A região do Oeste Baiano é marcada por peculiaridades pela forma que se deu a ocupação territorial, dinâmicas políticas e desenvolvimento socioeconômico, quando comparado ao restante do Estado da Bahia moldando, assim, a sua identidade da regional. Em função disso, podemos destacar a baixa taxa de urbanização na maioria dos municípios que compõem o território, baixa densidade demográfica, predomínio do setor primário na economia até os dias atuais, precarização de serviços básicos como na área da saúde e alta taxa de analfabetismo em relação à Bahia. Nesse contexto, o crescimento econômico dos 24 municípios que fazem parte da região não foi acompanhado pelo desenvolvimento social.
Em suma a participação popular é um meio de manutenção e aprimoramento de políticas públicas de saúde com o intuito de melhorias na qualidade de vida populacional. Essa concepção de importância da participação da sociedade civil, possibilita o surgimento da Lei 8.142/90 que formaliza Conselhos de Saúde como entidades permanentes com funções deliberativas voltadas à elaboração de estratégias, ao controle social assim como à fiscalização do andamento de políticas de saúde. A vista disso, criou-se cargos de conselheiros de saúde para a sistematização das atividades da entidade, com funções que permeiam desde à discussão de demandas da comunidade e a fiscalização de orçamentos municipais, fazendo-se, necessário que conselheiros de saúde estejam capacitados para exercerem tais funções.
Sob tais perspectivas, municípios do oeste baiano precisam ser resilientes na gestão de serviços básicos como atendimento à saúde, que tem como um de seus pilares possibilitar a equidade entre os cidadãos. Dessa forma, a participação social é imprescindível a fim de arquitetar estratégias que possibilitem a prática plena da liberdade e cidadania. Destaca-se, então, a relevância dos conselhos municipais de saúde nessas localidades, pois contam com a participação de usuários, gestores, trabalhadores e prestadores de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), que conhecem as singularidades do município em que estão inseridos.
Nesse âmbito, o fortalecimento desses órgãos é indispensável para o combate da desigualdade social vigente nessa região. Portanto, esse relato descreve a experiência da parceria da UFOB com o Conselho Municipal de Saúde de Barreiras-Ba na oferta de Oficinas de Capacitação para Conselheiros Municipais de Saúde da região Oeste da Bahia. Em virtude, da integração do tripé da extensão universitária e qualificação de usuários do SUS com o objetivo de tornar a participação social ativa e com maior discernimento.