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Estratégia de Saúde Mental e Atenção Psicossocial em Rede, no contexto do COVID-19, em Goiás Velho/GO

Estratégia de Saúde Mental e Atenção Psicossocial em Rede na APS de Goiás Velho/GO

O projeto PsiCuidados foi elaborado a partir de referências teóricas e técnicas dos Primeiros Cuidados Psicológicos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Comitê Permanente Interagências da Organização das Nações Unidas (IASC ONU).

No município de Goiás Velho com 23 mil habitantes, a antiga capital goiana, os psicólogos vinculados ao SUS se organizaram para ofertar apoio psicológico on-line aos trabalhadores da saúde, que representam um público potencial de 350 pessoas, e aos usuários da rede de saúde. 

O serviço começou em abril de 2020, como iniciativa dos psicólogos do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF), dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e da Atenção Domiciliar do município, apoiados pela equipe do Núcleo de Estudos sobre Saúde Mental na APS e Populações Vulneráveis (NuPop) da Fiocruz Brasília. O PsiCuidados foi elaborado a partir de referências teóricas e técnicas dos Primeiros Cuidados Psicológicos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Comitê Permanente Interagências da Organização das Nações Unidas (IASC ONU).

Marcelo Pedra, da Fiocruz Brasília, explica as três linhas de ação do projeto, que abrangem o fortalecimento do laço comunitário a partir das demandas da comunidade; a comunicação em saúde por meio de vídeos, cartazes e podcast em saúde mental; e o apoio para a qualificação dos profissionais da APS para acolher a demanda de Covid-19. “O carro chefe do projeto é o apoio psicológico online para os trabalhadores  que atendem cerca de 80 profissionais acompanhados em diferentes estratégias de cuidado por telefone”, explica Pedra. 

“Tem sido um grande aprendizado para nós onde a gente vem desenvolvendo este novo espaço de atendimento na psicologia por meio online, ao longo de mais de um ano. A gente percebe uma resposta muito interessante a essa tecnologia de cuidado, algo que na nossa avaliação tem grandes possibilidades de ser incorporada pela APS, pela possibilidade de monitoramento das pessoas com condições crônicas e de sofrimento psíquico, sobretudo quando têm sofrimentos leves, com ansiedade, entristecimento”, aponta Pedra. 

O plano de ação para colocar em prática as medidas de apoio aos profissionais do município contou com a busca ativa, por meio de telefonemas para trabalhadores-chave. O plano opera na lógica do apoio matricial da rede de Saúde Mental da APS para os profissionais das demais unidades de saúde, qualificando a atenção aos usuários.

Um dos cuidados dos psicólogos do projeto foi evitar diagnósticos precoces, encarando os medos provocados pela pandemia como uma situação natural para o contexto. Pedra destacou, entre os efeitos da ação, a utilização de novas ferramentas de cuidado para o campo da atenção psicossocial, com diferentes intensidades de cuidado, a ampliação do acesso aos cuidados e a promoção da saúde mental na APS, bem como o fortalecimento do autocuidado e a integração entre os serviços da rede. 

“Tem sido um grande aprendizado para nós. A gente vem desenvolvendo este novo espaço de atendimento na psicologia por meio online, ao longo de mais de um ano. A gente percebe uma resposta muito interessante a essa tecnologia de cuidado, algo que, na nossa avaliação, tem grandes possibilidades de ser incorporada pela APS". Marcelo Pedra

Experiência

Oferecer um conjunto de ações no campo da Saúde Mental e da Atenção Psicossocial para a população e os trabalhadores de Goiás/GO, a partir da APS na RAPS. Especificamente os objetivos são ofertar: ações de fortalecimento do laço comunitário; ações de qualificação das equipes e serviços da rede local para a oferta dos primeiros cuidados psicológicos e; ofertar apoio psicológico e estabilização emocional, por vídeo chamada, para os trabalhadores da saúde, para que estes possam se manter atuando.

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