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Fortalecimento da APS nas Unidades Prisionais em Pernambuco

Autora: Merielly Mariano Bezerra

Coautoras: Suelen D’Andrada Cruz, Anna Beatriz Leite D’Andrada e Maria Francisca Santos de Carvalho

A oferta de serviços de Atenção Primária no âmbito prisional é desafiadora. A Coordenação Estadual Atenção à Saúde Prisional (CEASP) da Secretaria de Estado de Pernambuco (SES/PE) adotou novas estratégias para as Equipes de Atenção Primária Prisional (EAPP) no enfrentamento da Covid-19. São 31.000 pessoas privadas de liberdade em 23 unidades prisionais no estado, que contam com 27 EAPP distribuídas entre elas.

 

“No início da pandemia, mesmo antes da transmissão comunitária em Pernambuco, iniciamos o processo com algumas capacitações, por ser um agravo novo. Nos reunimos com todos os profissionais de saúde que atuam no sistema prisional e com os policiais penais. Foi preciso reestruturar vários processos de trabalho para garantir o cuidado não só da Covid-19, mas de outros agravos, considerando o lugar insalubre e propício a uma maior transmissão de doenças respiratórias. Dentro de todas as unidades prisionais temos equipes de Atenção Primária à Saúde, com estrutura similar às Equipes de Saúde da Família, o que contribuiu para o trabalho”, explica Merielly Bezerra, apoiadora institucional de Saúde Prisional da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco.

 

Também foram realizados cursos de vigilância laboratorial para que em todas as unidades prisionais fossem realizados testes para Covid-19. Até 6 de agosto, foram feitos 4.600 exames diagnósticos, sendo 1.383 casos confirmados, 1.290 recuperados e oito óbitos no sistema prisional do Estado. As equipes conseguiram espaços para o isolamento dentro das UPs de casos suspeitos e confirmados. Cada unidade conta com um apoiador institucional que é o gestor local da equipe de saúde.

 

“Reunimos os apoiadores das 23 unidades prisionais. São aproximadamente 11 profissionais de saúde por UP. Com os apoiadores elaboramos uma nota técnica com as diretrizes do processo de trabalho e as ações em relação à Covid-19, como: medidas de prevenção e controle, uso de EPIs, fluxo de notificação e transporte de usuários para a rede hospitalar, entre outros. Estabelecemos monitoramento diário dos casos suspeitos”, relata Merielly Bezerra.

 

Desde o início de casos confirmados no Estado, as UP estão sem permitir visitas de familiares. “Fortalecer os atributos da APS dentro da Unidade Prisional é um grande desafio para a rede de saúde. Fortalecemos o processo de trabalho para enfrentar algo novo. Conseguimos trazer um modelo com resposta positiva e de referência para outros estados. Conseguimos bons resultados, temos uma taxa de óbito semelhante à da população externa”, finaliza Merielly Bezerra.

 

 

A ORGANIZAÇÃO DA APS NO ÂMBITO PRISIONAL PARA O ENFRENTAMENTO À COVID-19 EM PERNAMBUCO

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