de Engenharia de Alimentos Campo Grande

1.7 Eixo temático da experiência

Eixo 4 - EAN em outros campos de prática

1.8 Público participante da experiência

AdolescentesAdultosEstudantesFamíliasIdososMulheresPovos Indígenas e Povos e Comunidades TradicionaisProdutores de alimentos da agricultura familiarPúblico atendido por Programas Sociais

1.9 Onde esta experiência foi desenvolvida

saúde
ASSISTÊNCIA SOCIAL
EDUCAÇÃO
Escola Pública
Universidade
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
OUTROS
Aldeias Indígenas
1.10 Na avaliação do grupo responsável esta experiência atendeu e/ou promoveu os seguintes princípios
todas as pessoas têm o direito de ter acesso à alimentação adequada saudável
universalidade
participação social
apoio ao desenvolvimento sustentável

Por favor justifique/comente sua resposta

O CECANE – UFMS tem como princípio o desenvolvimento sustentável através do envolvimento da população, nesse caso, dos povos indígenas possibilitando uma alimentação enriquecida para as escolas locais, de maneira que esses alimentos respeitem a cultura alimentar da aldeia.

2. OBJETIVOS E PRINCÍPIOS RELACIONADOS À EXPERIÊNCIA

2.1 Objetivo(s): Qual é/foi a finalidade das atividades desenvolvidas

Tem a finalidade de desenvolver ações de pesquisa, ensino e extensão referentes ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), fornecendo apoio ao desenvolvimento sustentável e incentivando a aquisição de gêneros alimentícios diversificados, produzidos em âmbito local, pela agricultura familiar e pelos empreendedores familiares rurais.

2.2 Os objetivos e as atividades desenvolvidas adotaram de maneira explícita algum ou alguns dos princípios do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas

I - Sustentabilidade social, ambiental e econômica
II- Abordagem do sistema alimentar, na sua integralidade
III- Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes naturezas
IV- A comida e o alimento como referências; Valorização da culinária enquanto prática emancipatória
V- A Promoção do autocuidado e da autonomia
VI- A Educação enquanto processo permanente e gerador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos
VII- A diversidade nos cenários de prática
VIII- Intersetorialidade
IX- Planejamento, avaliação e monitoramento das ações
2.3 Quais temas/diretrizes dos Guias Alimentares para População Brasileira e/ou para Crianças brasileiras menores de 2 anos são/foram abordados na experiência?
Honestamente, se for pra crianças na faixa etária de 2 anos, não foi utilizada uma abordagem específica.
2.4 Vocês consideram que esta experiência pode contribuir de maneira direta ou indireta a um ou mais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ?
ODS 2 - Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável
ODS 3 - Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades
ODS 11 - Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis
ODS 12 - Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis
ODS 17 - Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável

3. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA EXPERIÊNCIA

3.1 Como foi identificada a necessidade de realização desta experiência
Foi identificada a partir dos projetos da universidade que envolveram o desenvolvimento sustentável de produtos com os frutos nativos e da análise do CECANE relacionada ao cumprimento da legislação no que diz respeito aos fornecedores dos produtos e matérias-primas para a alimentação escolar segundo o PNAE, que descreve que 30% deve vir da agricultura familiar.
3.2 Foi realizado algum diagnóstico da situação (observação da realidade, levantamento de demandas junto ao público etc) antes de iniciar a experiência
Sim
descreva rapidamente
Foi percebido através de visitas e contatos que muitos povos indígenas e comunidades produtoras que têm os frutos nativos a sua disposição não sabem como processá-los e/ou possuem direcionamento acerca de como se inserir nas vendas ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
3.3 Como foram definidos as prioridades e objetivos da experiência
Para esse primeiro ano do CECANE- UFMS, foi definido um público alvo focalizando, primeiramente, nas escolas das aldeias indígenas, portanto, foram selecionadas 5 aldeias para ser realizado o acompanhamento e apoio.
3.4 Os sujeitos da ação participaram das etapas de planejamento da experiência?
Sim
sim, em quais etapas e como participaram ?
Participaram nas etapas de levantamento de dados das necessidades das aldeias e disponibilidade de frutos e da programação e conteúdo das visitas.
3.5 Foram desenvolvidas metodologias ativas como estratégias pedagógicas para a EAN
Sim
Se sim, indique a(s) metodologia(s) com uma breve descrição
O que foi usado como metodologia foram as rodas de conversa, com dinâmicas de apresentação, com perguntas orientadoras, mapa falado para levantamento de espécies nativas, uso dos frutos locais nas dinâmicas, o aprender fazendo com as comunidades.
3.6 Foram utilizados recursos materiais nas atividades desenvolvidas
Sim
sim, quais recursos?
Foi utilizado a coleção de livros do Saberes do Cerrado e do Pantanal para o desenvolvimento de slides para apresentação do curso de capacitação, além da distribuição desses livros para as aldeias. Além disso, nas oficinas práticas, fez-se o uso de diversos recursos para a fabricação dos produtos com os frutos nativos.
3.7 Sua experiência se configura no desenvolvimento de materiais educativos e desenvolvimento de tecnologias sociais a serem aplicados por outros profissionais?
sim
Descreva sobre o material/tecnologia social
Os principais elementos utilizados são os frutos nativos, as práticas de boas práticas de fabricação, e a coleção saberes que podem ser replicadas por outros profissionais, bem como a metodologia participativa de envolvimento direto das comunidades.
3.8 Como a experiência foi avaliada e quais os resultados obtidos
Foi realizado um curso de capacitação baseado na coleção de livros Saberes do Cerrado e do Pantanal visando instruí-los acerca dos biomas e dos frutos, das boas práticas de fabricação e o desenvolvimento de farinhas e produtos enriquecidos com os frutos nativos. Também foram realizadas oficinas práticas onde realizou-se diversas receitas com os frutos nativos, como: geleias, pães, tortas e biscoitos. A respeito de desafios enfrentados, todas as visitas foram muito acolhedoras pois todas as aldeias estavam muito interessadas em aprender e conversar acerca de suas necessidades e dificuldades. Essas dificuldades são majoritariamente dúvidas burocráticas que foram muito bem conduzidas e respondidas pelos parceiros do projeto que estiveram presente nas visitas. Portanto, os treinamentos e oficinas permitiram uma troca rica entre a aldeia e a universidade, possibilitando a capacitação desses povos, gerando o aperfeiçoamento e desenvolvimento de novas técnicas e produtos enriquecidos nutricionalmente para a alimentação escolar.
3.9 Relevância: Na avaliação das/os responsáveis, essa experiência contribuiu para algum nível de mudança/melhoria da realidade alimentar e nutricional das pessoas envolvidas; e/ou gerou experiência/conhecimento que pode contribuir para a prática de EAN em outros momentos e realidades
Essa experiência foi/ é uma ação de sensibilização as aldeias e ao parceiros envolvidos que incentiva o apoio a essas aldeias que possuem muito potencial no setor de desenvolvimento sustentável. Sendo assim, é um investimento que, a longo prazo, gerará uma grande diferença para a geração de renda desses povos, considerando que 30% dos fornecedores do PNAE devem ser da agricultura familiar. Além disso, causa um impacto direto a alimentação escolar tanto da própria aldeia produtora, que é o foco inicial, quanto para as demais escolas municipais, que futuramente podem ser englobadas, devido ao enriquecimento dos alimentos que serão ofertados e seu respeito a cultura local. O curso desenvolvido e as oficinas podem ser replicados em outras aldeias, além de também poder estimular associações a produzirem alimentos saudáveis e com qualidade para serem entregues nas próprias escolas indígenas.

4. RELATO RESUMIDO DA EXPERIÊNCIA

Relato resumido da experiência
O Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Alimentar (CECANE) resulta de parceria entre a Fundação Nacional em Desenvolvimento Educacional e instituições de ensino superior do Brasil. Com o propósito de desenvolver ações de pesquisa, ensino e extensão referentes ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), ele fornece apoio ao desenvolvimento sustentável, incentivando a aquisição de gêneros alimentícios diversificados, produzidos em âmbito local, pela agricultura familiar e pelos empreendedores familiares rurais, priorizando as comunidades tradicionais indígenas e remanescentes de quilombos. O CECANE UFMS teve início em dezembro de 2021, tendo no eixo agroindústria o objetivo de apoiar o aproveitamento de espécies alimentícias nativas junto á algumas aldeias indígenas, visando a possibilidade de fornecimento de alimentos enriquecidos nutricionalmente para escolas locais e geração de renda. Sendo assim, foram selecionadas 5 aldeias: Córrego Seco, Limão Verde, Imbirussu, Lalima e Brejão (Tabela 1). Durante as visitas, foi realizado um curso de capacitação baseado na coleção de livros Saberes do Cerrado e do Pantanal com o objetivo de compartilhar informações sobre os biomas, dos frutos, das boas práticas de fabricação e da padronização de receitas. Segundo a Resolução Nº 6, de 8 de maio de 2020, os cardápios das escolas devem atender as especificidades de cada aldeia, respeitando assim, a cultura local. Portanto, um dos focos do projeto, é apoiar o resgate dos conhecimentos e contribuir para o desenvolvimento sustentável de produtos enriquecidos com os frutos nativos que cada aldeia possui (Tabela 2). Sendo assim, foram realizadas oficinas de desenvolvimento de farinhas e produtos, como biscoitos, bolos, tortas salgadas, geleias, castanhas e pães, de forma a sugerir preparações diferentes que contribuam com o aumento da vida útil desses alimentos, a redução de desperdícios e a valorização cultural. Dentre as aldeias visitadas, duas delas possuem agroindústrias: a aldeia Brejão e a Imbirussu. A primeira trabalha com produção agroecológica, produção de mudas nativas e hortaliças, realizando testes experimentais e possui uma unidade multiuso extrativista, que está em fase de estruturação. A segunda, possui uma agroindústria voltada para panificação, além do extrativismo e beneficiamento da castanha de cumbaru (Dipteryx alata), e farinhas de bocaiuva (Acrocomia aculeata) e Jatobá ( Hymenaea courbaril), a associação já comercializa pães para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). As demais aldeias não possuem agroindústrias, porém, assim como as apresentadas anteriormente, possuem grande potencial extrativista, como é o caso da Lalima que produz farinhas de Acuri (Attalea phalerata), jatobá e bocaiuva e das aldeias Córrego Seco e Limão Verde que comercializam o pequi (Caryocar brasiliense) in natura em grandes quantidades. Sendo assim, esse projeto possui um potencial muito grande no que diz respeito a capacitação dos povos indígenas para o avanço do desenvolvimento local sustentável e o fornecimento de produtos para a alimentação escolar. A partir do envolvimento, não apenas a universidade, mas também de parceiros estratégicos que participam nas visitas, cursos e oficinas como a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (AGRAER), a Secretária de Produção Municipal e as nutricionistas das Secretarias de Educação e os Conselhos de Alimentação Escolar (CAE) nos municípios, com o projeto está sendo possível contribuir com a sensibilização sobre os produtos das comunidades indígenas e ampliar seu acesso ao mercado institucional, fornecendo alimentos para as próprias escolas nas aldeias e futuramente em outras escolas da rede municipal. Dessa forma, tanto a comunidade indígena quanto o poder público são acionados pelo Cecane/UFMS, possibilitando uma troca rica de conhecimentos que agrega à comunidade universitária através dos saberes locais e da valorização da sociobiodiversidade.

5. DOCUMENTOS

5.1 Campo para inserção de arquivo de imagens que documentaram a experiência
Campo para inserção de arquivo de documentos produzidos relacionados à experiência