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Implementação da Terapia de Florais na Estratégia de Saúde da Família/SUS em Mato Grosso do Sul

A equipe do Laboratório de Inovação – Práticas Integrativas e Complementares em Saúde visitou in loco a experiência Terapia de Florais, do Mato Grosso do Sul, nos municípios de Angélica e Corguinho, para registrar em vídeo documentário a Terapia de Florais, uma prática não invasiva, não farmacológica, que pode ser utilizada por gestantes, bebês, crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos. As gotinhas provenientes das flores são indicadas para complementar no tratamento de ansiedade, angústia, depressão, esgotamento nervoso e emocional, fobias, medos, lutos, estresse, rejeição, timidez, entre tantos outros sentimentos que podem comprometer a saúde mental do usuário. Os florais não substituem medicações alopáticas ou fitoterápicas receitadas pelos médicos aos pacientes, mas são complementares no tratamento.

Inicialmente, a terapia era oferecida apenas para os profissionais de saúde de Angélica e Corguinho, pelo Programa Cuidando de quem Cuida, para que eles pudessem sentir e vivenciar a prática da terapia floral. A partir do momento que eles começaram a vivenciar, foram indicando aos usuários do SUS que eles atendiam em suas especificidades, e depois de um tempo, passou a ser oferecida também aos pacientes com hipertensão e diabetes, às gestantes e puérperas, às mulheres que amamentam e aos grupos de tabagismo. Na odontologia, os florais são utilizados para controlar o medo e a ansiedade dos pacientes.

“A gente utiliza o floral spray de ambiente, durante o atendimento, e com as crianças, a gente utiliza o floral em gota. A gente pede autorização para o pai e explica como funciona. Isso tem nos ajudado no condicionamento psicológico dos pacientes, principalmente das crianças, dando maior tranquilidade. A gente utiliza também o floral nos casos de paciente com bruxismo. Ao invés de seguir com medicações, a gente utiliza como coadjuvante no tratamento, tem feito uma grande diferença. Este trabalho, para nós, que somos atenção básica de um município pequeno, nos ajuda muito, faz toda a diferença”, explicou Fátima Silveira, cirurgiã dentista da ESF Urbana de Corguinho/MS.

“Terapia de florais é qualidade de vida emocional. É apaziguar a emoção de cada um de nós. É um trabalho que alicerça o interior, faz com que a gente cuide deste paciente, cuide deste usuário SUS, para que muitas vezes ele, ao chegar em um grande centro para um tratamento, já esteja mais equilibrado. A gente consegue montar esta cadeia de bem-estar, de qualidade de vida, começando do interior para a capital, isto é uma implementação saudável dentro dos municípios e dentro do SUS”, explicou Joseanne Roque, terapeuta floral que presta atendimento aos municípios de Corguinho e Angélica há mais de dois anos, contribuindo com o autocuidado dos profissionais de saúde e dos usuários do SUS.

Os municípios de Corguinho e Angélica, no Mato Grosso do Sul, são exemplos de como é possível implementar as práticas integrativas e complementares em saúde no SUS, com os

recursos disponíveis. No município de Corguinho, a terapia de florais iniciou-se em março de 2019. Mensalmente, são atendidas aproximadamente cinquenta pessoas, em duas unidades de saúde. No município de Angélica, a terapia de florais é ofertada em sete unidades de saúde, beneficiando 120 pessoas por mês.

“Já percebemos uma mudança drástica, principalmente com relação ao quantitativo de uso de psicotrópicos. Hoje, as pessoas que fazem complementos com florais, muitas delas, já estão usando menos quantidade de psicotrópicos. Algumas chegaram a abandonar o uso. Acho que o floral é muito completo, aborda a parte espiritual, social, a parte física”, considerou Anderson Alves de Oliveira, Secretário Municipal de Saúde de Corguinho/MS.

Patrícia Guimarães Alves, servidora pública, contou um pouco da sua experiência com o uso de florais: “Eu gosto dos produtos mais naturais. E, para mim, fez muito bem. É um produto que me acalma, que me traz paz, me ajuda no sono, também, que eu estava tendo problema para dormir, para mim é muito bom”. A trabalhadora rural, Luzia Alves de Paula, também relatou a sua melhora com o uso dos florais. “Senti ânimo. Aquelas dores que eu tinha no corpo, nas juntas, não dormia bem, eu acordava fácil, já não dormia mais, aí levantava com aquela dorzinha, aquela ansiedade no peito, aquilo não fazia bem para mim. O floral tirou tudo isso, eu estou bem calma agora, bem melhor. Tirou todas as dores do corpo, me deu ânimo. Parece que a gente fica, assim, tem ânimo para tudo. Você não esquece as coisas, é outra pessoa. Hoje, sou outra mulher”.

“Com esses 19 anos de caminhar de terapia floral, a gente vê como o floral é eficaz, em pontos que às vezes estão estrangulados, e que a gente pode, através de uma essência floral, e de uma escuta terapêutica, além de tudo bem qualificada, a gente poder auxiliar este ser humano”, ressaltou Joseanne Roque.

As agentes comunitárias de saúde atuam de forma integrada com a terapeuta floral, observando as necessidades no território e indicando a terapia para quem precisa. A Cleide Tomas Cosinato, agente comunitária de saúde, explicou como funciona o processo: “A gente vai na casa, faz as visitas, e pergunta se as pessoas têm interesse em usar o floral. E

cada vez está aumentando mais o número de pessoas”. Além de melhorar a qualidade de vida dos usuários do SUS, a terapia de florais vem transformando o ambiente de trabalho nas unidades de saúde.

“Começou pelo trabalhador de saúde, para ver se iria dar certo. Como a gente teve muito êxito, começamos agora a expandir para os usuários. Hoje, a gente já tem o grupo das gestantes fazendo uso da terapia floral, todas as gestantes do município, a gente oferta, e começamos um projeto piloto com o hiperdia em Ipezal, que a gente já está colhendo os frutos desta experiência, e este ano a gente está implantando aqui no nosso município”, Marcia Boniolo do Valle, enfermeira-coordenadora da Atenção Básica de Angélica/MS.

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