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O desafio de gerar potentes ações de comunicação assertiva para o enfretamento à pandemia, mobilizando os movimentos sociais com segurança e sensibilizando a população com respeito às medidas de distanciamento social no DF

A política negacionista e anticientífica adotada pelo governo federal frente à pandemia COVID-19 culminou em uma tragédia sanitária e hospitalar sem precedentes, para a qual impõe-se a necessidade de formular estratégias que propiciem ações de comunicação assertiva e de grande alcance para a população, evidenciando o real cenário vivido diante da pandemia.|

Historicamente, as ruas sempre foram o espaço de manifestação dos movimentos sociais. No entanto, com a chegada da pandemia de Covid-19, o Conselho de Saúde do Distrito Federal precisou encontrar formas alternativas para mobilizar a opinião pública e sensibilizar a sociedade. Em março de 2021, quando o Brasil se aproximava de 300 mil mortes provocadas pela pandemia, os conselheiros decidiram realizar duas ações de forte impacto de comunicação e sensibilização social.

Como parceiros, o Conselho convidou o Sindicato dos Enfermeiros do DF, o Sindicato dos Odontologistas do DF, a Comissão de Direito à Saúde da OAB-DF e a Coletiva SUS.  A ideia era promover manifestações com grande alcance de comunicação, respeitando as medidas de distanciamento social e, ao mesmo tempo, mobilizando os movimentos sociais e tocando a população quanto ao real cenário da pandemia. “As ações foram realizadas em áreas de grande movimento para ter visibilidade e passar a mensagem para sociedade no tamanho da magnitude da pandemia que estávamos enfrentando”, explicou Jeovania Rodrigues, presidente do Conselho de Saúde do Distrito Federal.

Foram organizados, então, dois atos públicos performáticos, com número reduzido de participantes, atendendo às orientações e medidas de segurança sanitária, em duas datas de relevância. O cortejo fúnebre pela chegada à marca dos mais de 300 mil óbitos por Covid-19 no país, em 25 de março de 2021, e a celebração pelo Dia Mundial da Saúde em homenagem aos profissionais de saúde e às vítimas da pandemia, em sete de abril de 2021.

Os eventos foram organizados de forma remota. Como não havia previsão sobre o dia em que o Brasil atingiria os 300 mil óbitos, o grupo precisou acompanhar regularmente o boletim epidemiológico do CONASS (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde) para estimar a data do primeiro ato, estabelecendo, com antecedência, a estratégia a ser empregada e os recursos a serem utilizados.

O cortejo aconteceu na Praça dos Três Poderes, em Brasília, com a participação de dez pessoas. O ato performático consistiu na simulação de um cortejo fúnebre, onde os participantes usaram uma camiseta preta com a palavra luto imprensa em letras brancas. Parte do grupo carregou um caixão com o mapa do Brasil fixado na tampa, outros acompanharam com rosas brancas. Uma faixa foi carregada à frente do grupo, em alusão às vidas perdidas.

No Dia Mundial da Saúde, foram realizados dois atos. Pela manhã, em frente ao Congresso Nacional, confeccionadas em TNT branco, uma cruz e as letras S U S foram afixadas no gramado. Com jalecos brancos, o grupo de aproximadamente 30 pessoas, segurando balões brancos com gás Hélio, homenageou os trabalhadores da saúde e as centenas de milhares de vítimas da Covid-19, soltando os balões aos céus com a frase Defender o SUS é defender a vida de todas as pessoas. À noite, houve uma projeção no Museu da República em homenagem ao SUS, aos trabalhadores da saúde e também às vítimas da pandemia.

Graças ao trabalho das assessorias de imprensa das entidades participantes, as mobilizações tiveram forte repercussão nos veículos de comunicação. Mesmo em um contexto de limitações impostas pela pandemia, os atos representaram uma oportunidade de inovação e de ampliação das possibilidades de mobilização social.

Experiência

Buscar formas alternativas às tradicionais manifestações públicas em massa, promovendo potentes ações performáticas de grande alcance de comunicação, com segurança e respeito às medidas de distanciamento social e assim conseguir mobilizar os movimentos sociais e sensibilizar a população quanto ao real cenário da pandemia.|Buscar formas alternativas às tradicionais manifestações públicas em massa, promovendo potentes ações performáticas de grande alcance de comunicação, com segurança e respeito às medidas de distanciamento social e assim conseguir mobilizar os movimentos sociais e sensibilizar a população quanto ao real cenário da pandemia.

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