Nesta semana, uma comitiva do Laboratório de Inovações da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) esteve em Porto Alegre para iniciar a sistematização das experiências inovadoras na atenção primária em Porto Alegre, como a ampliação do horário de atendimento nas unidades de saúde e o uso da telemedicina como forma de qualificar a prática assistencial. (fotos)
Os laboratórios de inovação foram criados para identificar boas experiências no país em diferentes temas. Desde março do ano passado, três capitais fazem parte: Distrito Federal, Teresina e Porto Alegre. “Passamos a visitar e identificar o que as cidades fazem de bom e inovador em relação à atenção primária”, diz o consultor da Opas no Brasil, Wellington Carvalho.
Veja o vídeo sobre as inovações na APS em Porto Alegre
Neste ano, a prioridade é sistematizar as iniciativas, para que o conhecimento fique registrado e seja acessado com facilidade. Em parceria com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), profissionais da rede de pesquisa da atenção primária visitaram as capitais selecionadas para fazer estudos de casos. “Vamos registrar as inovações que podem ser utilizadas por outros municípios, como estratégias locais que tenham aplicabilidade”, informa a professora da Universidade Federal de Pelotas, enfermeira Elaine Thumé, lembrando que a ideia é incentivar e divulgar as experiências inovadoras para fortalecer a atenção primária.
Comitiva – Carvalho e Elaine visitam a capital gaúcha acompanhados do representante do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Webster Pereira, do professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, Sandro Rodrigues, e do médico comunitário e professor do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina Fúlvio Nedel.
Em reunião com o secretário-adjunto da Saúde, Natan Katz, na quinta-feira, 25, o grupo conheceu projetos como o Business Inteligence, que unifica as informações registradas nas unidades de saúde, possibilitando acompanhar dados dos atendimentos individuais e odontológicos, procedimentos e visitas domiciliares em tempo real. Também gerencia o atendimento médico com mais eficiência, acompanha dias e horários de pico e índices de resolutibilidade, ou seja, as soluções dos casos dos pacientes que procuram os postos.
“Durante o encontro, falamos de como estamos integrando o Telessaúde-RS na prática assistencial, além da implementação dos sistemas de informação e a integração desses dados, a Carteira de Serviços e as mudanças na atenção primária para melhorar o acesso do cidadão aos serviços”, afirma Katz. Conforme o gestor, o objetivo foi apresentar o que a capital gaúcha tem feito para melhorar o acesso das pessoas à saúde.
Na quinta-feira, 25, a comitiva visitou ainda o Telessaúde-RS/Ufrgs, onde conheceu os projetos Regula+Brasil, feito em parceria com o Hospital Sírio-Libanês, o sistema de Gerenciamento de Internações da Secretaria Municipal de Saúde, além de iniciativas como o RespiraNET, DermatoNET e Teleoftalmo. Às 19h, os técnicos conheceram o atendimento no turno estendido do Centro de Saúde Modelo. Nesta sexta, 26, o grupo conheceu a Clínica da Família José Mauro Ceratti Lopes, na Restinga, e as instalações do Teleoftalmo e do Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas 4, aberto no início deste mês.
Laboratório de Inovação na Gestão do SUS – Com encontros e atividades de divulgação, os municípios participantes servem de modelo, auxiliando outras cidades interessadas para que as experiências sejam reaplicadas. No primeiro semestre do ano, a Opas/OMS está focada nos estudos de casos, com agendas de visitas às três capitais incluídas, para sistematizar e facilitar o acesso à informação. No segundo semestre, com os estudos de casos já concluídos, haverá novo momento de encontro entre os municípios para divulgação formal do processo, com a entrega do relatório e o debate dos próximos passos.
Outras informações podem ser obtidas no site https://apsredes.org/.