A presente proposta tem o intuito de apresentar a experiência do 1º Fórum Popular de Saúde do DF “Juntos no enfrentamento da pandemia de Covid-19” realizado pelo Radar de Territórios Covid-19 DF – um os eixos da Plataforma de Inteligência Cooperativa com a Atenção Primária à Saúde (PICAPS) da Fiocruz Brasília – um dos resultados da parceria com o Conselho de Saúde do Distrito Federal (CSDF). O Fórum foi realizado em dezembro de 2020 como uma estratégia para a construção de Plano de Ação juntamente com a sociedade civil e com as forças sociais locais (redes sociotécnicas locais – redes de governança de políticas públicas; movimentos sociais; coletivos organizados entre outros), para integrar as ações para mitigar os impactos causados pela pandemia, com a perspectiva de enfrentamento dos desafios da Covid-19 a longo prazo.A partir do Fórum, foi construído coletivamente, o “Plano Popular de Enfrentamento da Covid-19 no DF” (disponível em https://bit.ly/3jl8ccv), com ações intersetoriais organizadas em seis eixos: i) Fortalecimento e reorganização da Rede de Atenção à Saúde; ii) Participação, controle social e organização comunitária; iii) Comunicação, informação e produção do conhecimento; iv) Formação, educação popular e educação permanente; v) Articulação e fortalecimento de medidas intersetoriais; e vi) Emprego das estratégias da saúde digital. A PICAPS, é a Plataforma de Inteligência Cooperativa do DF, criada com a iniciativa da Fiocruz Brasília em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), implementada no início da pandemia, em 29/04/2020, para desenvolver estratégias de enfrentamento à Covid-19, integrando as ações populares, articulando com os serviços de saúde e assistência social para uma vigilância popular em saúde de base territorial. A PICAPS, disponibiliza tecnologias digitais e infraestrutura para monitorar os casos a partir dos dados epidemiológicos fornecidos pelos trabalhadores da saúde, SES-DF e da UnB, com as informações fornecidas pelas comunidades locais organizadas em redes, comitês das diferentes regiões do DF para que possam orientar e planejar ações de prevenção para conter a propagação do novo coronavírus . O Distrito Federal tem uma população de mais de 3 milhões de habitantes e uma das rendas per capita mais altas do País, com grandes desigualdades entre os seus diferentes territórios, divididos atualmente em 33 regiões administrativas (RAs). O projeto de criação de Brasília buscou incentivar e acelerar o processo de urbanização do País, em um processo histórico marcado por gerar grandes desigualdades sociais e concentração populacional em grandes aglomerados urbanos, com destaque para Ceilândia, com 437 mil habitantes, Samambaia, com 235 mil habitantes e Taguatinga, com 206 mil habitantes de acordo com as estimativas da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) de 2018 da Codeplan/DF .A segunda onda da pandemia colapsou o sistema de saúde de Manaus em janeiro de 2021, e em março atingiu todo o País. No DF a fila de leitos de UTI chegou a mais de 400 pacientes em março, e no início de maio ainda ultrapassa 100 pessoas. Considerando as redes pública e privada, o DF conta, no início de maio, com mais de 800 leitos de UTI, 43% deles exclusivos para a Covid-19.A vacinação no País avança sob a limitação da quantidade de doses disponíveis. Até 14 de maio foi aplicada a primeira dose em 38 milhões de pessoas (18% da população), sendo que metade delas, 19 milhões, recebeu também a segunda dose. No DF o quadro é bastante próximo à média nacional, 513 mil pessoas receberam a primeira dose (16,8% da população do DF), dos quais 279 mil receberam também a segunda dose (54,3% dos que receberam a primeira).Esse quadro reforça ainda mais a necessidade de desenvolver ações estratégicas com foco na implementação de uma Vigilância em Saúde de Base Territorial para organizar as ações, acompanhar e monitorar sistematicamente as condições de vida para apoiar as populações mais vulneráveis, que mais necessitam da vacina.As ações comunitárias agregadas e compartilhadas com as ações dos órgãos públicos, como a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), a Fiocruz e a UnB, entre outros, e, principalmente com o Conselho de Saúde do DF, são importantes para promover ações mais efetivas, com respostas ágeis e eficazes, fortalecendo também a organização dos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS), e da gestão do SUS nos territórios.