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Os profissionais de saúde da Clínica da Família Ana Maria Conceição dos Santos Correia, localizada na zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, tiveram que reorganizar a rotina de trabalho para atender e monitorar os usuários com síndrome gripal durante a pandemia. A unidade tem como característica receber estudantes de enfermagem e medicina que acompanham a rotina das seis equipes de Saúde da Família e das duas equipes de Saúde Bucal.

A nova dinâmica na Clínica da Família começou quando foram registrados os primeiros casos de Covid-19 no município. A equipe se mobilizou para discutir os protocolos e reorganizar o fluxo na unidade, visando a atender os usuários com caso de síndrome gripal e os usuários com condições de saúde emergenciais. “Colocamos um profissional na parte externa da unidade para direcionar o encaminhamento dos usuários sintomáticos respiratórios, que ia direto para uma sala de isolamento, onde um profissional faz o acolhimento com toda a segurança”, conta o médico de família e comunidade Marcio Silva.

Os usuários suspeitos de Covid-19 foram cadastrados em uma planilha que permitiu localizá-los no mapa do bairro. “Quem tinha síndrome gripal era notificado, e a gente fazia uma planilha de telemonitoramento por um grupo de profissionais fazendo o contato por telefone. Se a pessoa piorava, a gente incluía na rota de visita domiciliar ou destinava a pessoa para uma UPA”.

Outra meta dos profissionais de saúde foi a realização dos atendimentos das linhas de cuidado como os casos de pré-natal, puerpério e crianças menores de um ano, realização do teste do pezinho e conferência do calendário vacinal. “A estratégia de visita domiciliar foi importante em relação à gestão da lista de gestantes e de puericultura, pessoas com condições crônicas e alguns casos sintomáticos e pessoas em sofrimento psíquico grave”, elencou Silva.

A ferramenta tecnológica utilizada pela equipe, como o Google Maps, possibilitou que os profissionais de saúde tivessem o georreferenciamento do casos na comunidade para elaborar estratégias de mobilização. “A gente se articulou com os dispositivos do território, gravamos vídeos, elaboramos materiais informativos sobre contraceptivos para redes sociais. Além disso, arrecadamos alimentos e distribuímos mais 280 cestas básicas para famílias”, ressaltou o médico.

Para o médico, uma APS Forte no combate à pandemia passa pela atuação permanente dos profissionais, atendimento e monitoramento dos sintomáticos respiratórios, criação de fluxos de acolhimento e reavaliação do número de casos. “Uma APS Forte precisa desse tripé na abordagem individual, familiar e comunitária apesar dos desafios sem precedentes desta pandemia”, refletiu.

SMS RJ - Apresentação da Clínica da Família e os objetivos da experiência

SMS RJ - Reorganização do processo de trabalho na Clínica da Família na Covid-19

SMS RJ - Linhas de cuidado priorizadas na pandemia

SMS RJ - Considerações finais

Esta experiência participou do debate virtual A APS não pode parar! Formas de organização para continuidade do cuidado, transmitido na sexta-feira (05/06) no Portal da Inovação na Gestão do SUS. Assista à integra do debate em

Ficha Técnica:

Nome da Experiência: APS no combate à pandemia: estratégias individual, familiar e comunitária em uma Clínica da Família do Rio de Janeiro

Autores: Marcio Henrique Mattos Silva, Brenda Freitas da Costa, Lorena Mega Itaborahy, Lívia Turrini Costa

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