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“Os usuários com cardiopatia, diabetes e as pessoas acima de 60 anos são os casos de óbitos por Covid-19 no município e no mundo, são de maior risco de ter o desfecho negativo na infecção do novo coronavírus”, explicou a médica de família e comunidade Juliana Santos, da Gerência da APS da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. Até o dia 4 de junho, Belo Horizonte apresentava 2.144 casos confirmados de Covid-19 e 55 óbitos.

Para ofertar o cuidado a esses usuários durante a pandemia, a gestão municipal teve que realinhar internamente os macroprocessos do modelo de atenção e priorizar o atendimento dos casos mais complexos, visto que os usuários deixaram de procurar por atendimentos nos centros de saúde e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) durante os meses de março e abril.

A primeira medida adotada pela secretaria foi a elaboração da listagem de usuários com condições crônicas mais complexas para distribuição a todas as Equipes de Saúde da Família. “Estratificou uma lista de usuários com alto risco cardiovascular a partir dos atendimentos realizados pelas equipes de 2019 a 2020, os que tinham diabetes mellitus com e sem insulinodependente, com complicações cardiovasculares e condições que poderiam indicar o uso de anticoagulação. A listagem foi entregue para as equipes para a construção dos planos de cuidados a esses indivíduos com maior risco”, explicou.

Também foram instituídos fluxos para atendimentos presenciais e por telemedicina. “Se o usuário da lista estiver dentro de um período de controle adequado é oferecido para ele o teleatendimento. No caso de o usuário não estar controlado ou estar há mais de três meses sem consulta, a equipe convida para uma consulta presencial”, explicou a médica. A auditoria clínica do prontuário foi uma ferramenta utilizada para avaliar o usuário, levando em conta outros atendimentos realizados na rede de saúde.

As equipes também puderam agregar, a esta listagem, os usuários acamados, egressos de hospitais e com uso de medicamentos controlados. Como resultado, a médica aponta que a metodologia padronizou o atendimento aos usuários com condições crônicas na APS e teve boa aceitação da equipe. Outro ganho para a gestão municipal foi a inscrição de mais de 300 médicos no e-gestor para uso do Consultório Virtual de Saúde da Família, um projeto de teleatendimento oferecido pelo Ministério da Saúde, segundo a médica Juliana Santos.

SMS Belo Horizonte - A expansão da Covid-19 na cidade

SMS Belo Horizonte - Cuidados aos usuários crônicos na APS

SMS Belo Horizonte - Seleção do usuário do território com maior risco para Covid-19

SMS Belo Horizonte - resultados da experiência

Esta experiência participou do debate virtual A APS não pode parar! Formas de organização para continuidade do cuidado, transmitido na sexta-feira (05/06) no Portal da Inovação na Gestão do SUS. Assista à integra do debate em

Ficha Técnica:

Nome da Experiência: Acompanhamento de usuários com condições crônicas na APS de Belo Horizonte durante a pandemia Covid-19

Autores: Juliana Dias Pereira dos Santos, Warley Aguiar Simões, Alberto Kazuo Fuzikawa, Fabiano Gonçalves Guimarães

 

Linkhttps://sisaps.saude.gov.br/eventos/apsforte/relatos/experiencia/61