Conselho Nacional de Saúde e OPAS reconhecem 31 experiências como inovadoras em Participação Social em Saúde da América Latina

O Conselho Nacional de Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde no Brasil reconheceram, nesta quarta-feira (14/11), 31 experiências como inovadoras e exitosas, no evento de encerramento da 1ª etapa do Laboratório de Inovação Latino-Americano de Participação Social em Saúde. Ao todo, a iniciativa recebeu 144 relatos de práticas, sendo homologadas 120 delas (102 nacionais e 18 internacionais). O LIS Latino-Americano de Participação Social em Saúde contou com o apoio do Centro de Educação e Assessoramento Popular (CEAP), que atuou na coordenação e sistematização das experiências.

“A metodologia do LIS, desenvolvida pela OPAS há quase 15 anos, tem como objetivo identificar, sistematizar, reconhecer e divulgar experiências voltadas ao aprimoramento dos serviços de saúde e que potencializam a ação local. Hoje celebramos a participação social em saúde na América Latina que tratam de garantir do direito ao bem-estar social, cultural. É a Saúde como parte do processo de desenvolvimento humano”, ressaltou o moderador do encontro, Fernando Leles, oficial de Sistemas e Serviços de Saúde da OPAS/OMS no Brasil.

O processo de desenvolvimento do LIS, que levou à escolha das 31 práticas, foi relembrado pelo coordenador do LIS, Henrique Kujawa. “Depois da homologação das experiências, passamos pela fase de análise realizada por um grupo de pareceristas que realizou análises quantitativa e qualitativa das 120 práticas. Em dois meses, nós realizamos cinco lives oportunizando aos autores a troca de vivências. Agora, em breve, vamos publicar o livro com todos os resultados”, conta Henrique.

Para o conselheiro nacional do CNS, Neilton Oliveira, a diversidade das práticas do LIS foi destaque. “A sociedade civil trouxe novas diretrizes para o debate nacional. O desafio posto é articular esses diferentes sujeitos sociais, e conhecer e reconhecer aquelas experiências inovadoras e exitosas.  A luta por direito é um processo permanente. É nesse sentido que as instituições e as pessoas participaram do LIS.  A gente espera estimular outras experiências com essas 31 práticas. A defesa da saúde é processo permanente de luta, de vigilância e de ação”, pontuou Neilton Oliveira. A conselheira nacional Ana Paduelo registrou a integração entre as experiências nacionais e internacionais. “As práticas internacionais mostram como cada região tem uma forma de comunicar, de mobilizar e ativar a participação social em saúde. Foi muito enriquecedor o LIS”.

O pesquisador Frederico Viana Machado, professor do Departamento de Saúde Coletiva da UFRGS e pesquisador do CEAP, ressaltou os aprendizados alcançados com na 5ª edição do LIS, realizado entre a OPAS e o CNS. “Como resultado, vimos que a participação social em saúde está vinculada à vontade política dos governantes e à cultura política da comunidade. A análise das práticas também mostra que a criatividade e o uso de técnicas para ativação social são muito importantes para manter as estruturas participativas ativadas.  O LIS mostra que a potência da participação está no aprendizado que ela deixa nas pessoas que se envolveram e não somente nos resultados. E por fim, o foco das práticas está na escuta da comunidade e sobre o que a comunidade pensa para propor ações, incluindo aí o processo deliberativo”, elenca Frederico.

Saiba mais – apsredes.org/liscns

Segue a relação das 31 práticas reconhecidas como inovadoras: