EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL PARA AGRICULTORES FAMILIARES SOBRE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E SUSTENTÁVEL NO MUNICÍPIO DE MANAUS – AM.

Autores do relato:

Dionisia Nagahama dionenagahama@gmail.com


jennifer ferraz samapaio jenniferzarref@gmail.com


Contextualização

A capacitação ocorreu entre dezembro de 2016 a julho de 2017, entre agricultores familiares maiores de 18 anos de quatro cooperativas e associações. Sendo que uma já fornecia alimentos para a alimentação escolar do município de Manaus-Am e 3 delas pretendiam fornecer. Participaram 83 agricultores de diferentes localidades.

Justificativa

O estilo de vida atual caracteriza-se por um padrão alimentar rico em alimentos industrializados, com excesso de gordura, sal e açúcar e pelo sedentarismo. atualmente, as principais causas de doenças e mortes estão relacionadas às doenças crônicas não transmissíveis como obesidade, hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, dislipidemias e até alguns tipos de câncer. Para incentivar e valorizar a produção e o consumo de alimentos saudáveis como verduras, legumes e frutas, culturalmente referenciados e produzidos em nível local, as políticas direcionadas à promoção da alimentação saudável devem contemplar as duas faces da insegurança alimentar e nutricional: a desnutrição e a obesidade, além de estimular o desenvolvimento sustentável e a geração de renda para pequenos produtores e agricultores familiares (BRASIL, 2012). A Organização Mundial da Saúde, a Organização para a Agricultura e Alimentação das Nações Unidas e a Organização Pan-americana da Saúde têm desenvolvido estratégias para a promoção da alimentação saudável. No Brasil e em outros países, conceitos em torno da alimentação saudável têm sido delineados para contemplar o significado social e cultural da alimentação e as necessidades nutricionais dos diferentes grupos populacionais, de modo a dar suporte às ações que fomentam mudanças socioambientais em prol de escolhas alimentares mais saudáveis, tanto individual como coletivamente (ELL, et al., 2012). Nas agroindústrias de alimentos das comunidades de agricultores familiares, uma das estratégias para minimizar os riscos à saúde da clientela é a adequação físico funcional e sanitária de instalações e equipamentos de processamento e armazenamentos de alimentos, bem como o controle da saúde dos manipuladores e de suas práticas de higiene, além da implantação das Boas Práticas Agrícolas (BPA) e de Boas Práticas de Fabricação de Alimentos (BPF) (DINIZ et al., 2011). Então para garantir a qualidade higiênico sanitária dos alimentos, os agricultores e outros profissionais que manipulam a alimentação escolar também devem possuir conhecimento sobre higiene pessoal e práticas seguras na manipulação de alimentos. Sendo assim, o trabalho objetivou-se a identificar as cooperativas, avaliar os conhecimentos de agricultores familiares sobre escolhas alimentares saudáveis, higiene dos alimentos e higiene do manipulador. É importante salientar que são escassos os estudos que avaliam os hábitos alimentares e conhecimentos nutricionais em trabalhadores da área da Agricultura Familiar.

Objetivo

Avaliar o impacto da capacitação de agricultores familiares sobre nutrição, alimentação e produção segura de alimentos e preparações alimentares.

Metodologia

No primeiro dia, os agricultores receberam treinamento básico sobre alimentação, nutrição e boas práticas de manipulação, com duração total de 16 horas. Após assinarem o termo de Consentimento Livre e Esclarecido -TCLE (a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa Nº 1.396.744), responderam a três questionários: um de caracterização das cooperativas; outro sobre o perfil dos agricultores familiares e boas práticas agrícolas e o último para o diagnóstico do nível de conhecimento dos agricultores. . Este questionário contou com 33 questões abertas e fechadas acerca dos temas das oficinas e o tempo médio para responder o questionário variou de 40 a 50 minutos. No segundo dia houve uma oficina sobre preparações com plantas alimentícias não convencionais (PANC). As PANC utilizadas foram: ora-pro-nobis (Pereskia bleo), taioba (Xanthosoma taioba), partes não convencionais dos frutos como a carne de jaca verde (Artocarpus heterophyllus Lam), processamento e armazenamento de cubiu (Solanum sessilifolium) . Por fim, para avaliar se a intervenção educativa teve impacto significativo foi aplicado novamente o questionário, com objetivo de comparar os resultados de conhecimentos adquiridos após intervenção. Apenas foram avaliados aqueles que obtiveram 100% da frequência na capacitação.

Atores envolvidos (institucionais e/ou coletivos)

Instituto de Pesquisas da Amazonia – INPA

Estratégias

O grande diferencial deste projeto é a possibilidade de melhorar significamente a qualidade de vida dos agricultores familiares, pois terão a oportunidade tanto de melhorar a alimentação de suas famílias e comunidades, oferecendo alimentos mais seguros quanto dos produtos comercializados. Outro diferencial é a retomada e valorização das práticas alimentares tradicionais e saudáveis que existia antes da entrada de produtos industrializados em seus hábitos alimentares

Resultados alcançados

Ao final foram avaliados 78 participantes no total, cada cooperativa apresentava no mínimo 14 e no máximo 30 participantes. Das quatro cooperativas/ associação, somente a COPASA é que fornece para a merenda escolar. Os demais produtores no período da intervenção estavam concorrendo a chamada pública para fornecerem alimentos orgânicos à alimentação escolar. A média de idade foi de 39 anos era do sexo feminino.A escolaridade é um dado que mostra uma significativa mudança no perfil desses profissionais, visto que o conhecimento pode agregar benefícios na produção. Foi verificado que a escolaridade dos agricultores familiares não era tão baixa, pois o quantitativo de agricultores que possuíam o ensino médio foi de 44,87% . A maioria dos participantes respondeu que não utiliza defensivos agrícolas. Os hortifrútis são transportados para comercialização em caixas de madeira (26%). Uma das questões continha a seguinte pergunta: “Você tem horta na sua casa, para consumo da família?” Se a resposta fosse sim, havia uma sub-pergunta: se as hortaliças obtidas eram da sua horta ou de outro lugar. A mesma pergunta foi feita em relação às frutas. Além da Soberania alimentar, pode-se citar a importância do autoconsumo como fonte de renda não-monetária, a qual possibilita que as famílias economizem recursos na aquisição de alimentos nos mercados (GRISA, GAZOLLA, SCHNEIDER, 2010). Segundo Grisa, (2007) o acesso e da disponibilidade de alimentos para a produção de autoconsumo, assegura outros princípios da segurança alimentar como a adequação aos hábitos alimentares locais e a qualidade dos alimentos pois, pode-se desfrutar de alimentos muitas vezes isentos de agrotóxicos e outros produtos químicos e utilizam esterco animal, restos de alimentos e outros materiais que não comprometem a salubridade e favorece as condições socioeconômicas da família. 3.4. Impacto da Educação Alimentar E Nutricional De forma geral, foi possível observar que os temas como Alimentação Saudável; Noções Básicas de Nutrição voltadas para agricultores familiares obtiveram resultados significativos (p<0,05) após as capacitações, os quais os mesmos aprenderam sobre os grupos de alimentos, auxiliando nas escolhas mais saudáveis da alimentação para a sua vida futura. agrotóxico; bem como consumir frutas e verduras em abundância e evitar gorduras, frituras e massas. Portanto o cuidado com os recursos naturais, a segurança alimentar, a sustentabilidade do meio ambiente e a vida futura do planeta também integraram as concepções sobre alimentação saudável. . No que diz respeito de Higiene do Manipulador e Boas Práticas de Manipulação, foi verificado que em relação a higiene das mãos, apesar do conhecimento dos participantes da importância da lavagem das mãos e em quais momentos devem lavar, 44% dos participantes não souberam responder em quais situações há necessidade da lavagem correta das mãos, e após a capacitação este número aumentou (63%), o que mostra uma preocupação quanto a higiene. A lavagem das mãos é uma das principais medidas para a redução da quantidade de microrganismos, contribuindo para a segurança dos alimentos e para aqueles que vão consumi-los.

Considerações finais

CONSIDERAÇÕES FINAIS Em relação ao conhecimento de Agricultores Familiares, a maioria dos cooperados respondeu corretamente às questões referentes aos temas “Escolhas Alimentares Saudáveis” e “Higiene de Alimentos“. Porém em relação a “Higiene dos manipuladores” referente a lavagem das mãos, a maioria respondeu incorretamente. Sendo assim, é importante que aumentem o nível de conhecimento sobre, a fim de possuírem a adequada percepção dos temas, e para isso necessitam de capacitações continuadas. Importante destacar que todo esse processo permitiu um significativo aprendizado para as bolsistas e para a coordenadora do projeto. Um aprendizado sobre a realidade vivida pelos agricultores familiares e pelas cooperativas ou associações e que oferecer informações é o primeiro passo para uma alimentação saudável e segura. De forma geral, foi possível observar que os temas como Alimentação Saudável; Noções Básicas de Nutrição voltadas para agricultores familiares obtiveram resultados significativos (p<0,05) após as capacitações, os quais os mesmos aprenderam sobre os grupos de alimentos, auxiliando nas escolhas mais saudáveis da alimentação para a sua vida futura. agrotóxico; bem como consumir frutas e verduras em abundância e evitar gorduras, frituras e massas. Portanto o cuidado com os recursos naturais, a segurança alimentar, a sustentabilidade do meio ambiente e a vida futura do planeta também integraram as concepções sobre alimentação saudável