DEBATE #APSFORTE – Fortaleza, Joinville e São Paulo fortalecem a saúde materno infantil na APS em meio à #COVID19

Fortaleza, Joinville e São Paulo fortalecem a saúde materno infantil na APS em meio à #COVID19

Três experiências da Atenção Primária à Saúde que promovem o cuidado às gestantes e puérperas  na  pandemia de COVID19 participaram do debate virtual “Estratégias de fortalecimento de saúde materno infantil na APS durante a pandemia”, realizado no dia 27 de agosto. Desenvolvidas nas cidades de Fortaleza, Joinville e São Paulo, as práticas realizam o monitoramento, reorganização de fluxos de trabalho, assistência ao recém-nascido com classificação de risco e promovem a doação de leite humano (LH). O debate foi transmitido no Portal da Inovação na Gestão do SUS, como parte da iniciativa APS FORTE no SUS – no combate à pandemia.

 

A moderação foi realizada pela coordenadora da Unidade Técnica de Capacidades Humanas em Saúde e Sistemas e Serviços de Saúde da OPAS/OMS Brasil, Mónica Padilla. “Eu acho que a pandemia nos colocou diante do desafio de reorganizar a APS e pensar no que fazer neste novo cenário. As equipes conseguiram ter uma resposta mais organizada, ajustaram e flexibilizaram fluxos diante da situação para conseguir responder. Agora é pensar como institucionalizar esses processos que apareceram e como incorporar esses elementos de tecnologia e novos insumos”, pontua Padilla. A debatedora Maria José Evangelista, assessora técnica do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), enfatizou o protagonismo dos profissionais da APS diante do novo cenário imposto pela COVID19.

 

As experiências apresentadas fazem parte da iniciativa APS Forte no SUS – no combate à pandemia, uma estratégia que estimula o debate e a divulgação de boas práticas da APS durante a pandemia de COVID19. Foi proposta pelo Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS/MS) e pela Organização Pan-americana da Saúde da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil para mobilizar os profissionais de saúde. Mais de 1.600 relatos se inscreveram na iniciativa. Saiba mais em www.apsredes.org.

 

Confira as experiências!

APS em Fortaleza garante assistência pré-natal durante a pandemia de #COVID19

As Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) do município de Fortaleza/CE mantiveram a assistência às gestantes com a manutenção das consultas de pré-natal e priorizaram os atendimentos daquelas com síndromes gripais e/ou com suspeita de COVID19.

Aline Magalhães, enfermeira de estratégia de saúde da família, apresentou o relato de Fortaleza – Assistência Pré-natal na Atenção Primária à Saúde durante a pandemia de COVID19. A gestão local juntamente com as seis equipes da APS reorganizaram os atendimentos com novos fluxos dentro das unidades de saúde.

 

Entre as gestantes acompanhadas, três apresentaram resultado positivo para COVID19. O seguimento destas pacientes foi priorizado com acesso facilitado a consultas, exames laboratoriais, prescrições baseadas em protocolos, encaminhamento para avaliação obstétrica em maternidade e monitoramento remoto por meio de visitas domiciliares de agentes comunitários de saúde, ligações telefônicas e mensagens por WhatsApp realizadas por médicos e enfermeiros da estratégia saúde da família.

“Organizamos o fluxo para que todos os serviços fossem garantidos. Acompanhamos de perto as três gestantes positivadas, uma delas já finalizou a gestação sem intercorrências, com sucesso na assistência tanto para mãe quanto para criança; a segunda gestante, com todo o apoio da equipe e avaliação obstétrica conseguiu terminar o processo bem. E a terceira já iniciou o pré-natal com diagnóstico de COVID19, está no terceiro trimestre de gravidez e sem intercorrência até o momento. A assistência é muito importante e é possível ser de qualidade, com equipe multiprofissional estes atendimentos foram exitosos”, explicou Aline Magalhães, enfermeira da Estratégia Saúde da Família da SMS Fortaleza.

De acordo com a enfermeira, o objetivo da equipe é manter a qualidade no cuidado e evitar desfechos desfavoráveis como aborto, prematuridade e óbitos maternos ou fetais. “Como a APS sempre foi nosso eixo norteador, nos preocupamos em garantir a assistência do pré-natal durante a pandemia. Organizamos os atendimentos com novos fluxos dentro da unidade de saúde, delimitamos os corredores para separar os pacientes com suspeita dos usuários em consultas eletivas e doenças agudas; e o último corredor ficou para vacinação e entrega de medicamentos. Os corredores transversais foram bloqueados para não correr risco de contaminação dentro da UBS”, concluiu Aline Magalhães.

APS FORTE - ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL NA APS DURANTE A PANDEMIA DE COVID 19 EM FORTALEZA/CE

Planilha virtual facilita monitoramento de crianças nascidas em Joinville/SC

A Atenção Primária à Saúde, a Vigilância em Saúde e o Núcleo de Apoio à Rede de Atenção à Saúde em Joinville/SC desenvolveram uma planilha virtual para acompanhar e monitorar os recém-nascidos, com notificação imediata de até 48h, para atender e classificar o risco, e planejar o atendimento de forma presencial ou remota, durante a pandemia.

Joinville, com um população de 590 mil habitantes, apresentou o Programa Pequeno Príncipe que acompanha as crianças residentes na cidade por meio das atividades das 57 unidades básicas e 157 equipes de estratégias de saúde da família. “O programa faz a estratificação de risco da criança recém-nascida e facilita o acesso precoce aos serviços de saúde em casos de maior vulnerabilidade da família. Com a pandemia, foi implementada uma planilha virtual que reorganiza a assistência ao recém-nascido de maneira qualificada e oportuna, gerando informação em até 48h dos nascimentos do município, com classificação de risco, para as UBS, possibilitando que a equipe de saúde planeje e personalize o atendimento”, explica Viviane Korovsky, enfermeira e apoiadora da Coordenação de Estratégia de Saúde da Família da SMS de Joinville.

 

A ferramenta reorganiza a assistência ao recém-nascido de maneira qualificada e oportuna, gerando informação dos nascimentos no município, com classificação de risco, para as Unidades Básica de Saúde (UBS), possibilitando que a equipe de saúde planeje e personalize o atendimento”, reforça Viviane Korovsky.

Durante a apresentação, Viviane Korovsky explicou que “na planilha, que é separada em abas por unidades de saúde, é possível fazer a classificação de risco da criança de acordo com fatores biológicos e sociais, a partir daí a equipe consegue programar visita domiciliar para acompanhamento ou telemonitoramento de acordo com cada caso. Ter o controle de todas as crianças nascidas no território serve de instrumento para busca ativa e planejamento dos atendimentos, proporcionando melhor visualização e apropriação territorial pelas equipes da APS do acompanhamento de pré-natal, puerpério e importância da atualização de cadastros das gestantes para referenciamento adequado do recém-nascido”.

Para Viviane Korovsky, a ferramenta foi um grande passo para o controle e acompanhamento das crianças com diligência e pode ser considerada uma estratégia definitiva e eficaz na redução de agravos e mortalidade infantil.

APS FORTE - Estratégias de fortalecimento de saúde materno infantil na APS durante a pandemia

Centro de Apoio à Lactação (CENALAC) na Rede Municipal de Saúde Paulistana em tempos de #COVID19

A iniciativa promove a amamentação e favorece a doação de leite humano, fortalecendo a rede de proteção ao Recém Nascido, nutriz e família, durante a pandemia. Uma parceria exitosa entre o Banco de Leite Humano e as Unidades Básicas de Saúde do município de São Paulo.

A enfermeira e assistente técnica da regional de Saúde Leste da SMS de São Paulo, Edjane Mércia, apresentou a iniciativa. “A doação de leite humano continua e os recém-nascidos prematuros internados na UTI são favorecidos, pois o estoque de LH aumentou. A situação fortaleceu as ações intersetoriais voltadas à doação de leite humano, o vínculo estabelecido solidificou e está em expansão”, explicou Mércia.

“Estamos localizados na zona leste de São Paulo, temos um território vulnerável, taxa de mortalidade infantil alta, protegemos e apoiamos o aleitamento, e incentivamos a captação de leite humano. Na pandemia temos cerca de 18 doadoras de leite”, sinaliza Edjane Mércia, enfermeira e assistente técnica da regional de Saúde Leste da SMS de São Paulo.

Segundo Edjane Mércia, a doação de leite humano é um diferencial para redução da mortalidade infantil. “Os Centros de Apoio à Lactação (CENALACs) funcionam em UBS da Zona Leste de São Paulo e realizam coleta de leite materno, inclusive nas residências, acondicionando o mesmo em freezers. As equipes de saúde das UBS vinculam, monitoram e apoiam a nutriz e a família no quesito COVID19, amamentação e doação de leite humano (LH). O Banco de Leite Humano (BLH) retira o LH semanalmente nas UBS. Sabe-se que o leite humano de nutrizes que tiveram COVID19, apresentam forte resposta imunológica ao vírus”, explicou Mércia.

Com a pandemia, os atendimentos individuais são realizados em área protegida dentro da UBS, a sala de vacina ficou separada, e o teleatendimento e as visitas domiciliares foram implementados.

“A situação fortaleceu as ações intersetoriais voltadas à doação de leite humano, o vínculo estabelecido solidificou e está em expansão, outros CENALACs estão sendo implementados e vinculados ao BLH, gerando vida e superação. A rede articulada e fortalecida continua consolidando o SUS”, finaliza Edjane Mércia.

APS FORTE - Estratégias de fortalecimento de saúde materno infantil na APS durante a pandemia em SP

Assista ao debate na íntegra

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