A partir da grande demanda de crianças e adolescentes com dificuldades escolares, tanto cognitivas quanto comportamentais, que eram encaminhadas pelas escolas à Regional de Saúde do Paranoá, desenvolveu-se! uma intervenção de acolhimento de saúde mental. Observou-se que o sofrimento das famílias era agravado por tratamentos pouco efetivos vinculados a escassez de profissionais, como neurologistas, fonoaudiólogos e psiquiatras, resultando em intermináveis listas de espera. Em 2011 foi instituída uma proposta inovadora no Centro de Saúde de Paranoá com a utilização da Terapia comunitária Interativa – TCI, que é realizada através de uma roda de conversa, onde cada participante pode expressar seus problemas, tendo a oportunidade de aumentar a sua capacidade de auto-resolução, através do compartilhamento das experiências vividas pelo grupo. Trata-se de um grupo semanal aberto, sendo ressaltado que o benefício aumenta com a continuidade da participação. Quando indicado, o adolescente é referenciado para o próprio Centro de Saúde para tratamento homeopático, para o Adolescentro ou para o CAPSi. O maior desafio é a dificuldade de formar uma equipe de trabalho para suporte e continuidade da atenção, bem como, a manutenção do espaço para sua realização. Após três anos passaram pela TCI cerca de 500 crianças, adolescentes e suas famílias, muitos dos quais tiveram boa resposta ao tratamento sem precisar de especialistas. Durante a visita participamos de uma roda de conversa e observamos que, embora existam resultados positivos, pudemos identificar que alguns casos necessitavam de encaminhamentos para serviços/profissionais especializados, o que ressalta a debilidade da rede pública de saúde.
Participantes presentes durante a visita técnica:
Maria Helena Ruzany – Assessora técnica do Ministério da Saúde
Maria Ignez Saito – Assessora técnica do Ministério da Saúde
Priscila Fernandes do Prado Neto – CGSAG/MS
Telma Spagnolo – Coordora do PSE Regional de Saúde do Paranoá
Maria Delsione da Silva – Agente Comunitária de Saúde