Projeto está entre os selecionados no edital lançado pelo CNS e pela OPAS
Quando a pandemia da Covid-19 teve início, o Conselho Municipal de Saúde de Joinville, cidade no interior de Santa Catarina, deparou-se com uma adversidade que, embora já tivesse sido identificada pelo colegiado, ganhou proporções ainda maiores no período atual: a necessidade de uma comunicação mais assertiva junto à comunidade local para o fortalecimento do controle social.
Desde então, o grupo que tinha a comunicação digital como uma alternativa, precisou transformar o cenário desconhecido em uma terra fértil para as novas colheitas. E elas não tardaram a chegar, irrigadas pela criação do Grupo Desenvolvimento e Ação da Comissão de Enfrentamento da Covid-19. Foi assim que as reuniões virtuais, que iniciaram em março de 2020, aproximaram conselheiros, diretores de hospitais e entidades ligadas à saúde, todos em busca de iniciativas e informações que pudessem resultar em melhorias em meio à crise sanitária.
“A primeira reunião foi mais uma ação para análise de gastos, mas logo sentimos que era preciso algo mais. Queríamos algo mais participativo, com atuações eficientes e foi aí que organizamos o Grupo. A ideia era que ele fosse um elo entre a gestão em saúde e a comunidade”, conta o professor da Universidade da Região de Joinville, Luciano Henrique Pinto, que é integrante do Conselho Municipal de Saúde da cidade.
A iniciativa do Conselho deu tão certo que o trabalho foi selecionado pelo Laboratório de Inovação – Conselhos de Saúde e Participação Social na resposta à Covid-19, uma iniciativa do Conselho Nacional de Saúde (CNS), em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no Brasil. O projeto busca conhecer experiências e projetos de participação social no enfrentamento à Covid-19.
Em mais de um ano de trabalho, o grupo construiu um elo solidificado, especialmente entre os conselheiros que atuam nas diferentes regiões da cidade e os agentes que representam as instituições de saúde. A proximidade entre eles se fortaleceu também pela necessidade que ambos tinham em colocar um basta nas notícias falsas, que invadiram a cidade em uma proporção tão intensa que era capaz de colocar em xeque qualquer estrutura que não fosse combatida com empenho.
“Com o projeto houve uma redução da infodemia, que é a quantidade de informações, muitas não corretas. O projeto nos tornou referência na cidade. Entravam em contato conosco quando as notícias geravam dúvidas. Avisavam que tinha gente espalhando fake news sobre como estava a situação da Saúde. Aí a gente passava para o gestor e, com a resposta gravada, distribuímos a informações corretas, usando os novos canais para isso”, conta Luciano Henrique, que é farmacêutico de formação, e tem doutorado em Saúde e Meio Ambiente.
Luciano Henrique, que é farmacêutico de formação, e tem doutorado em Saúde e Meio Ambiente, conta que o projeto se tornou referência na cidade, resultando na redução da infodemia, que é a rápida disseminação de informações, nem sempre verdadeiras e precisas. “[As pessoas] entravam em contato conosco quando se deparavam com dúvidas nas notícias e também avisavam quando alguém espalhava fake news [notícias falsas] sobre como estava a situação da Saúde. Nós passávamos para o gestor e, com a resposta gravada, distribuímos a informações corretas, usando os novos canais para isso”, detalha.
Para que mais pessoas pudessem participar, formulários com perguntas foram criados, que eram levados aos gestores que participavam das reuniões virtuais. A ata das reuniões ganhou uma nova dinâmica, a fim de que seus conteúdos pudessem ser mais facilmente assimilados por todos os grupos. Com a disseminação das informações corretas, o grupo conseguiu que fossem atingidas diferentes comunidades locais, fortalecendo o trabalho do Conselho Municipal de Saúde.
Saiba mais informações sobre o Laboratório de Inovação em: https://apsredes.org/participacao-social-na-resposta-a-covid-19/