Covid longa afeta 6% dos pacientes ambulatoriais, revela estudo do HCPA

Pesquisa também demonstra impacto da doença nas unidades básicas de saúde

Um estudo realizado na Unidade Básica de Saúde Santa Cecília, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, revelou que 6% dos pacientes que tiveram covid-19 permaneceram com os sintomas depois de 90 dias da infecção pelo vírus. Foram analisados os prontuários eletrônicos de 662 pacientes, que faziam parte da área de cobertura da UBS, no período de março de 2020 a dezembro de 2021. Ao todo, 86 pessoas apresentaram sintomas duradouros: 49 mulheres e 37 homens, com média de idade de 53,6 anos.

Os pacientes de covid longa utilizaram 602 consultas na UBS entre 90 e 180 dias depois dos primeiros sintomas. A média foi de sete consultas por paciente. Para a chefe do Serviço de Assistência Primária à Saúde do HCPA (Unidade Básica de Saúde Santa Cecília), Claunara Mendonça, os dados revelam a pressão assistencial gerada não apenas nos hospitais, mas também nas unidades de atenção primária à saúde. “Como nosso número de pacientes atendidos é muito grande, o impacto dos sintomas residuais após a covid gerou uma pressão assistencial extra nos serviços. Além de receber de volta os pacientes crônicos que tinham ficado afastados dos serviços de saúde na pandemia, tivemos que dar conta dos pacientes com covid longa”, afirma ela.

Os pacientes relataram 37 sintomas diferentes. Os mais frequentes foram fadiga, falta de ar, tosse, dor de cabeça e ansiedade. “Isso é um impacto que precisamos aprofundar para entender o tamanho do sofrimento psíquico nos usuários e suas familias”, acredita Claunara. Entre as comorbidades apresentadas previamente pelos pacientes, estavam principalmente hipertensão arterial, diabetes tipo 2, obesidade, depressão e ex-tabagismo. No período, a UBS atendeu mais de dez mil pacientes com sintomas respiratórios. Destes, 2.335 tiveram diagnóstico de covid-19.

A chefe do Serviço de Assistência Primária à Saúde do HCPA (Unidade Básica de Saúde Santa Cecília), professora Claunara Mendonça, apresentou a pesquisa “Estudo de Coorte Retrospectivo pós-covid 19”, sobre a chamada covid longa, realizado com pacientes da UBS, no Seminário Contribuições ao SUS e à Plataforma Clínica da OMS: resultados dos estudos multicêntricos retrospectivos sobre casos de pós-covid e sobre a emergência de Mpox (varíola do macaco) no Brasil, que acontece no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no dia 14 de dezembro.

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fonte- Ascom HCPA

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