APSREDES

PRODUÇÃO DE MANUAL SOBRE FERRAMENTAS UTILIZADAS EM REUNIÕES REMOTAS PARA AUXÍLIO DE CONSELHEIROS MUNICIPAIS DE SAÚDE NA PARTICIPAÇÃO DE OFICINAS DE QUALIFICAÇÃO

Estado: Bahia
Município:Barreiras
Data de Início: fevereiro 15, 2021
Situação atual: Estágio inicial de execução.
Vinculação da experiência: Conselho Municipal de Saúde
Parceria com outra instituição: Sim
instituição: Universidade
Autor: cleomarbrdias@gmail.com
Eixo 1 – Fortalecimento e qualificação da participação social dos Conselhos de Saúde visando exercer o controle social na proposição, fiscalização e controle das ações governamentais..

Nome: Natacha Soares da Silva E-mail: naatachaasoares@gmail.com



Nome: Estéfanne Vitória Matos Aragão E-mail: estefannevitoria@gmail.com


Local

Conselho Municipal de Saúde

Contextualização

O Oeste da Bahia foi marcado por um desenvolvimento econômico e social tardio, em meados do século XX, caracterizado por uma baixa densidade populacional, extenso território com grande parte da população localizada as margens esquerda do Rio São Francisco, ou seja, na zona rural e com difícil acesso a serviços básicos como saúde e educação. Em função disso, a taxa de analfabetismo da região é maior que a taxa do estado da Bahia, caracterizando fatores de segregação social da região. Dessa forma, o acesso da sociedade civil dessa região à política local ocorre a passos lentos. Sob essa perspectiva, temos o avanço tecnológico visível na era pós-moderna, impactando desde as relações intrafamiliares até a forma com que encaramos jornadas de trabalho. No entanto, o acesso a internet de qualidade, aparelhos celulares e computadores ainda é uma realidade excludente como no extremo Oeste da Bahia, acentuando ainda mais a disparidade do acesso à informação nessas regiões. Em contrapartida, o mundo foi surpreendido pela pandemia causada pelo COVID-19 que transformou em um curto período como se dava as relações interpessoais, dinâmica de trabalho e até a ferramenta de trabalho da maioria das pessoas. Assim, indivíduos que não tinham grande afinidade com redes sociais foram pressionados a se adaptarem aos avanços da comunicação humana. Sendo assim, a administração pública, também, foi impactada nas mais diversas áreas, incluindo conselhos municipais de saúde que se reuniam para discutir demandas da comunidade, e até mesmo, planejamento e fiscalização das decisões municipais. Nesse contexto a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) em parceria com o Conselho Municipal de Saúde de Barreiras-Ba (CMS-Barreiras) deram início no projeto “Oficinas de qualificação para Conselheiros Municipais de Saúde do Oeste da Bahia”, na modalidade remota com palestrantes convidados, que se somam em torno de 130 inscritos, oriundos dos mais diversos municípios e povoados da mesorregião do extremo oeste da Bahia.

Justificativa

O Sistema Único de Saúde (SUS), possui a participação popular como ferramenta intrínseca à manutenção e ao aprimoramento de políticas públicas de saúde que visem à melhora da qualidade de vida populacional. Com essa democratização do acesso populacional às decisões deliberativas sobre a saúde pública, surgem, com a Lei 8.142/90, os Conselhos Municipais de Saúde, composto por usuários, trabalhadores, gestores e prestadores de serviços, exercendo funções diversas em prol da gestão de saúde do município. Tal fato, salienta a importância da participação pública, principalmente em tempos de pandemia, para que as demandas locais sejam levadas aos órgãos competentes. Contudo, desde o início do projeto citado foi constatado uma extrema dificuldade de alguns conselheiros se adequarem e utilizarem das plataformas Google Meet, Formulário Google e Youtube nas oficinas. Dessa forma, na tentativa de tornar as oficinas mais confortáveis e includentes para todos os participantes, foi confeccionado um passo-a-passo de como utilizar as plataformas e normas da etiqueta virtual, como desligar/ligar microfones e câmeras. Tal medida, é de extrema importância para a manutenção do vínculo e participação dos conselheiros, uma vez que isso torna o ambiente virtual menos desconfortáveis para esses cidadãos das mais diversas classes sociais, localidades e níveis de instrução.

Objetivo

Ensinar de forma didática os participantes das oficinas de qualificação como utilizar as plataformas de comunicação e acesso as aulas, com o intuito do projeto ser includente e tais conhecimentos serem utilizados posteriormente em seus conselhos de saúde.

Metodologia

Por meio de um arquivo PDF foi criado um passo-a-passo de como acessar as plataformas utilizando imagens do sistema Android e iOS encontrado nos aparelhos celulares, e computadores com Windows 10. Além disso, também foi utilizado o recurso de descrever o passo a passou e circular exatamente o total que deveria ser acessado. Em seguida, com o material finalizado ele foi enviado aos conselheiros inscritos por meio do WhatsApp e E-mail com as organizadoras do projeto se disponibilizando para sanar qualquer dúvida. Por fim, na oficina posterior o envio do passo-a-passo, a tela do computador e celular foi compartilhado no início da aula para que o manual pudesse ser repassado durante ao vivo.

Estratégias

Com o avanço das tecnologias e o atual contexto, essa inclusão nos instrumentos virtuais de comunicação tornou-se um meio da promoção de combate a desigualdade social. Desse modo, a produção desse Manual da Oficina proporciona que diferentes indivíduos sejam integrados no meio virtual, possibilitando melhor interação entre convidado e conselheiro, por meio de audiovisual e chat das plataformas. Confecção de um material didático ilustrativo no formato PDF, com a finalidade de elucidar o acesso às redes para os participantes do projeto citado que se deparassem com empecilhos.

Resultados Alcançados

A primeira sessão em que o manual ainda não havia sido aplicado, foi utilizado em torno de 30 minutos para que todos os conselheiros pudessem acessar a plataforma. Na segunda oficina cerca de 15 minutos foram suficientes para a organização dos participantes, além da visível, maior interação dos participantes para com a organização interna das oficinas e com os palestrantes. Logo, na quarta sessão, os números de dúvidas foram, exponencialmente menores. Possivelmente no final do projeto que termina em novembro de 2021 mais resultados serão avaliados, como questionários aplicado aos participantes.

Considerações Finais

Torna-se evidente, portanto, que os avanços tecnológicos impactam a sociedade não só positivamente, mas também negativamente, quando observamos pela perspectiva da segregação social. Paralelamente a isso, é fundamental criar ferramentas para que entidades como conselhos de saúde possam gerar uma educação continuada, mesmo com o fluxo de participantes. Assim, o crescimento social de uma região só acompanhará os avanços tecnológicos a partir de propostas efetivas de inclusão e equidade.