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Covid-19: seminário divulga experiências de sucesso no DF que integram vigilância e atenção primária à saúde

Quatro trabalhos que têm obtido bons resultados para conter a pandemia no DF foram apresentados, nesta quarta-feira (8/9), durante o primeiro seminário “Experiências de Integração entre Vigilância em Saúde e Atenção Primária à Saúde no Enfrentamento da Covid-19″. O evento faz parte de uma série de ações articuladas entre a Fiocruz Brasília, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e a Universidade de Brasília (UnB). As quatro experiências apresentadas foram selecionadas dentre as inscritas na iniciativa “APS Forte no SUS – no combate à pandemia”, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), em parceria com o Ministério da Saúde, que já reúne mais de 1.600 relatos de boas práticas com o objetivo de dar visibilidade a esses trabalhos e incentivar que sejam adaptados e aplicados em diferentes localidades.

“Para enfrentarmos juntos os desafios da realidade de hoje, é preciso um mecanismo que torne os conhecimentos e saberes disponíveis na velocidade necessária para alimentar a resposta que o sistema de saúde deve dar”, afirmou Mônica Padilla, coordenadora da Unidade Técnica de Capacidades Humanas em Saúde Opas/OMS. “É preciso reconhecer os esforços das equipes de APS, que estão mais próximas das famílias e populações, e conhecem melhor as questões que emergem nos territórios”, completou Fabiana Damásio, diretora da Fiocruz Brasília. Para Wagner Martins, coordenador de Gestão e Integração Estratégia da Fiocruz Brasília, “a APS é uma fortaleza do SUS com capacidade de impedir outras ondas da Covid-19 no DF e no país”.

João Paulo Amorim, residente da Fiocruz Brasília, foi o primeiro a apresentar sua experiência, realizada em Samambaia Norte e definida como uma cartografia participativa. Utilizando um programa de computador, sua equipe coleta dados e constrói um mapa do território identificando onde estão os casos suspeitos e confirmados de Covid-19, as pessoas com alguma condição de risco, as unidades de saúde, os comércios, os possíveis pontos de aglomeração e transmissão. “Essa estratégia facilita a visualização e a análise do que está acontecendo no território e possibilita pensar em intervenções específicas para cada área, como alertas em supermercados e igrejas, direcionamento da atuação dos agentes comunitários de saúde e ações de educação em saúde”, explicou João Paulo.

Outra experiência de Samambaia Norte foi apresentada por Amanda Bezerra, que trabalha com telemonitoramento de pacientes com diagnóstico de Covid-19 confirmado. A cada 48 horas, a equipe faz contato por telefone para saber a evolução do paciente, se houve piora do quadro, se algum familiar ou morador do mesmo domicílio apresentou sintomas etc. Em caso de paciente com outras doenças ou condições de risco, o acompanhamento telefônico é diário até sua recuperação. O trabalho consiste, ainda, em verificar outras questões, como fatores que possam prejudicar o isolamento, situações de vulnerabilidade, como insegurança alimentar e presença de sofrimento psíquico, buscando-se a mobilização de uma rede social de apoio.

Já Fernando Barros falou sobre sua experiência com duas robôs, Ana e Gabriela, que conversam com os usuários pelo WhatsApp. A assistente virtual Ana fornece informações sobre a Covid-19 e possibilita também que o usuário faça uma autoavaliação de saúde: se identificado um caso que sugere alguma gravidade, analistas entram em contato. A assistente virtual Gabriela, por sua vez, monitora de forma automatizada casos confirmados da doença. “A partir dos dados do aplicativo, como informações espaciais, é possível planejar intervenções”, afirmou Fernando, que prevê o monitoramento de outras situações de interesse em saúde pública por meio do celular.

A quarta e última experiência discutida no seminário foi a de Amilton Xavier, que criou um painel digital da Região de Saúde Norte do DF com informações epidemiológicas categorizadas por Unidade Básica de Saúde (UBS), conforme os endereços dos pacientes. “É uma forma de devolver para as equipes que atuam na ponta do sistema de saúde a informação de que elas precisam para fazer as intervenções”, disse.

O seminário contou com Fernando Cerqueira, médico de família e comunidade, e Fernando Erik, coordenador de APS da SES-DF, como debatedores. Também participaram Jeovânia Rodrigues, do Conselho de Saúde do DF, que destacou a importância de replicar as boas práticas para uma ação mais ampla em todo o DF; Elaine Morelo, subsecretária de Vigilância a Saúde do DF, que reforçou a necessidade de integração entre assistência e vigilância para o enfrentamento da Covid-19; e Olgamir Amância, decana de Extensão da UnB. “Existe uma dimensão pedagógica a ser extraída da pandemia: as respostas para as demandas sociais estão no campo da ciência; as respostas mais ajustadas se dão nas estruturas de um Estado forte; as melhores respostas são coletivas e não individuais”, pontuou a decana.

 

Clique aqui para assistir à integra do seminário

 

Seleção de experiências: participe!

Para os próximos seminários, serão selecionadas outras experiências que integram a Vigilância em Saúde e a APS no DF. Os interessados em participar já podem inscrever suas iniciativas. A ação é voltada, prioritariamente, aos trabalhadores da SES-DF. A seleção será realizada por comitê científico formado pelas três instituições organizadoras (Fiocruz Brasília, SES-DF e UnB). Inscreva-se aqui. Os seminários serão compostos por painéis virtuais, com a participação de expositores que apresentarão suas respectivas experiências, selecionadas ao longo das edições. Os eventos serão realizados quinzenalmente, às terças-feiras, em horários que propiciem a participação dos trabalhadores da saúde. Outras informações: direcao@fiocruz.br

 

 

fonte: Fiocruz DF

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