A metodologia instituída para o funcionamento do fórum de participação comunitária denominado “Fala Ana Maria” foi baseada no diagnóstico comunitário, utilizando-se a estratégia da estimativa rápida participativa, com a aproximação das lideranças comunitárias e devolutiva do diagnóstico comunitário realizados pelos médicos residentes de medicina de família e comunidade. Essa devolutiva, marca para a comunidade a primeira reunião em que os participantes (gestores, profissionais e pacientes) debateram os resultados e construíram novos encontros mensais, a fim de discutir a problemática comunitária e encaminhando ações para enfrentamento dos principais problemas. As reuniões mensais possuem um funcionamento de 2h aproximadamente, com uma pauta pré-estabelecida e flexível, com possibilidade de modificações e ajustes no momento da reunião, de acordo com a prioridade dos temas emergentes. Essas reuniões inicialmente ocorreram na própria unidade de saúde da família, entretanto, com a expansão do número de participantes, articulou-se junto a Igreja do território uma quadra e posteriormente uma sala mais ampla. A pauta constitui dos informes livres e dos temas a serem discutidos no dia. Após o debate em que todos os participantes possuem espaço de fala, faz a leitura dos encaminhamentos reunindo as falas dos presentes em ações que são registradas na planilha de intervenção comunitária, com definição dos responsáveis e prazos a serem instituídos as ações. A representatividade foi definida com representantes da sociedade civil organizada, agentes comunitários e representantes da equipe técnica, representantes da gestão da Unidade, pessoas da comunidade, trabalhadores da Educação e da Fundação São Martinho, bem como grupos religiosos.A partir dessa reunião, esse grupo voltou a reunir-se mensalmente, a fim de discutir os principais assuntos comunitários junto aos trabalhadores da clínica, gestores e lideranças comunitárias. Assim, debateu-se sobre temas como atendimentos à pessoa com COVID, fluxos da clínica, testagem para sintomáticos respiratórios, vacinação, medidas higieno sanitárias de combate à pandemia, insegurança alimentar, população de rua, óbitos e luto, entre outros, formando estratégias de enfrentamento utilizando as mídias virtuais, articulação com costureiras locais, arrecadação de cestas básicas, projetos de horta comunitária, entre outros.Pode-se ressaltar alguns exemplos de ações encaminhadas nesse espaço como: identificação das famílias com insegurança alimentar, articulação com costureiras do bairro para confecção de máscaras de tecido, identificação das famílias que sofreram com o luto consequente das mortes por COVID, a formação de uma frente de combate a pandemia no território com participação da unidade, lideranças comunitárias, Igrejas, Escolas do território, Fundação São Martinho e associação de moradores, filmagem de vídeos educativos recomendando as medidas sanitárias e a importância da vacinação, entre outros.